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George Maharis, astro da série Rota 66, morre aos 94 anos de idade



O ator George Maharis morreu no dia 24 de maio, aos 94 anos de idade.

Maharis ficou famoso como Buzz Murdock na série de televisão Rota 66 (Route 66, 1960-1962), ao lado de Martin Milner. Também cantor, Maharis estava no auge do sucesso, e em franca ascensão em Hollywood, mas teve sua carreira destruída devido a "escândalos" envolvendo sua sexualidade.
 

George Maharis nasceu em 01 de setembro de 1928, em Astoria, Nova York. Maharis era um dos sete filhos de um imigrante grego pobre, e desde criança sonhava em ser cantor.
 
Mas a vida não era fácil, e muito cedo ele começou a trabalhar com mecânico, para poder pagar as aulas de canto. Rebelde, teve problemas de delinquência juvenil, que quase o mandaram para um reformatório.
 
Dedicado nos estudos musicais, acabou tendo as cordas vocais prejudicadas, o que atrapalhou sua carreira de cantor, que já lhe valiam apresentações em algumas casas noturnas menores em Nova York.
 
Sem poder cantar, matriculou-se na famosa escola de atuação Actor's Studio, e estreou como ator na televisão em 1951. Mas sua carreira de ator logo foi interrompida. Em 1953 ele foi convocado pelo exército norte-americano para lutar na Guerra da Coreia. Lá, formou um conjunto musical chamado  The Singing Marines.
 
De volta aos Estados Unidos, retomou a carreira de ator, voltando a atuar na TV. Em 1958 estreou no cinema em The Mugger (1958), uma produção de baixo orçamento.
 
Em 1959 teve sua primeira grande chance, atuando na série de TV Cidade Nua (Naked City). Maharis fez aparições regulares no seriado, mas atuando em papéis diferentes.
 
George Maharis em Cidade Nua
 

O diretor Otto Preminger o viu na série, e contratou o belo rapaz para atuar em Exodus (Idem, 1960), em um pequeno papel. O filme, estrelado por Paul Newman, foi rodado em Israel.
 
Ao voltar para Hollywood, foi convidado para ingressar na série Rota 66 (Route 66, 1960-1963). A produção era um spin off (um seriado derivado de outro) de Cidade Nua.
 
Rota 66 era produzido pela CBS, e mostrava dois jovens que viajavam pelos Estados Unidos em um Corvette, atravessando o país na famosa estrada Rota 66. O objetivo da série era incentivar o turismo interno nos EUA, incentivando os americanos a viajarem pelo país, e era patrocinada pela Chevrolett, que fabricava o modelo Corvette.
 
George Maharis e Martin Milner em Rota 66
 
Maharis entrou na serie para ser o coadjuvante de Martin Milner, um ator já consolidado em Hollywood. Mas logo a sua beleza e seu ar rebelde chamou a atenção do público, em especial o feminino, e ele começou a crescer na série. Ele passou a receber cerca de 5 mil cartas de fãs todas as semanas, vindas do mundo inteiro. Milner, que já tinha mais de 15 anos de carreira, não recebia nem 1500 por mês.
 
Martin Milner ficou enciumado, e ambos começaram a brigar nos bastidores. Milner, que interpretava Tod Stiles, não respeitava Maharis como ator, e debochava de sua carreira e seu comportamento pessoal. Para piorar a situação, em 1962 George Maharis contraiu hepatite infecciosa após se ferir durante uma gravação em um galpão abandonado, e precisou deixar a série, ficando internado em um hospital por vários meses.
 
A série continuou sem ele, com Milner viajando sozinho pelo país. Mas a audiência da série decaiu. Quando deixou o hospital, Maharis retornou a série, mas vendo que sua presença era essencial, pediu um aumento de salário. Ele gravou alguns novos episódios, mas os estúdios não levaram adiante a negociação, e demitiram o ator. Ele foi substituído então pelo ator Glenn Corbertt, que não agradou aos fãs e a série foi cancelada após mais uma temporada.
 
George Maharis então passou a dedicar-se a carreira de cantor, e gravou o primeiro de vários discos, tendo algumas musicas nas paradas de sucesso.
 
Disco de George Maharis
 
Mas não faltaram trabalhos para ele como ator. Ele logo foi convidado para estrelar a comédia romântica Depressa, Antes que Derreta (Quick Before it Melts, 1964).

George Maharis e Yonne Craig em Depressa, Antes Que Derreta

Em seguida, começou a filmar Silva (Sylvia, 1965), com a estrela Carroll Baker. Depois atuou em O Mundo Marcha Para o Fim (The Satan Bug, 1965), mas as duas grandes produções foram grandes fracassos de bilheteria.

Com a carreira de ator em baixa, Maharis passou a se dedicar a carreira de cantor, e foi para a América do Sul, fazer apresentações. Em 1965 fez enorme sucesso na Argentina, onde chegou a gravar um disco, cantando Garota de Ipanema em espanhol.

