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Carolyn Jones, a eterna Mortícia Addams


Apesar de ter conquistado uma sólida carreira cinematográfica na década de 1950, tenho contracenado com Elvis Presley e com uma indicação ao Oscar, foi na televisão que Carolyn Jones conquistou o público e o estrelato, quando interpretou a matriarca na série A Família Addams (The Addams Family, 1964-1966).




Carolyn Sue Jones nasceu em 28 de abril de 1930, em Amarillo, Texas. Criada apenas pela mãe, Carolyn Jones foi uma criança muito frágil, e uma asma grave a impedia de fazer até mesmo atividades simples, como ir ao cinema, sua paixão de infância.

Sem poder frequentar uma sala de exibição, ela colecionava revistas que estampavam fotos dos astros das telas, sonhando um dia ser também uma estrela de cinema. Aos 17 anos de idade, ela ingressou na escola de atuação Pasadena Playhouse, após seu avô concordar em pagar suas aulas de teatro.

Quando atuava no teatro local, como atriz substituta, acabou ficando com o papel principal de uma produção, após a estrela do elenco deixar a carreira para se casar. E foi durante uma destas apresentações que um caçador de talentos da Paramount a descobriu, e lhe ofereceu um teste de tela.

Carolyn Jones, que era originalmente loira, estreou no cinema como figurante no filme Tributo de Sangue (The Turning Point, 1952).


Carolyn Jones (loira, no centro da foto) em Tributo de Sangue

Ela ainda seria figurante nos filmes De Tanga e de Sarongue (Road to Bali, 1952), O Promotor de Encrencas (Off Limits, 1952) e A Guerra dos Mundos (The War of the Worlds, 1953). Após 6 meses contratada pela Paramount, a atriz foi demitida pelo estúdio, que estava enfrentando uma crise financeira graças a popularização da televisão.

Em 1953 a atriz se casou com o aspirante a cineasta Aaron Spelling, que viria a ser um dos maiores produtores da história da televisão. Antes disto, ela havia sido casada com Donald G. Donaldson (entre 1950 e 1951), um antigo colega de classe da Passadena Playhouse.


Foi também em 1953 que ela conseguiu seu primeiro grande papel no cinema, no filme de terror, produzido em 3D, Museu de Cera (House of Wax, 1953), estrelado por Vincent Price. Carolyn interpretava uma das vítimas de Price, que transformava sua personagem em uma estátua de cera de Joanna Darc.


Carolyn Jones em A Casa de Cera


Carolyn Jones, como Joanna Darc, em A Casa de Cera

A atriz recebeu boas críticas pelo papel, e foi convidada pela Columbia para interpretar a prostituta Alma Burke em A Um Passo da Eternidade (From Here to Eternity, 1953). Mas a atriz contraiu pneumonia, e precisou ser substituta por Donna Reed, que acabou ganhando um Oscar pelo papel. 

Após perder um grande papel, ela atuou em filmes que tiveram pouca repercussão, ou fez personagens sem muito destaque, em filmes como Os Corruptos (The Big Heat, 1953), Lábios Ardentes (Geraldine, 1953), Ódio que Não Perdoa (Make Haste to Live, 1954), A Espada de Sarracena (The Saracene Blade, 1954), Caçado Como Fera (Shield for Murder, 1954), Três Horas Para Matar (Three Hours to Kill, 1954) e O Pecado Mora ao Lado (The Seven Year Itch, 1955).

Nesta época, a atriz começou também a fazer muitos trabalhos na televisão.


Tom Ewell e Carolyn Jones em O Pecado Mora ao Lado

Ela voltou a fazer sucesso no clássico de ficção científica Vampiros de Almas (Invasion of Boby Snatchers, 1956), que fazia uma sutil alegoria ao Macarthismo, política de perseguição a artistas e profissionais do cinema vigentes na época.


Carolyn Jones em Vampiros de Almas

Foi então que o famoso cineasta Alfred Hitchcock a escalou para O Homem Que Sabia Demais (The Man Knew Too Much, 1956), filme estrelado por James Stewart e Doris Day. Era um papel relativamente pequeno, mas deu grande projeção ao nome da atriz em Hollywood.


Carolyn Jones e Doris Day em O Homem Que Sabia Demais

Enquanto ela se projetava como atriz, Aaron Spelling, seu marido, não tinha uma bem sucedida carreira como diretor. O casal ganhava pouco, e Carolyn o incentivou a se tornar roteirista, e constantemente divulgava seus roteiros durante as produções em que atuava. Foi Carolyn que conseguiu que ele se torna-se escritor do The Dick Powell Show, que foi um divisor de águas na carreira de Spelling.

A atriz ganhou um importante papel no drama Despedida de Solteiro (The Bachelor Party, 1957). Por conta própria, ela pintou o cabelo de preto pela primeira vez, e o cortou bem curto. O novo e surpreendente visual agradou aos produtores, e acabou sendo adotado ao longo do resto de sua carreira.

Carolyn aparecia apenas 8 minutos no filme, mas mas recebeu muitos elogios pela sua atuação, e foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por este trabalho.


Carolyn Jones em Despedida de Solteiro


Carolyn não ganhou o Oscar, mas no ano seguinte recebeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz Revelação (dividido com Sandra Dee e Diane Varsi), por seu desempenho em Até o Último Alento (Marjorie Morningstar, 1958).

No mesmo ano, ela interpretou um interesse romântico de Elvis Presley no filme Balada Sangrenta (King Creole, 1958), considerado um dos melhores filmes do "Rei do Rock".



