No inverno de 1968, a estrela de O Mágico de Oz, Judy Garland, inicia uma turnê com ingressos esgotados em Londres, Inglaterra.
Este é o enredo básico do filme Judy - Muito Além do Arco-Íris (Judy, 2019), baseado na vida da atriz Judy Garland. O filme é estrelado por Renné Zellweger, que ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz Dramática, que recebeu sua quarta indicação ao Oscar pelo papel.
Confesso que não achei Renné parecida quando as filmagens foram inciadas, e fiz parte do coro que criticou a escolha da atriz que interpretaria Judy nas telas, do qual também faziam parte sua filha Liza Minelli.
Porém, Renné está ótima, numa atuação tocante, que faz você sentir raiva, pena e carinho por Judy, tudo ao mesmo tempo. Em vários momentos, parecia que eu estava mesmo vendo Judy Garland, nos bastidores.
Embora biográfico, o filme retrata apenas um breve período da vida da antiga estrela da MGM. Afastada do cinema desde 1963, Judy é uma artista decadente, endividada e lutando para se sustentar e não perder a guarda de seus filhos Syd e Lorna, que mais tarde também se tornaria atriz (já falamos dela aqui).
Apresentando-se em pequenas casas noturnas e despejada do hotel onde vivia, Judy aceita se apresentar numa temporada de shows em Londres, para recuperar suas finanças. O filme mostra a atriz com medo do palco após muitos anos sem se apresentar para uma platéia tão grande. Suas inseguranças, medos e frustrações também estão presentes, fazendo de Judy Garland um ser humano fragilizado, e não apenas um ícone das telas.
Os problemas para dormir, os abusos enquanto estrela mirim, o vício em remédios e álcool, tudo é apresentado, porém de forma não apelativa e sensível. Judy é ao mesmo tempo uma estrela temperamental e uma pessoa doce e solitária, que oscila entre shows espetaculares e shows fracassados, repletos de vaias da platéia.
Renné Zellweger aprendeu a cantar para trabalhar no filme, e é ela quem aparece cantando nas cenas de Judy - Muito Além do Arco-Íris. Apesar de não dever nada como interprete, os fãs sentem falta de ouvir a voz original de Judy Garland. Porém, a cena onde Judy canta Over The Raibow é emocionante.
Vale ainda destacar a atuação de Finn Wittrock (de American Horror History) e de Darci Shaw, que interpreta a jovem Judy. E Gus Barry está a cara do jovem Mickey Rooney no filme.
Embora Darci e Gus apareçam pouco, os dois retratam a fase da adolescente Judy Garland na MGM, onde sofria diversas pressões (como um encontro com Mickey Rooney em uma lanchonete construída nos estúdios, repleta de fotógrafos, agentes e demais profissionais do estúdio). Ainda criança, Judy, que atuava desde os dois anos de idade, é proibida de comer (para não engordar) e de dormir, devido a carga de trabalho exaustiva.
Foi a mando da MGM que a menina começou a tomar remédios para emagrecer e para não dormir, que se tornariam em um vício que a acompanharam por toda a vida.
Richard Cordery (como Louis B. Mayer) e Darci Shaw em Judy
Gus Barry como Mickey Rooney
Com exceção de um Oscar Juvenil recebido na infância, Judy Garland nunca recebeu tal honraria. Renné Zellweger tem grandes chances de levar o troféu como Melhor Atriz, fazendo de certa forma, justiça a carreira de Judy. O filme também concorre ao Oscar de melhor maquiagem. Veja os demais indicados ao Oscar de 2020 aqui.
Seis meses após os shows em Londres, Judy Garland faleceu em 22 de junho de 1969, com apenas 47 anos de idade.
"Um coração não se julga por quanto você ama, mas por quanto você é amado pelos outros!" (O Mágico de Oz).
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