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O Dia Em Que Steven Spielberg Dirigiu Joan Crawford



Em 1969 o roteirista Rod Serling, criador do clássico Além da Imaginação (Twillight Zone), criou um novo programa, agora colorido, chamado Galeria do Terror (Night Gallery), que ficou no ar até 1973.

Criado para televisão, Galeria do Terror pegou o auge da Era de Ouro da Televisão Americana, que estava extremamente popular, assustando inclusive Hollywood, que se via em pleno declínio, ainda mais com o fim do sistema dos grandes estúdios de cinema do passado.

Sem emprego, muitos astros veteranos se viram obrigados a migrarem para a TV para continuar trabalhando, e nos 36 episódios que durou a série, o público pode ver atuações de nomes como Geraldine Page, Sandra Dee, Vincent Price, Agnes Moorehead, Orson Welles, Dana Andrews, Cornel Wilde, Mickey Rooney, Virgina Mayo e Ray Milland, entre outros. O programa também deu emprego para novatos, como Diane Keaton, em seu primeiro trabalho na televisão (antes de estrear no cinema).


Diane Keaton em Galeria do Terror (1970)

Galeria do Terror era um programa de uma hora e meia, onde eram exibidos três filmes de meia hora. E no programa piloto Rod Serling deu a primeira oportunidade na indústria do entretenimento para o jovem Steven Spielberg, de 22 anos de idade. Recém saído da faculdade, Spielberg até então só havia dirigido alguns curtas-metragens independentes, cinco deles feitos durante o curso universitário.

Spielberg dirigiu o episódio Eyes, escrito por Serling (como todos os roteiros de seus programas), que mostrava uma mulher milionária que faz uma arriscada cirurgia nos olhos para recuperar a visão. Sozinha em seu apartamento, ela entra em desespero quando ao tirar as faixas cirúrgicas percebe que não enxerga nada, sem saber que a cidade de Nova York está vivendo um grande blecaute.




Joan Crawford havia estreado no cinema em 1923, e foi uma das maiores estrelas de Hollywood. Com um Oscar na estante, Crawford entrou em decadência no final dos anos 50, embora O Que Terá Acontecido a Baby Jane (What Ever Happened to Baby Jane,? 1962), tenha dado uma sobrevida em sua carreira.

Quando aceitou fazer Galeria do Terror, Joan já não recebia convites para o cinema fazia dois anos. Para fazer o papel de uma mulher cega, ela andava pelo cenário com vendas nos olhos, para treinar a posição dos móveis e paredes, para desempenhar melhor seu papel. E foi com olhos vendados que ela foi apresentada a Steven Spielberg.

Ao tirar a faixa dos olhos ela deu um grito dizendo: "Meu Deus, este garoto poderia ser meu filho". Joan ficou revoltada ao ser dirigida por um novato, e disse que esperava alguém talentoso como George Cuckor ou Michael Curtiz, mas depois se desculpou com o diretor novato, dizendo que ficou impressionada com seu talento.


Steven Spilberg dirigindo Joan Crawford

Steven Spielberg e Joan Crawford

Diz a lenda que Joan se encantou um pouco demais com Spielberg, por quem teria se apaixonado. Se isto é verdade ou não fica para os bastidores da indústria. Mas é fato que por muito tempo ela enviou presentes diários para o jovem diretor.

Ela também ligou para Lew Wasserman, o todo poderoso da Universal na época, falando maravilhas de Spielberg. Ela pediu a Wasserman que fizesse novos projetos reunindo-a com o novo diretor (que teve seu primeiro trabalho pago em Galeria do Terror). Wasserman disse a Joan que estava interessado em investir no rapaz, mas não tinha interesse em outro produto com a veterana atriz.

Eyes ainda contava com outros veteranos no elenco, como Roddy MacDowall, Tom Bosley e Barry Sullivan, que fez um discurso tecendo elogios ao jovem diretor durante as filmagens, vendo que a equipe não o respeitava como devia por ele ser até então um mero desconhecido.


Joan Crawford, Barry Sullivan e Steven Spielberg

Spielberg ainda dirigia mais um episódio de Galeria do Terror, em 1971, mesmo ano que dirigiu seu primeiro longa-metragem, Encurralado (Duel, 1971), na Universal.

Começava assim uma longa e bem sucedida que fez dele um dos maiores cineastas de Hollywood, dono de diversos filmes campeões de bilheteria.

Já Joan Crawford, no ocaso de sua carreira, só fez mais um filme, o sofrível Trog, O Monstro da Caverna (Trog, 1970), feito na Inglaterra, e apareceu em mais três programas de televisão até 1972, quando se aposentou definitivamente.


Joan Crawford em Trog, O Monstro da Caverna




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1 Comentários

  1. Hollywood junto com os judeus e os irlandeses em geral são um eterno motivo de chacota e de desdém no mundo inteiro embora os mesmos nem de longe saibam disso.

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