Últimas Notícias

6/recent/ticker-posts

Doris Day, a rainha dos filmes ingênuos


A atriz e cantora Doris Day foi campeã de bilheteria nas décadas de 50 e 60. Seus filmes inocentes encantaram gerações de fãs em todo o mundo.



Doris Mary Ann von Kappelhoff, mais conhecida como Doris Day, nasceu em Cincinnati, Ohio, em 03 de abril de 1922. Doris começou a cantar profissionalmente como crooner da Big Band de Les Brown em 1939, aos 16 anos de idade.

Doris Day, em 1939

Em 1945 sua popularidade aumentou quando ela fez sua primeira gravação, com a canção Sentimental Journey. Ela deixou a Les Brown & His Band e iniciou sua carreira solo como cantora, e acabou tornando-se uma das mais populares e aclamadas cantoras do século XX, com mais de 650 músicas gravadas entre 1947 e 1967.

Existe uma confusão em sua filmografia, que lhe atribui seu primeiro filme como sendo de 1939, mas na verdade a atriz em questão é outra artista também chamada Doris Day (1910-1998), que fez 12 filmes entre 1939 e 1943.

Roy Rogers e a outra Doris Day, em 1939

O primeiro filme de Doris Day, a artista que mundo aprendeu a amar, foi o musical Romance em Alto-Mar (Romance on the High Seas, 1948), feito na Warner Brothers. No filme, Doris canta acompanhada dos músicos brasileiros Nestor do Amaral e José de Oliveira, o artista que inspirou Walt Disney a criar o personagem Zé Carioca.

 Doris Day e Nestor Amaral em Romance em Alto-Mar

Doris então estrelou dois outros musicais, Meus Sonhos Te Pertencem (My Dream Is Yours, 1949) e Mademoiselle Fifi (It's a Great Feeling, 1949), antes de mostrar seu talento dramático em Êxito Fugaz (Young Man with a Horn, 1950), ao lado de Lauren Bacall e Kirk Douglas.

 Doris Day e Kirk Douglas em Êxito Fugaz

E embora tenha recebido excelentes críticas em filmes sérios, como Dilema de Uma Consciência (Storm Warning, 1951), filme que aborda o racismo e a Klu Klux Khan, Doris ficou mesmo popular nas telas em filmes onde aparecia cantando, como Rouxinol da Broadway (Lullaby of Broadway, 1951) e  Sonharei com Você (I'll See You in My Dreams, 1951).

Em 1953 ela fez um enorme sucesso na comédia musical Ardida Como Pimenta (Calamity Jane, 1953), onde vivia uma garota do velho oeste que contrata por engano uma cantora do coro achando ser uma estrela (papel de Allyn Ann McLerie), para a casa onde trabalha.

Doris Day e Allyn Ann McLerie em Ardida Como Pimenta

Em 1956 ela foi indicada ao Oscar por seu trabalho em O Homem que Sabia Demais (The Man Who Knew Too Much, 1956), de Alfred Hitchock. No filme, ela canta a canção Que Sera Sera, um dos seus maiores sucessos musicais.

]


No final da década de 50 Doris estrelou a comédia Um Pijama para Dois (The Pajama Game,1957), ao lado do ator John Raitt. O filme marcou um novo estilo em sua carreira, comédias românticas inocentes, onde Doris vivia um romance atrapalhado. Em 1959 ela estrelou Confidências à Meia-Noite (Pillow Talk, 1959), outro filme no mesmo estilo, onde contracenou pela primeira vez com seu colega Rock Hudson, que se tornaria seu grande amigo.

 Doris Day e Rock Hudson em Confidências à Meia-Noite

Hollywood estava vivendo uma fase de transição, com os musicais entrando em declínio e apostando em filmes mais sérios e densos. Poucas pessoas acreditaram que romances açucarados, com casais dormindo em camas separadas pudessem fazer tanto sucesso, mas faziam, e o segredo era a doce Doris Day. Sobre seus filmes, o pianista Oscar Levant brincava "estou há tanto tempo em Hollywood que conheci Doris Days antes dela se tornar virgem."

Com Rock Hudson, ela ainda estrelou Volta eu Amor (Lover Come Back, 1961) e Não me Mandem Flores (Send Me No Flowers, 1964). Ela ainda fez outros filmes do mesmo estilo, com outros parceiros de tela, como Cary Grant em Carícias de Luxo (That Touch of Mink, 1962), James Garner em Tempero do Amor (The Thrill of It All, 1963) e Rod Taylor em Favor Não Incomodar (Do Not Disturb, 1965).

