Últimas Notícias

6/recent/ticker-posts

Vera Nunes, a bonequinha do cinema brasileiro


Vera Nunes foi uma grande estrela do cinema brasileiro, que também brilhou nos palcos do teatro e nas novelas da televisão, veículo do qual era pioneira.





Isaura Nunes Henriques nasceu em 12 de agosto de 1928, na cidade do Rio de Janeiro. Para satisfazer o pai, ela se formou contabilista, mas aos 16 anos prestou concurso para a Rádio Ministério da Educação, para ser rádio-atriz.

A jovem Isaura passou, ingressando no elenco da emissora ao lado dos também estreantes Fernanda Montenegro e José Vasconcelos. Na rádio, foi rebatizava Vera Nunes, que viria a ser seu nome artístico.


Sua estreia no cinema ocorreu em Não Me Diga Adeus (1947), um filme argentino, mas que tinha no elenco astros brasileiros como Anselmo Duarte, Linda Batista, Luiz Bonfá e a vedete Luz del Fuego. No Brasil, o filme foi rebatizado de Noites de Copacabana.


No ano seguinte, ela já era uma das atrizes mais requisitadas do cinema brasileiro. Só em 1948 ela atuou nos filmes Mãe (1948), Uma Luz na Estrada (1948) e Falta Alguém no Manicômio (1948). Neste mesmo ano ela concorreu ao título de Rainha do Cinema Brasileiro, mas ficou em segundo lugar, recebendo o título de A Princesa do Cinema Brasileiro. Mas a crítica especializada da época, insatisfeita com o resultado do concurso, a apelidou de "A bonequinha do cinema brasileiro".

Em 1949 Vera brilho no cinema no filme Também Somos Irmãos (1949), estréia do cantor Agnaldo Rayol na carreira artística, então com 10 anos de idade.


Nos anos seguintes, ela continuou ativamente no cinema nacional, participando de Pinguinho de Gente (1949), Um Beijo Roubado (1950), Garota Mineira (1950) e do grande sucesso Suzana e o Presidente (1950), que tinha no elenco também o jogador de futebol Leônidas da Silva, o inventor do gol de bicicleta.


Na época, o cinema brasileiro tinha seu auge no Rio de Janeiro, em estúdios como Cinédia e Atlântida (nos quais ela também trabalhou), mas Vera, que havia mudado-se para São Paulo, tornou-se a maior estrela do cinema paulista.

Em 1949 ela estreou no teatro, no sucesso Um Deus Dormiu Lá em Casa, ao lado de nomes como Tônia Carreiro e Paulo Autran. Vera logo se tornou também uma aclamada atriz dos palcos, passando por companhias de artistas como Procópio Ferreira, além de ter sua própria companhia teatral posteriormente.


Com uma carreira ainda curta, foi a primeira artista a receber o título de "A Namoradinha do Brasil", muitos anos antes deste ser outorgado a Regina Duarte.

No Teatro, com sua companhia, encenou a polêmica Presença de Anita, e quando este foi levado as telas do cinema, ela foi escalada para ser a protagonista. Porém, o diretor Ruggero Jacobi, durante os ensaios, preferiu escalar Antonienta Morineau (filha de Henriette Morineau) para o papel principal, achando que Vera ficaria melhor como a doce Diana.

Ruggero Jacobbi dirigindo Orlando Villar e Vera Nunes em Presença de Anita (1951)

Em 1952, após atuar em Falta Pouco Para a Felicidade (1952), Vera fez uma pausa do cinema, para ingressar na recém inaugurada televisão. Seu primeiro trabalho foi na peça Casamento no Uruguai, em 1952, encenada no Grande Teatro Tupi.

Mas a atriz permaneceu pouco na TV Tupi, sendo contratada por uma nova emissora que surgia. Ao lado de Jane Batista, ela foi o primeiro rosto a ser exibido pela TV Paulista. Na Paulista, Vera protagonizou sua primeira novela, Helena (1952), tonando-se a primeira atriz a interpretar uma Helena em uma novela escrita por Manoel Carlos.

Vera Nunes, ao lado de Paulo Goulart, em Helena,
Jane Batista esta de costas, usando o vestido escuro

Vera Nunes em Helena (1952)

Na Paulista, ela protagonizou também o seriado As Aventuras de Suzana (1953). Mas logo a atriz regressou a Tupi, onde deu continuidade a série no novo canal que a contratara. Vera Nunes era também uma das roteiristas da série.

Nesta época, ela também atuou em Custa Pouco a Felicidade (1953), filme dirigido e roteirizado pelo diretor Geraldo Vietri, famoso diretor de televisão.