George Maharis no Brasil

Rota 66 estreou no Brasil na TV Tupi, sendo exibido nas noites de domingo. A série fez um enorme sucesso também por aqui, embora as excessivas reprises dos episódios tenha cansado o público posteriormente.

Quando Maharis se apresentou na Argentina, em 1965, a TV Tupi convidou o astro para uma série de apresentações na emissora. As negociações iam bem mas quando ele descobriu que iria ao ar no mesmo dia que a TV Record exibiria o show de Johnny Mathis, acabou recusando o convite., que frustrou suas fãs.

Porém, em março de 1966, ele retornou a Argentina, e depois estendeu a turnê para São Paulo, estreando na Tupi Paulista em 03 de março de 1966. O astro também se apresentou em um festival de música, ao lado do Roberto Carlos e Jair Rodrigues, e os internacionais Caterina Valente e Trini Lopez. Depois, também fez apresentações na emissora no Rio de Janeiro, e retornou aos Estados Unidos.


No Brasil também promoveu a estreia de Silvia (1965). Em entrevistas por aqui, declarou que sua mãe, que também era grega, morou em São Paulo, antes de migrar para os Estados Unidos. 

O Fim da Carreira

Maharis era gay, e como encarnava o papel do galã valentão, não podia assumir isto publicamente. Os estúdios já haviam inventando para ele namoros com a atriz Deborah Walley e até com a Miss Universo brasileira Ieda Maria Vargas, além de um noivado com sua antiga enfermeira, Gloria Montoya, dos tempos que ficou internado.


George Maharis foi preso em uma casa noturna "por atentado ao pudor". Nesta época, era comum nos Estados Unidos, policiais jovens e belos irem infiltrados a casas noturnas frequentadas por homossexuais, e darem voz de prisão para os homens que os abordassem. Maharis foi preso, declarou-se culpado, pagou a fiança e saiu da cadeia. Tudo isto rendeu uma enorme publicidade negativa, e sua carreira foi extremante prejudicada.


 
Antes da prisão, ele havia atuado em Acontece Cada Coisa (The Happening, 1967), ao lado de Anthony Quinn, Michael Parks e Faye Dunway. Novamente o filme foi um fracasso de bilheteria.
 
Maharis, Michael Parks, Faye Dunaway e Anthony Quinn em  Acontece Cada Coisa
 
Sem dar retorno de bilheteria, e com a imagem abalada, ele ainda atuaria em filmes como Trágica Sentença (The Desperados, 1969) e A Luta Pela Terra (Land Raiders, 1969), mas nenhum deles fez sucesso. Sem emprego, chegou a ir filmar na Espanha, atuando em O Último Dia de Guerra (Él Último día de la Guerra, 1970).
 
George Maharis em Trágica Sentença
 
Com os convites escassos para atuar no cinema na década de 70, passou a ser ator convidado em séries de TV como Missão Impossível (Mission Impossible), Kojack (Idem) e O Barco do Amor (The Love Boat).
 
Em julho de 1973 tornou-se a segunda celebridade a posar nu para a revista Playgirl (a primeira foi o ator Lyle Waggoner, de Mulher Maravilha). Em 1974 foi novamente preso ao ser flagrado com outro homem, em um posto de gasolina. Foi a última pá de cal em sua carreira.
 
Somente em 1982 retornou ao cinema, atuando em A Espada e os Bárbaros (The Sword and the Sorcerer, 1982). Depois fez aparições ocasionais em séries de TV. Seu último filme foi Enigma Mortal (Dopplganger, 1993), estrelado por Drew Barrymore. Depois, aposentou-se e afastou-se definitivamente da carreira de ator.
 
George Maharis em Enigma Mortal
 
Desde então, vivia entre Beverly Hills e Nova York, e não dá entrevistas sobre seu tempo em Hollywood, dedicando-se a pintar quadros, atividade que fazia desde antes de se tornar ator. Os murais do Teatro Lunt-Fontanne, em Nova York, foram pintados por ele. 
 
Em 2004, durante uma exposição de seus quadros
 
George Maharis e Eva Marie Saint 
 
 


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7 Comentários

  1. Tinha 11 anos na época e minha mãe não deixava assistir Rota 66. Ela alegava falta de maturidade minha. Era um excesso de zelo dela, por tratar-se de um seriado inocente e de censura livre.

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  2. já ia falar que ele estava muito bem na foto de 2013. bem mesmo para alguém dw mais sé 80 anos . mas a Eva marie está muito nova para esse ano . em 2006 quando fez superman ela estava bem mais velha. a data está errada.

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  3. Assisti 13/8/2030 o filme Sylva com George Msharis e Carol Baker. Ótimo filme, ambos estão muito bem. O filme é de 1965, branco e preto,filme raro, sobre detetive particular contratado para vasculhar o passado de noiva de um cliente o qual e o Peter Lawford em fim de carreira pelo que tudo indica. Vale a pena ver esse filme.

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  4. Que triste, ter sido crucificado em praça pública por ser gay!

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