Bela e talentosa, Joanne Woodward é uma atriz aclamada e premiada, mas dona de uma vida discreta, longe das badalações habituais de Hollywood. Ela também é lembrada por seu casamento com o ator Paul Newman, que durou cinco décadas.
Paul Newman e Joanne Woodward
Joanne Gignilliat Trimmier Woodward nasceu em Thomasville, Georgia, em 27 de fevereiro de 1930. Criada no sul dos Estados Unidos, Joanne tinha apenas 9 anos de idade quando um evento marcou a região e toda a sua vida.
Ela esteve na estreia o filme ...E o Vento Levou (...Gone with the Wind, 1939), e ficou encantada com o grande evento que foi feito para promover o filme. A menina também ficou impressionada com o ator Laurence Olivier, o marido da protagonista Vivien Leigh, e decidiu que seria atriz, para viver aquela experiência que a deslumbrara. Muitos anos mais tarde, em 1977, ela contracenaria com Olivier em Come Back, Little Sheba.
Carrie Fisher, Joanne Woodward e Laurence Olivier em Come Back, Little Sheba
Joanne começou a atuar no teatro nas produções escolares, ainda no ensino fundamental. Mais tarde, estudou teatro na universidade, e depois de se formar no ensino superior, ela mudou-se para Nova York, onde estudou no lendário Actor's Studio. ela também se aperfeiçoou nas artes da atuação com o instrutor Sanford Meisner e na Neighborhood Playhose School of the Theatre.
Logo ela conseguiu trabalhos no teatro, ainda em Nova York. E foi em 1952, enquanto atuava nos palcos, que ela conheceu o ator Paul Newman, que na época era um novato, que trabalhava como substituto de um ator principal.
Na época, Joanne estava noiva do escritor Gore Vidal. Porém, em entrevistas posteriores, ela declarou que o noivado era de fachada, apenas para ajudar o amigo a esconder sua bissexualidade.
Foi também em 1952 que ela estreou na televisão, atuando em um teleteatro do programa Robert Montgomery Presents. Nos anos seguintes, Joanne atuou muito na televisão.
Joanne Woodward na televisão
Foi somente em 1955 que ela fez sua estreia no cinema, atuando no western O Vale da Redenção (Count Three and Pray, 1955). Ela interpretava uma personagem meio moleca, com cabelos curtinhos, e acabou agradando aos produtores, e recebeu um contrato de longo prazo com a 20th Century Fox.
Joanne Woodward e Van Heflin em O Vale da Redenção
Em seguida Joanne atuou em Amor, Prelúdio de Morte (A Kiss Before Dying, 1956) e As Três Máscaras de Eva (The Three Faces of Eve, 1957), do qual era protagonista.
Ela interpretava uma dona-de-casa com transtorno de persnoalidade múltipla, com três personalidades diferentes. Seu desempenho foi aclamado pela crítica, e rendeu a atriz um Oscar de Melhor Atriz.
Joanne Woodward em As Três Máscaras de Eva
Joanne ainda atuaria em A Mulher do Próximo (No Down Payment, 1957). Em seguinda ela estrelou O Mercador de Almas (The Long, Hot Summer, 1958), o primeiro filme que faria ao lado do futuro marido Paul Newman.
Pouco depois das filmanges, Newman e Woodward se casaram. Joanne também recebeu seu Oscar em 1958, e como o marido ainda não tinha ganho uma estatueta, mandou fazer um prêmio de plástico, meio capengo e com rosto triste, e o chamou de Noscar (sem Oscar, na tradução), numa brincadeira marota com o marido.
Paul Newman e Joanne Woodward em O Mercador de Almas
Paul Newman e seu Noscar e Joanne Woodward e seu Oscar
Joanne havia se tornado uma estrela, mas seus filmes não foram bem sucedidos nas bilheterias. As obras A Delícia de Um Dilema (rally 'Round the Flag, Boys, 1958), A Fúria do Destino (The Sounf and the Fury, 1960) e Vidas em Fuga (The Fugitive Kid, 1960), tiveram uma recepção morna.
Ela só voltou a ter sucesso de bilheteria com Paixões Desenfreadas (Fron the Terrace, 1960), onde novamente contracenava com o marido Paul Newman.
Joanne Woodward e Paul Newman em Paixões Desenfreadas
O casal contracenou também em Paris Vive à Noite (Paris Blues, 1961) e Amor Daquele Jeito (A New Kind of Love, 1963). Joanne foi novamente aclamada pela crítica por seu desempenho como uma stirpper em Venus à Venda (The Stripper, 1963).
Joanne Woodward em Venus à Venda
Jean Seberg, Joanne Woodward e Sean Connery em Sublime Loucura
Em 1969 ela deu vida a uma professora em busca do amor em Rachel, Rachel (Idem, 1969), filme dirigido por Paul Newman. E por este papel, recebeu sua segunda indicação ao Oscar, além de ter recebido um Globo de Ouro pelo desempenho.
