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A triste vida de Bettie Page, a rainha das "pin-ups"


Bettie Page é uma das figuras mais icônicas da década de 1950, e é conhecida por sua beleza exótica, corpo escultural e a franjinha curta, sua marca registrada. Mas a imagem de uma mulher ousada e provocante escondia uma vida turbulenta e cheia de altos e baixos.




Bettie Mae Page nasceu em Nashiville em 22 de abril de 1923, e era a segunda de seis filhos de Roy Page e Edna Pirtle. Ela cresceu sendo abusada sexualmente pelo pai, desde a mais tenra infância, e enfrentava o ciúmes da mãe, que culpava a menina pelas investidas sexuais do pai.

Seu pai também violentou a filha de um vizinho, que também ainda era uma criança, e a menina acabou engravidado, e Roy foi condenado a prisão. Bettie tinha 13 na época, e ela e os irmãs foram mandados para um orfanato, já que sua mãe não tinha dinheiro para sustentá-los. Eu deixar a filha no orfanato, sua mãe deu um abraço em Bettie, o único que deu em sua vida, e disse que nunca a quis como filha.

Bettie cuidava das irmãs na instituição, e nas horas de diversão penteava seus cabelos e as maquiava, imitando o visual das artistas de cinema. Mais tarde ela usaria esta pratica para cuidar do seu próprio visual. Foi também no orfanato que ela teve seu primeiro contato com os palcos, cantando no coral da igreja das freiras que administravam o local.

Ela também aprendeu a costurar no orfanato, e também seria a responsável por confeccionar seus próprios figurinos e biquinis.



Quando completou 18 anos Bettie Page foi mandada embora do orfanato, e levou suas irmãs com ela, passando a cuidar delas como se fosse sua mãe. Ela e as irmãs trabalhavam como como costureira para pagarem as contas, e mudaram de cidade diversas vezes, em busca de melhores oportunidades.

Em 1943, ela se casou com Billy Neal, e se mudou com ele para São Francisco. E foi quando trabalhava como secretária, em São Francisco, que um fotógrafo a convidou para fazer seu primeiro trabalho como modelo. Ele pediu para ela posar nua e ela não se negou, mas o marido não gostou de ver as fotos da esposa, e pediu o divórcio.

Após o divórcio, ela se mudou para Nova York, e lá conheceria o policial Jerry Tibbs, com quem teve um relacionamento. Tibbs era também fotógrafo amador, e começou a fazer fotos de Bettie no estilo pin-up. 

Tibbs, porém, disse que sua testa era muito grande, e não ficava bem nas fotos, e sugeriu que Bettie Page começasse a usar franja para disfarçar. Surgiu assim a marca registrada da modelo.



Bettie Page começou a se tornar uma modelo requisitada, fazendo poses no estilo pin-up, que era muito popular naquela época, e tornou-se um ícone da moda e de um estilo de vida cultuado até hoje.

Mas sua popularidade aumento quando a modelo assinou contrato com o fotógrafo Irving Klaw, que fez com que Bettie Page fizesse fotos mais ousadas, que remetiam ao sadomasoquismo. A modelo ficou tão popular, que foi capa da Playboy em 1955, e Hugh Heffner a elegeu como a "Miss Pin-Up Gil do Mundo".




Bettie chegou a fazer um teste como atriz para a FOX, mas não foi aprovada. Mas ela apareceu no cinema, em três filmes produzidos por um pequeno estúdio: Striporama (1953), Varietease (1954) e Teaserama (1955).

Estes filmes eram basicamente espetáculos de burlesco, com strip-tease, filmados do palco. Ela também fez muitos curta-metragens, sensuais, que eram vendidos diretamente para o público caseiro.



Mas a popularidade de Bettie Page incomodava as classes conservadoras dos Estados Unidos, e o senador Carey Estes Kefauver, que havia organizado uma comissão contra a imoralidade. Bettie foi chamada para depor.

E mesmo não tendo sido condenada, ficou tão abalada com o interrogatório, que abandonou a carreira em 1958. Bettie foi perseguida pelo FBI, e acabou se mudando para a Flórida, onde viveu anonimamente.

Ela se casou novamente, mas o casamento não durou muito, e ela teve um colapso nervoso. Um dia, andando na rua, viu uma cruz em uma igreja batista, e entrou. Era 1959, e Bettie Page passou a se dedicar vida religiosa.

Ela até tentou ser missionária na África, mas não foi aceita na missão por ser divorciada. Então ela continuou a dedicar-se a sua igreja, tornando-se pregadora na congregação de Billy Graham, um popular evangelista, extremamente conservador.

Bettie desapareceu dos holofotes, reaparecendo apenas em 1972, após ameaçar sua senhoria. A antiga pin-up ameaçou a dona de seu apartamento, e seu filhos, com uma faca, e os fez ficar por horas olhando para a cruz em uma parede.

Na prisão, ela foi diagnosticada com esquizofrenia, e foi ficou 20 meses em uma instituição psiquiátrica. E após ser solta, ficou por oito anos em liberdade condicional.




Na década de 1980 a imagem de Bettie Page atingiu o status de cult, e havia uma mística em torno da vida da modelo. Surgiam diversos rumores e notícias falsas sobre ela, e havia quem duvidasse que ela ainda estivesse viva.

E foi somente na década seguinte que ela reapareceu. Um documentário rastreou os passos da modelo e atriz, e a localizou. Bettie viva na pobreza, e aceitou dar uma entrevista. Ela então passou a vender autógrafos e dar entrevistas, mas não não gostava de se deixar fotografar. 

Hugh Heffner então a procurou, e pagou um advogado para que a modelo processasse as pessoas que estavam usando sua imagem para fins comerciais, sem pagar direitos autorais para a modelo.

Um raro retrato desta época foi justamente ao lado de Hugh Heffner. Com cabelos grisalhos, Betty ainda exibe sua famosa franjinha.




O processo garantiu que ela tivesse uma vida financeira tranquila na velhice. 

Mas no começo de dezembro de 2008 Bettie Page teve um ataque cardíaco, e entrou em coma. Ela nunca mais acordou, e faleceu em 11 de dezembro de 2008, aos 85 anos de idade.


Em 2005 sua vida foi contada no filme A Infame Bettie Page, estrelado por Gretchen Moll.





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1 Comentários

  1. Uma vida atormentada dessa moça. Fiquei curiosa pra saber sobre o destino das irmãs, depois que Bettie se casou.

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