Paulo Geraldo, Vera Nunes e Geraldo Vietri nos bastidores de Custa Pouco a Felicidade

Da Tupi, Vera foi para a Record, substituir Cacilda Becker, que havia deixado a emissora. Lá, atuou em diversos teleteatros em um programa chamado Teatro Vera Nunes. Na Record também, ao lado de Walmor Chagas, atuou no seriado O Casal Mais Feliz do Mundo (1955), baseado em sucessos como o internacional I Love Lucy e o brasileiro Alô Doçura!.

Vera Nunes e Walmor Chagas

"O Casal Mais Feliz do Mundo", em publicidade de 1956

Vera Nunes retornou ao cinema em Armas da Vingança (1955) e Dorinha no Society (1957), que por muitos anos, foi seu último trabalho no cinema, passando então a se dedicar ao teatro e televisão.

Apesar disto, Vera Nunes era uma das atrizes mais consagradas do nosso cinema, e chegou a conhecer diversos astros internacionais, quando estes vinham ao Brasil.

Vera Nunes e Debbie Reynolds (e um jovem John Herbert querendo sair na foto)

Vera Nunes e Carleton Carpenter

Vera Nunes e Abel Gance

 O ator espanhol Ricardo Castro Rios, Vera Nunes e Joan Fontaine

Vera Nunes e Walter Pidgeon

Vera Nunes e Jeffrey Hunter

Em 1959 a atriz voltou para as telenovelas, atuando em A Ponte de Waterloo, na Tupi. Mas no mesmo ano, ficou uma temporada no Rio de Janeiro, atuando no programa Estúdio 13, da TV Rio.

Em setembro de 1961, ela se casou com o ator Altamiro Martins, que ela havia conhecido nos corredores da TV Paulista. Logo após o casamento, o casal viajou para uma temporada teatral em Portugal, e acabaram ficando trabalhando (e curtindo a lua de mel) na Europa, por seis meses. 

Vera Nunes e Altamiro Martins permaneceram casados até 2005, quando o ator faleceu. Eles tiveram um casal de filhos.

Casamento de Vera Nunes, Bibi Ferreira (na foto) foi a madrinha

Sua novela seguinte foi O Pintor e a Florista (1964), na TV Excelsior. Na obra, ela contracenava com atrizes como Lolita Rodrigues e Cacilda Lanuza. Na Exlcesior, Vera também foi apresentadora do Vesperal Vespertino, um programa feminino.

Na emissora ela também atuou no grande sucesso As Minas de Prata (1966-1967), um dos primeiros trabalhos de Regina Duarte na televisão, para quem ela entregou o título de "A Namoradinha do Brasil".



Na emissora ainda fez Os Fantoches (1967), Legião dos Esquecidos (1968), Os Estranhos (1969), Dez Vidas (1969) e A Menina do Veleiro Azul (1969).


Publicidade de Os Fantoches

Ao deixar a Excelsior, retornou para a Tupi, onde atuou em O Meu Pé de Laranja Lima (1970) e Um Dia, Um Amor (1975). Após ficar alguns anos afastada da televisão, retornou na minissérie Avenida Paulista (1982), na Rede Globo, onde reencontrou o antigo colega Walmor Chagas. Vera Nunes ainda atuou em Jogo do Amor (1985), no SBT, seu último trabalho na televisão.

Afastada da grande mídia, passou a lecionar teatro e dicção. Em 2003 retornou ao cinema, trabalhando no filme independente A Quarta Parada (2003). Nos anos seguintes, ainda participou dos filmes Tal Pai, Tal Filho (2004), Autofagia (2007) e O Profeta (2008).

A atriz morreu em Campinas, em 02 de fevereiro de 2021, aos 92 anos de idade.

Vera Nunes, comigo (o autor desta página) em 2012

Vera Nunes

Vera Nunes em 1950

Vera Nunes, a Namoradinha do Brasil




Veja também: Os Artistas que Morreram em 2021



Curta nossa página no Facebook
Se inscreva no nosso canal do Youtube
Siga também nosso Instagram
Siga também no Kwai

Ajude o site a se manter no ar, contribua com qualquer valor no PIX contatomemoriacine@gmail.com



Postar um comentário

5 Comentários

  1. Maravilhosa! Fui aluno dessa grande dama! Uma pessoa doce, elegante e muito inteligente!

    ResponderExcluir
  2. Linda homenagem para uma pessoa que fez o mundo mais bonito. Uma estrela volta para o ceu. ❤🙏

    ResponderExcluir
  3. Maravilhosa reportagem! Uma vida bem vivida! Deus a tenha!

    ResponderExcluir
  4. Que matéria fantástica sobre essa magnífica atriz, parabéns!!

    ResponderExcluir