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A sensível Diane Varsi, a atriz que não se adaptou em Hollywood


Em 1958 Diane Varsi foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo seu papel de Allison MacKenzie em A Caldeira do Diabo (Peyton Place, 1957). Era sua estreia nas telas, e junto com Sandra Dee e Carolyn Jones, Varsi acabou sendo eleita como a mais promissora nova estrela de Hollywood daquele ano.



Diane Maria Antonia Varsi nasceu em San Mateo, Califórnia, em 23 de fevereiro de 1938. Seu pai era florista e sua família era bastante humilde, o que levou Diane Varsi abandonar os estudos muito cedo para trabalhar e ajudar nas despesas domésticas.

Ela trabalhou na colheita de frutas, em uma fábrica de velas, foi garçonete e viu as coisas começarem a melhorar quando foi chamada para trabalhar como modelo em uma loja de roupas.

Em 1950 ela resolveu fazer uma viagem de São Francisco até o México, mas acabou ficando no meio do caminho, em Los Angeles. Na cidade, ela descobriu o amor pelas artes, como a dança, poesia e música. Ela começou sua carreira artística como cantora de música folk e baterista.

Em Los Angeles também matriculou-se nas aulas de atuação do ator Jeff Corey, e estreou como atriz em uma produção amadora de Gigi. Em 1956 a atriz se casou com o produtor James Dickson, com quem teve um filho.

Jeff Corey, um veterano ator em Hollywood, sugeriu que Diane Varsi fizesse um teste para o filme  A Caldeira do Diabo (Peyton Place, 1957), de Mark Ronson. O papel era disputado por diversas atrizes de Hollywood, e inicialmente a atriz Susan Strasberg foi a escolhida, mas foi demitida após exigir um aumento de salário. Debbie Reynolds foi a escolha para substituir Susan, mas também acabou afastada do projeto.

E apesar da relutância dos produtores de contratarem uma novata desconhecida, Diane acabou ficando com o papel.


Diane Varsi e Lana Turner em A Caldeira do Diabo


O filme fez um enorme sucesso, mesmo fazendo uma grande crítica a sociedade norte-americana, e foi indicado a 9 Oscars (apesar de não ter vencido nenhum). Vários atores do elenco receberam indicação os Oscar (Lana Turner, Russ Tumblyn, Arthur Kennedy, Hope Lage e Diane Varsi).

Varsi disputou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante com a colega Hope Lage, ambas do elenco da mesma produção. Ela também ganhou um Globo de Ouro de Atriz Revelação do Ano, dividindo a honraria com Sandra Dee e Carolyn Jones.

Diane se tornou a nova queridinha de Hollywood, e recebeu um longo contrato com a Fox. A famosa colunista Louella Parsons escreveu dizendo que ela "uma estrela nova e emocionante", e a apelidou de "O Marlon Brando de saias". 

A Fox a escalou para três grandes produções do estúdio, A Casa das Amarguras (Ten North Frederick, 1958), Caçada Humana (From Hell to Texas, 1958) e Estranha Obsessão (Compulsion, 1959).



Diane varsi e Gary Cooper em Caçada Humana


Diane Varsi e Dean Stockwell em Estranha Obsessão


O estúdio tentou promove-la a uma estrela do primeiro time da casa, mas Diane Varsi não gostava do estrelato. Ela evitada dar entrevistas, nem posar para fotos publicitárias, e se recusava terminantemente a fazer fotografias em trajes de banho.

Sua tendência de evitar publicidade logo foi comparada com o finado astro James Dean, e as pressões do estúdio aumentavam. Diane começou a recusar roteiros, e cada dia mais achava difícil sucumbir aos sistema dos estúdios.

Como resultado, ela teve um colapso nervoso. Na mesma época, seu casamento acabou, e Diane acabou ficando vários dias internada em um hospital psiquiátrico. Ao ter alta, ela foi punida com uma suspensão da Fox, que ao invés de demiti-la, deixou-a sob contrato, para ela não poder trabalhar em filmes em outros estúdios cinematográficos.

Diane então mudou-se com seu filho para Vermont, e anunciou que estava abandonando o cinema definitivamente. em Vermont, ela viveu anonimamente, e passou a prestigiar eventos de arte, dedicando-se a música e a escrever poesias.

Em 1961 ela conheceu o futuro produtor Michael Hausman, com quem se casou em 1961. Com Michael, ela teve uma filha, o também atriz Willo Hausman.


Willo Hausman


Em 1964, cinco anos após o seu colapso nervoso, seu contrato com a Fox finalmente expirou. Ela então poderia retornar ao cinema, mas sua fama já havia passado, e ela já não gerava interesse de outros estúdios.

Seu amigo Don Murray, com quem ela havia contracenado em A Casa das Amarguras, conseguiu para ela um papel no independente Sweet Love, Bitter (1967), três anos depois que ela havia se livrado do compromisso com a Fox.


Diane Varsi em Sweet Love, Bitter



Ela também atuou no sueco Roseanna (1967), mas nenhum destes trabalhos acrescentou muito ao seu retorno ao cinema. Diane então juntou-se a American International Pictures, para ter autonomia em conseguir melhores papéis.

Ela então foi uma das estrelas do hoje cult Violência nas Ruas (Wild in the Streets, 1968), ao lado de outro ator tido como rebelde e avesso ao estrelato Christopher Jones.


Kevin Coughlin, May Ishihara, Christopher Jones e Diane Varsi em Violência nas Ruas


Ela ainda atuou em um filme de baixo orçamento chamado Killers Three (1968), que era inspirado na história de Bonnie e Clyde. Diane Varsi dividia o protagonismo com Robert Walker Jr., filho da atriz Jennifer Jones com o ator Robert Walker.


Robert Walker Jr., Diane Varsi e Dick Clark em Killers Three


Em 1970, sob direção de Roger Corman, ela atuou em Os 5 de Chicago (Bloody Mama, 1970), ao lado de Shelley Winters, Bruce Dern e o novato Robert De Niro. Varsi interpretava uma prostituta da cidade.



Diane Varsi em Os 5 de Chicago



Novamente recusando papéis que não lhe interessavam, e buscando sempre atuar em filmes que a desafiassem, Diane ainda atuou no drama anti guerra Johnny Vai à Guerra (Johnny Got His Gun, 1971), e fez alguns trabalhos menores na televisão, apenas para pagar as contas.



Diane Varsi em Johnny Vai à Guerra 


Em 1972, após atuar em um telefilme sobre alienígenas que invadem a terra, ela se retirou novamente do cinema. Diane Varsi passou a dar aulas de atuação, e depois voltou-se para a poesia, tendo inclusive publicado alguns livros.

Ela também tornou-se fotógrafa, e parecia ter desistido de Hollywood. Mas cinco anos depois, ela aceitou um novo e último trabalho no cinema, interpretando uma paciente com problemas mentais no tocante I Never Promised You a Rose Garden (1977).

No mesmo ano a atriz foi diagnosticada com a Doença de Lyme, uma inflamação das articulações, que pode afetar o coração e o sistema nervoso. Desgostosa com sua carreira, e com a saúde debilitada, ela desapareceu da mídia para sempre.

Em 19 de novembro de 1992 ela teve seu nome discretamente mencionado nos jornais, que comunicaram que a atriz faleceu de insuficiência respiratória, causada pela condição médica diagnosticada anos antes. Ela tinha apenas 54 anos de idade.





Veja também: Tributo a Cary Grant


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