Paul Newman dirigido Joanne Woodward em Rachel, Rachel
Newman e Woodward dividiram as telas novamente em 500 Milhas (Winning, 1969) e A Sala dos Espelhos (WUSA, 1970), e depois ela fez Esse Louco Me Fascina (They Might Be Giants, 1971), com George C. Scoot.
Em 1972, após interpretar uma mãe afastada das filhas (uma delas vivida pela atriz Nell Potts, filha de Joanne e Paul Newman, na vida real), em O Preço da Solidão (The Effect of Gamma Rays on Man-in-the-Moon Marigolds, 1972), Joanne foi agraciada com o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes.
Nell Potts e Joanne Woodward em O Preço da Solidão
No ano seguinte a atriz recebeu sua terceira indicação ao Oscar por Lembranças... (Summer Wishes, Winter Dreams, 1973) e reencontrou Paul Newman nos cinemas no filme A Piscina Mortal (The Drowing Pool, 1975).
E ao lado de Burt Reynolds atuou em Se Não Me Mato, Morro! (The End, 1978).
Sylvia Sidney e Joanne Woodward em Lembranças
Burt Reynolds e Joanne Woodward em Se Não Me Mato, Morro!
Com o declínio dos grandes estúdios, a atriz começou a trabalhar mais efetivamente na televisão, atuando em séries e telefilmes. Em 1978 ela ganhou seu primeiro Emmy por seu papel no telefilme See How She Runs (1978).
Ao longo dos anos 80, Joanne dividiu-se entre o cinema, a televisão e o teatro. Na TV, ela estrelou, por exemplo, A Caixa de Surpresas (The shadow Box, 1980), dirigido por Paul Newman e ganhou seu segundo Emmy por para Lembrar Um Grande Amor (Do You Remember Love, 1985. Ela também dedicou-se à escrita, e foi roteirista de Come Along With Me (1982).
Novamente dirigida pelo marido, e agora contracenando com ele, Joanne retornou ao cinema em Meu Pai, Eterno Amigo (Harry & Son, 1984).
Paul Newman e Joanne Woodward em Meu Pai, Eterno Amigo
Joanne também atuou em Algemas de Cristal (The Glass Menagerie, 1987) e voltou a contracenar com Newman no tocante Cenas de Uma Família (Mr. & Mrs. Bridge, 1990), pelo qual recebeu sua quarta indicação ao Oscar.
Paul Newman e Joanne Woodward no cartaz de Cenas de Uma Família
Com uma carreira muito bem sucedida e longeva, a atriz ainda apareceu em filmes como Filadélfia (Philadelphia, 1993) e foi a narradora de A Época da Inocência (The Age of Innocence, 1993).
Tom Hanks e Joanne Woodward em Filadélfia
Nos anos seguintes, Joanne dedicou-se mais à produção e realização. Foi diretora artística da Westport Country Playhouse entre 2001 e 2005 e produtora executiva da transmissão televisiva da peça Our Town, com Paul Newman. Joanne e Paul voltaram a trabalhar juntos na minissérie Empire Falls da HBO em 2005. Foi a ultima vez em que o casal contracenou junto, e três anos depois, em 2008, Paul Newman faleceu. Joanne Woddward ficou viúva após 50 anos de matrimônio.
Quando perguntada sobre o segredo de uma união tão feliz, na qual nasceram três filhas, Joanne declarou: "Ele é muito bonito e muito sexy e essas coisas todas, mas isso desaparece tudo e a única coisa que interessa é se ele é capaz de fazer uma pessoa rir... E ele faz-me rir muito!".
Joanne Woodward ainda fez a narração dos filmes Gaby (2012) e Buscando Um Velho Amor (Lucky Them, 2013), e depois anunciou sua aposentadoria.
Joanne Woodward e Paul Newman foram mentores de vários atores, incluindo Allison Janney, que conheceram quando ela estava no primeiro ano da universidade e participou numa peça encenada por Paul. Allison agradeceu o apoio de Joanne no seu discurso quando venceu o Óscar de Melhor Atriz Secundária em 2018.
Joanne Woodward e Allison Janney
Em 2022, o ator Ethan Hawke realizou uma série documental sobre Joanne Woodward e Paul Newman intitulada The Last Movie Stars.
Atualmente, Joanne vive em Westport, Connecticut, onde ela e Paul Newman criaram as filhas. Depois de ter apoiado várias causas relacionadas com o Alzheimer e de a sua mãe ter sofrido da doença, foi diagnosticada a mesma doença a Joanne em 2007, na mesma altura do diagnóstico de câncer de Newman.
Joanne Woodward atualmente
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