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Relembrando a atriz e comediante Marina Miranda


Marina Miranda ficou famosa como a "crioula difícil" e participou de diversos programas humorísticos da televisão, tendo feito longa parceria ao lado do comediante Tião Macalé.


Marina Miranda e Tião Macalé


Nascida em Paraíba do Sul, Rio de Janeiro, em 30 de setembro de 1930. Ao todo os pais de Marina tiveram oito filhos, mas não tinham condições de sustentar as crianças. Aos dois anos de idade, ela foi entregue para ser criada por Aydil Floresta Miranda, a Dona Didi.

Seu primeiro contato artístico foi em 1955, cantando músicas líricas no programa Papel Carbono, de Renato Murce, na Rádio Nacional. Marina era fã de óperas, e muito jovem compra discos de músicas clássicas, e após ouvir as músicas, escrevia sua próprias partituras. Um jornaleiro italiano do bairro, a ajudava na pronuncia correta nos trechos do canto lírico. A aspirante a cantora de óperas chegou a ganhar uma bolsa de estudos na Escola Nacional de Música, mas precisou abandonar para poder trabalhar e ajudar nas despesas domésticas. Quando sobrava um dinheirinho, fazia aulas particulares com a cantora Marieta Campelo.

Com a voz de soprano, começou a destacar-se nos programas de calouro, e com seu primeiro prêmio recebido no rádio, comprou um liquidificador para Dona Didi. Seu primeiro salário, obtido anos depois, foi usado para comprar a primeira geladeira de sua protetora. Além de ajudar a mulher que a criou como filha, Marina também doava parte do seu salário e visitava frequentemente um orfanato na Gávea, solidária com as crianças que tiveram uma vida similar a sua.

Em 1956 Celso Guimarães a levou para a TV Rio, onde ela estreou em alguns quadros humorísticos, devido a sua natureza divertida e espontânea. Mas conforme ela mesmo declarou em entrevistas, o preconceito de alguns colegas não permitiu seu crescimento na televisão.




Em 1960 ela estreou no teatro, na revista Porque Me Afano no Bananal, de Geysa Boscoli. No elenco, os veteranos Jararaca e Ratinho e Aracy Cortês. No ano seguinte, estreou no cinema em um pequeno papel na comédia Entre Mulheres e Espiões (1961), estrelado por Oscarito.

Mas sua grande chance ocorreu quando o empresário Carlos Machado a convidou para estrelar o espetáculo O Teu Cabelo Não Nega (1963), sobre a vida do compositor Lamartine Babo (interpretado por Joel de Almeida). O espetáculo fez um enorme sucesso, e como consequência, Marina começou a ganhar mais destaque no Canal 13, onde ela já era contratada há alguns anos.


Joel de Almeida e Marina Miranda


Marina começou a brilhar no programa Noites Cariocas, onde fazia diversas personagens, mas a Brigitte, casada com um milionário americano (vivido por Milton Carneiro) era a mais popular delas. Brigitte, que usava meias de seda e casacos de pele, exigia uma empregada branca, vivida pela vedete Teresa Costelo.

Na TV Rio, Marina participou de diversos programas de humor, como O Abre Alas e O Riso é O Limite. Ela chegou a gravar um disco com marchinhas de carnaval nesta época. A comediante era chamada pelos críticos de "Grande Otelo de Saias".






No cinema, Marina ainda atuou em Os Caras de Pau (1971) e Ipanema Toda Nua (1971).

Em 1968 Marina foi para a Rede Globo, onde passou a atuar no programa Balança Mais Não Cai (1968-1971). Foi neste programa que surgiu o bordão "Oh Crioula Difícil!", proferido por Tião Macalé.







Na emissora, Marina ainda atuou em novelas como Dona Xepa (1977), Dancin' Days (1978), Vereda Tropical (1984), A Gata Comeu (1985) e Mandala (1987). Mas foi nos programas de humor onde a artista mais brilhou.

Marina participou de Os Trapalhões, Zorra Total e Escolinha do Professor Raimundo, onde interpretou a personagem Dona Mandala.


Dona Mandala


Após muitos anos na emissora, Marina Miranda deixou a Globo. Tempos depois, em dificuldades financeiras, chegou a ir em programas de televisão pedir emprego. A atriz recebeu um convite da TV Record, onde atuou nas novelas Prova de Amor (2005), Caminhos do Coração (2007), Os Mutantes - Caminhos do Coração (2008) e Promessas de Amor (2009). Também atuou no especial de fim de ano Balada, Baladão (2010), seu último trabalho na televisão.



Théo Becker e Marina Miranda em Caminhos do Coração



Em 2010 recebeu o "Troféu Raça Negra 2010" pelo sua contribuição à cultura do país. No evento, emocionada, ela declarou "Esse prêmio tem um grande valor para mim. É a primeira vez que ganho um troféu".



Marina Miranda morava com sua filha, em Sylvia, que trabalha como ambulante no Rio de Janeiro. Sylvia chegou a fazer uma vaquinha virtual, para arrecadar dinheiro para o tratamento de saúde da artista.


Ela faleceu na no dia 20 de setembro de 2021, aos 90 anos de idade. Sofrendo de Alzheimer, a veterana comediante estava em coma há 2 dias. 




 Marina Miranda, Agnaldo Timóteo e Tião Macalé

Dercy Gonçalves e Marina Miranda





Veja também: Os Artistas que Morreram em 2021


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4 Comentários

  1. sou filha dela sylvia nao moro mais com ela. infelizmente. sou camelô no meier mas sou formada em jornalismo falo 4 linguas. ppr motivo de um câncer linfoma no hodgkin difuso nao posso trabalhar e nem estar c minha mãe pq nao me dou c minha irmã que é tutora dela. meu insta @sylmirandareal

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    1. Vc tá melhor? Tua familia não te ajuda financeiramente? Vc é casada, tem filhos?

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  2. Fiquei triste conheci a Marina em 1955 numa sessão espirita Kardecista em 1955 que eu frequentava eu tinha 15 anos e ela não sei eu trabalhava com uma senhora que frequentava e eu ia junto é a Marina ia com essa senhora mãe adotiva.Ela cantava essas músicas clássicas.Depois vim embora sou do R/S .E acompanhei todo esse tempo a Marina pela TV mas nunca falei com ela.Gostava de ve-la atuando mais nunca mais a vi cantar.Que pena As pessoas espiritualidade tem outro jeito de viver a vida Não entendi ela terminar assim Que Deus tenha misericordia de ti Marina.Ela tinha carinho das pessoas Mais enfim.....

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  3. Estou muito triste pelo o que esta acontecendo com a Marina,pois e triste vermos como os idosos sao tratados neste mundo,fico pensando na minha mae que ja tem uma certa idade

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