O ator francês Michel Bouquet, que atuou em quase 120 filmes ao longo de uma carreira de mais de 70 anos de carreira, morreu no dia 13 de abril, aos 96 anos de idade, noticiou a agência France-Presse.
E apesar de ter filmados com nomes como Claude Chabrol, François Truffaut e Jean Delannoy, foi nos palcos onde o ator "reinou", como escreveu o jornal Le Monde. Nascido em Paris, em 1925, o ator começou a atuar na adolescência, após seu pai ser enviado para um campo de concentração, durante a ocupação nazista à Franca. E ele despediu-se do teatro em 2017, aos 93 anos de idade, quando interpretou Tartufo, de Molière.
No cinema, estreou em 1947, mas sua carreira demorou a decolar. Ele começou a ganhar destaque em Mulher Desejada (Pattes Blanches, 1949), de Jean Anouih, e depois fez Anjo Perverso (Manon, 1949), de Henri-Georges Clouzot. Também atuou em A Torre do Prazer (La Tour de Nesle, 1955), de Abel Gance, e narrou o documentário Noite e Neblina (Nuit et Brouillard, 1956), de Alain Resnais.
Em 1965 ele trabalhou pela primeira vez com Claude Chabrol, no filme O Tigre Se Perfuma Com Dinamite (Le Tigre, 1965). Depois disto, faria uma longa parceria o cineasta, atuando em diversos filmes seus. Sob a tutela de Chabrol, o ator foi aclamado por seus trabalhos em Stephane (La Femme Infidèle, 1969), Trágica Separação (La Rupture, 1970) e Ao Anoitecer (Juste Avant La Nuit, 1971).
Com François Truffaut ele foi o detetive assassinado por Jean-Paul Belmondo em A Sereia do Mississipi (La Sirène du Mississipi, 1969), e uma das vítimas de Jeanne Moreau em A Noiva Estava de Preto (La Mariée était en Noir, 1968).
Ele também perseguiu Alain Delon como um policial obstinado em Dois Homens Contra Uma Cidade (Deux Hommes Dans La Ville, 1972), e esteve em filmes como Não Há Fumaça Sem Fogo (Il N'y a Pas de Fumée Sans Feu, 1973) e A Razão do Estado (La Raison D'ètat, 1978).
Novamente com Chabrol, trabalhou em Um Tira Amargo (Paulet au Vinaigre, 1980), como inimigo de Stéphane Audran, com quem atuou em muitos filmes e foi o Inspetor Javert na versão de Os Miseráveis (Les Miserables, 1982), de Robert Hossein.
O ator foi premiado pelos papéis que fez nos filmes Um Homem Com Duas Vidas (Toto le Héros, 1991), Como Matei Meu Pai (Comment J'ai Tué Mon Père, 2001) e O Último Mitterrand (Le Promeneur du Champ de Mars, 2005), onde interpretou o presidente François Mitterrand.
Em 2012 Michel Bouquet interpretou o pinto Jean Renoir no filme Renoir (Idem, 2012), e aposentou-se das telas em 2020, após atuar em Villa Caprice (2020).
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