Por Diego Nunes
Virginia Cherrill ficou conhecida ao interpretar a florista cega no clássico Luzes da Cidade (City Lights, 1931), de Charles Chaplin. Ela também foi a primeira esposa de Cary Grant, e contracenou com o brasileiro Raul Roulien, em Hollywood.
Dollie Virginia Cherrill nasceu em Illinois, em 12 de abril de 1908. Ela não pretendia ser atriz, mas foi convencida a tentar por influência de sua amiga Sue Carol (que mais tarde se casou com Alan Ladd), que era uma estrela em Hollywood.
Sue Carol a levou em um baile repleto de artistas em Chicago, e Virginia Cherrill acabou sendo eleita a "Rainha do Baile", o produtor Florez Ziegfeld também estava na festa, e a convidou para ingressar no seus espetáculos de variedades, mas Cherrill recusou a oferta.
E após divorciar-se de seu primeiro marido, em 1928, ela resolveu passar uns dias com a amiga Sue Carol em Hollywood. A amiga conseguiu um papel para Cherrill, como figurante, em um de seus filmes, Conquistando os Ares (The Air Circus, 1928).
Virginia Cherrill não gostou da experiência, e não buscou novos papéis. Mas enquanto assistia a uma luta de boxe, Charles Chaplin sentou-se ao seu lado na plateia, e ficou encantando com seus olhos, e a convidou para ser a estrela de seu novo filme, Luzes da Cidade (City Lights, 1931).
Virginia Cherrill e Charles Chaplin em Luzes da Cidade
Chaplin e Virginia brigaram muito durante as filmagens. Ela estava exausta com o perfeccionismo do diretor, que a obrigava a gravar a mesma cena dezenas de vezes. Virginia reclamou, e Chaplin a demitiu.
Ele chegou a gravar algumas cenas com Georgia Hale, mas viu que já havia gasto muito na produção, e precisaria reaproveitar as cenas já gravadas de Cherrill. A atriz Marion Davis então a aconselhou a exigir um cachê maior para retornar a produção, e Chaplin se viu obrigado a pagar.
A Fox correu atrás da nova estrela de Chaplin, e lhe ofereceu um contrato. No estúdio, ela estreou em Girls Demand Excitement (1931), um dos primeiros filmes sonoros de John Wayne. John Ford lhe ofereceu um papel em A Garota (The Brat, 1931).
John Wayne e Virginia Cherrill
Ainda na Fox, ela fez um papel de coadjuvante em Deliciosa (Delicious, 1931), que contava a história de George Gershwin, e era estrelado por Janet Gaynor e o brasileiro Raul Roulien.
Sem emplacar na Fox, ela teve seu contrato rescindido, e ficou sem atuar até que Todd Browing a chamou para fazer Perdão, Senhorita (Fast Workers, 1933).
Virginia Cherrill e Gilbert Roland em Perdão, Senhorita
A atriz ainda apareceu em O Inimigo da Light (The Nuisance, 1933), O Maior Caso de Chan (Charlie Chan's Greatest Case, 1933), He Couldn't Take It (1933), As 4 Sabidonas (Ladies Must Love, 1933) e White Head (1934). Alguns de seus últimos filmes foram feitos em estúdios menores.
Em fevereiro de 1934 Virginia Cherrill se casou com o ator Cary Grant, tornando-se sua primeira esposa. O casamento durou pouco mais de um ano, e terminou em divórcio em 1935. Cherrill alegou que Grant era mentalmente abusivo, mas muitos acreditam que o casamento tenha sido de fachada, pois antes do matrimônio Cary Grant vivia com o ator Randolph Scott, e haviam rumores que eles tinham algo mais do que uma amizade.
Nas poucas entrevistas que a atriz deu após deixar a carreira, entretanto, ela negou veementemente estes boatos.
Cary Grant e Virginia Cherrill
Após a separação, a atriz mudou-se para à Inglaterra, onde fez outros quatro filmes, que não fizeram sucesso, até 1935. Depois abandonou a carreira, Virginia Cherrill declarou "eu não era grande coisa como atriz".
Na Inglaterra a ex atriz se casou com um nobre, tornando-se Virginia Child-Villiers, Condessa de Jersey.
Virginia Child-Villiers, Condessa de Jersey
Virginia abandonou a nobreza em 1946 e retornou aos Estados Unidos. Em 1948 ela se casou pela quarta vez, e desta vez permaneceu casada até sua morte, em 14 de novembro de 1996, aos 88 anos de idade.
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