 Cary Grant e Doris Day em Carícias de Luxo



Com Rod Taylor ela ainda fez A Espiã de Calcinhas de Renda (The Glass Bottom Boat, 1966), do diretor Frank Tashlin. O filme exigiu dela uma personagem mais sensual, o que desagradou a atriz e seus fãs. Por este motivo, ela recusou a personagem da Senhorita Robinson em A Primeira Noite de um Homem (The Graduate, 1967), papel imortalizado por Anne Bancroft.

 Doris Day, vestida de sereia, em A Espiã de Calcinhas de Renda

Após uma década reinando nas bilheterias, seus filmes seguintes esgotaram a fórmula, e não repetiram o mesmo sucesso de antes. Filmes como Capricho (Caprice, 1967), A Indomável (The Ballad of Josie, 1967) e Onde Estavas Quando as Luzes Se Apagaram? (Where Were You When the Lights Went Out?, 1968), demonstraram que os os "filmes de Doris Day" já não tinham tanto apelo comercial.

Após atuar em Tem um Homem na Cama da Mamãe (With Six You Get Eggroll, 1968), ela deixou o cinema definitivamente e migrou para a televisão, onde estrelou a bem sucedida série The Doris Day Show (1968-1973), seu último trabalho como atriz.




Após 25 anos trabalhando como atriz, e tendo protagonizado cerca de 40 filmes, Doris Day afastou-se da vida artística. Passando a viver reclusa e dedicando-se exclusivamente à proteção de animais na Doris Day Pet Foundation, trabalho que vem realizando há várias décadas.


Doris Day estava descontente com sua carreira, e deprimida com a morte do seu terceiro marido, o produtor Martin Melcher, que faleceu em 1968. Eles eram casados desde 1951, e Martin é pai de seu único filho, o produtor musical Terry Melcher.

 Doris Day e Terry Melcher

Terry Melcher, infelizmente, está ligado a trágica morte da atriz Shaton Tate, outro fato que abalou Doris Day e a fez decidir abandonar a ribalta. Melcher era produtor musical, e Charles Mason havia lhe enviado uma fita demo com algumas músicas, sonhando em se tornar um astro musical. Melcher não só não contratou Mason, como perdeu os rolos com as músicas gravadas, irritando Mason, quando este as pediu de volta.

Melcher era o dono da casa alugada para o casal Tate e Polanski, e muitos disseram que Mason invadiu a casa em busca de vingança contra o filho de Doris Day, sem saber que ele havia se mudado de lá há alguns meses.

Terry Melcher faleceu de câncer em 2004, aos 62 anos de idade.

Nos últimos anos de sua vida, Doris Day vivia reclusa, não dava entrevistas e não fazia aparições públicas. Mas todos os anos, na data do seu aniversário, tirava uma foto para a Revista People, que em troca fazia uma doação para sua instituição de proteção aos animais.

Doris Day morreu  em 13 de maio de 2019, na sua casa em Carmel Valley, California, aos 97 anos de idade.


Doris Day e seu retrato aos 97 anos



Veja também: A Outra Doris Day


Veja também: Tributo a Cary Grant


Curta nossa página no Facebook
Se inscreva no nosso canal do Youtube
Siga também nosso Instagram
Siga também no Kwai

Ajude o site a se manter no ar, contribua com qualquer valor no PIX contatomemoriacine@gmail.com



Postar um comentário

6 Comentários

  1. gosto de assistir todos os filmes dessa estrela.era em tela grande PANASION E CINEMASCOP, UMA MARAVILHA CELSO PAVAN CUIABÁ MT BR

    ResponderExcluir
  2. Wau! Pensei que ela estivesse falecida. Além de linda uma hiper atriz. Então que essa primavera traga mais saúde a ela, porque chegar aos 97 anos é pra poucos hj em dia. Parabéns a Dóris Day

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  4. Que pena. Minha atriz favorita da turma antiga. Dá vontade de chorar. Os filmes dela me encantam e a voz também. RIP

    ResponderExcluir
  5. Minha querida Doris Day! Não são todas as estrelas suas contemporâneas que conseguiram chegar aos 97 anos, ainda lúcida, e fervorosa protetora de animais.
    Tenho o privilégio de ter ouvido quase todas as músicas gravadas por ela, mas feliz por ter visto todos os seus filmes, desde "Romance em Alto Mar" (1948) até "Tem alguém na cama de mamãe" (1968). Que descanse em paz, Exemplo de vida!!!!

    ResponderExcluir
  6. Adoro os filmes em que participa .........Pilow Talk é o meu preferido e não canso de o assistir . Tinha muito talento . Parou cedo ..........tanto no cinema quanto na area musical .

    ResponderExcluir