Natalie Wood e Carolyn Jones em Até o Último Alento


Elvis Presley e Carolyn Jones em Balada Sangrenta


Jones ainda atuou em A Mulher que Comprou a Morte (The Man in the Net, 1959), Os Viúvos Também Sonham (A Hole in the Head, 1959) e Calvário da Glória (Career, 1959), que para muitos críticos foi seu melhor papel no cinema, apesar do filme ter sido um fracasso de bilheteria.

Ela também fez Duelo de Titãs (Las Train From Gun Hill, 1959), ao lado de Anthony Quinn e Kirk Douglas.






Kirk Douglas e Carolyn Jones em Duelo de Titãs





A atriz atuaria em filmes como O Gigante do Gelo (Ice Palace, 1960), O Capitão Era Um Pirata (Sail a Crooked Ship, 1961), A Conquista do Oeste (1961) e Operação Matrimônio (A Ticklish Affair, 1963). Nenhum deles deu grande resultados de bilheterias, e a atriz começou a ser chamada cada vez mais para atuar na televisão.

Em 1963, por uma participação na série A Lei de Burke (Burke's Law), ela recebeu sua segunda indicação ao Globo de Ouro, agora como atriz convidada.

A medida que sua carreira no cinema decaia, a carreira de Aaron decolava. O casamento também não ia muito bem, e eles se separaram em 1963, mas só assinaram o divórcio, amigavelmente, em 1965. Futuramente, a atriz apareceria como convidada em algumas das séries criadas pelo ex marido.



Carolyn Jones e Aaron Spelling


Em 1964 Carolyn conquistou definitivamente a televisão, quando ganhou o papel de Mortícia Addams na série A Família Addams (The Addams Family, 1964-1966). Baseada nos personagens dos quadrinhos criados por Charles Addams, Carolyn ficou dois anos disputando este personagem, apesar de ser desde o começo da produção, a escolha do cartunista, de quem ela se tornou grande amiga.

A série foi criada para competir com Os Monstros (The Munsters), lançada alguns meses antes, e fez um grande sucesso, batendo até a famosa série A Feiticeira (Bewitched).



A Família Addams


Carolyn Jones como Mortícia Addams


Carolyn Jones e John Astin (Gomez Addams) em A Família Addams


Mas apesar do enorme sucesso, o programa recebia muitas críticas devido a forte tensão sensual entre Mortícia e Gomez Addams (papel de John Astin), e a emissora de TV resolveu acabar com a série.

A personagem acabou marcando demais a carreira da atriz, que teve dificuldades em conquistar novos papéis. Ela fez algumas participações em séries de TV após o cancelamento de A Família Addams, destacando-se como Marsha, a Rainha dos Diamantes, na série Batman.


Caroline Jones em Batman


Sem muitos convites em Hollywood, ela voltou a atuar no teatro, onde conheceu o maestro e treinador vocal Herbert Green, com quem se casou em 1968.

Nos próximos anos, a atriz basicamente só conseguiu papéis como convidada em séries de TV. As exceções cinematográficas foram nos filmes O Céu à Mão Armada (Heaven With a Gun, 1969) e no terror Devorado Vivo (Eaten Alive, 1976), onde aparecia quase irreconhecível debaixo de uma forte maquiagem.



Carolyn Jones em Devorado Vivo


Na TV, Carolyn apareceu em diversas séries criadas por seu ex marido Aaron Spelling, como Rango, Mod Squad, O Barco do Amor e A Ilha da Fantasia. Ela também apareceu em outras séries, que não eram criação de Spelling, como Raízes (Roots, 1977) e Mulher Maravilha (Wonder Woman), onde viveu a amazona mãe das personagem vividas por Lynda Carter e Debra Winger.



Carolyn Jones em A Ilha da Fantasia


Carolyn Jones, Debra winger e Lynda Carter em Mulher Maravilha



Carolyn Jones voltou a viver a Mortícia Addams no desenho do Scooby Doo, em 1972, e no telefilme Haloween With the New Addams Family (1977), desta vez uma produção colorida da qual participaram todos os membros originais do elenco da série da década de 1960, com exceção da atriz Marie Blake (a vovó Addams), que já estava bastante adoentada. Marie faleceria no ano seguinte, 1978.




Carolyn Jones em Haloween With the New Addams Family


Em 1982 Carolyn Jones começou a interpretar seu último papel, vivendo a intrigante matriarca Myna Clegg na novela Capitol. A atriz já estava muito doente, tratando um câncer de cólon na época.

Ela manteve a sua doença em segredo, apesar de fazer um tratamento bastante agressivo, que a obrigava a gravar várias cenas em uma cadeira de rodas e sentir muitas dores. Aos colegas de elenco e equipe, ela dizia estar fazendo um tratamento para uma úlcera.



Carolyn Jones e Constance Towers em Capitol


Embora soubesse que seu estado era terminal, ela se casou com seu namorado, o ator Peter Bailey-Britton em setembro de 1982. Ela havia se separado de Herbert Green em 1977.


Em julho de 1983, o câncer já havia atingido seu fígado e estomago, e Carolyn Jones entrou em coma.


Casamento de Carolyn Jones e Peter Bailey-Britton


Em 03 de agosto de 1983 a atriz acabou falecendo, com apenas 53 anos de idade. Pouco antes de morrer, Carolyn Jones disse a irmã que não ficasse triste, porque ela havia cumprido sua missão de "dar alegria ao mundo".







Veja também: As Bruxas do Cinema e TV






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2 Comentários

  1. Ótima matéria. Apenas duas retificações. Balada Sangrenta não é um western e sim um drama. E temos que lembrar o trabalho da atriz em Duelo de Titãs ao lado de Anthony Quinn e Kirk Douglas em 1958, num excelente desempenho...

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  2. Como é gratificante ver que ainda mantém memória da minha fav viva! Carolyn Jones foi uma atriz memorável que não será esquecida nunca! Emocionada

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