Últimas Notícias

6/recent/ticker-posts

A Fascinante História da atriz Mary Martin, a mãe de Larry Hagman, que morou no Brasil



A atriz e cantora Mary Martin foi uma estrela dos palcos, cinema e televisão, e era a musa dos compositores Rodgers e Hammerstein. Ela também é mãe do ator Larry Hagman, o Major Nelson de Jeannie é Um Gênio e o Jr. Ewing em Dallas.

Na década de 1950, no auge da fama, veio para o Brasil, onde viveu tranquilamente em uma fazenda em Anápolis, no interior de Goiás.





Mary Virginia Martin nasceu no Texas em 01 de dezembro de 1913. Na infância, Mary tinha memória fotográfica, e por isso, achava a escola muito tediosa. Ela também tinha facilidade para decorar canções, e escondida da família, ainda muito pequena, ia cantar para quem quisesse ouvir no posto de bombeiros ou coreto de sua cidade.

Os pais incentivaram a sua criatividade artística, e começou a fazer sucesso imitando grandes nomes da época, como Ruby Keller, Fanny Brice e Bing Crosby.

Mas aos 17 anos de idade ela se casou com Martin Hagman, seu colega de ensino médio, e pouco tempo depois deu a luz ao seu primeiro filho, o futuro ator Larry Hagman (nascido em 1931). Ainda adolescente, emancipada dos pais e sem responsabilidades reais, pois morava na casa dos sogros, ela se sentia entediada com a vida de casada, e sua irmã sugeriu que ela começasse a dar aulas de dança.

Mary então montou seu estúdio de dança, ainda no Texas, e começou a ministrar aulas de sapateado.


Mary Martin e o filho Larry Hagman



Martin então foi para à Califórnia, para aperfeiçoar sua técnica como dançarina, e durante sua estada por lá, começou a cantar em clubes e casas noturnas, para complementar a sua renda. Na mesma época, um homem ato denominado "conservador", botou fogo em seu estúdio, dizendo que dançar "era coisa do diabo". Ao mesmo tempo, seu marido pediu o divórcio, e Mary acabou ficando em Los Angeles, com o filho pequeno.

Ela começou a fazer inúmeros testes para a Broadway, tantas foram as audições que fez que foi apelidada de "Auditon Mary". Até que um dia Oscar Hammerstein ouviu sua audição, e sua carreira mudou. Ela estrou na Broadway em 1938, em Leave It to Me!, onde cantava "My Hart Belongs to Daddy", que se tornou um dos maiores sucessos musicais de sua carreira.

Gene Kelly, futuro astro dos filmes musicais, também fez sua estreia nesta peça, como um dos coristas.

Mary Martin canta My Hart Belongs to Daddy


Gene Kelly fazendo coro para Mary Martin


Em 1939 ela conseguiu um emprego como cantora no rádio, e chegou a substituir Connee Boswell, do trio Boswell Sisters, quando ela deixou as irmãs para seguir carreira solo. Martin foi uma estrela do rádio americano no final da década de 1930 e começo de 1940.





Sua estreia no cinema, no entanto foi modesta. Ela foi chamada para dublar a atriz Gyspsy Rose Lee nos números musicais de Casaremos Amanhã (Battle of Broadway, 1938). Mas apareceu diante das câmeras em seu filme seguinte, Sonho Maravilhoso (The Great Victor Herbert, 1939).

E em seu terceiro trabalho cinematográfico, foi elevada ao posto de protagonista e contracenou com o astro Bing Crosby (aquele que ela imitava na infância) em Melodia Roubada (Rhythm on the River, 1940), na Paramount.

Eles trabalhariam juntos novamente em Sinfonia Bárbara (Birth of the Blues, 1941) e Coquetel de Estrelas (Star Spangle Rhythm, 1942).






Mary assinou contrato com a Paramount, onde atuou em  Dois Bicudos Não Se Beijam (Love thy Neighbor, 1940), Garota de Encomenda (Kiss the Boys Goodbye, 1941), Nova York é Assim (New York Tom, 1941) e Caçadora de Marido (Happy Go Lucky, 1943).







Sentindo falta do público, ela rescindiu seu contrato com a Paramount, e retornou aos palcos do teatro da Broadway, onde estrelou One Touch of Venus (1943), de Kurt Weill. Depois fez Lute Song (1946) e foi consagrada como a enfermeira Nellie Forbush na primeira montagem de South Pacific (1949), que lhe rendeu o primeiro dos 3 prêmios Tony que ganhou ao longo de sua carreira.


Mary Martin em South Pacific


Em 1946 ela retornou ao cinema em A Canção Inesquecível (Night and Day, 1946), na Warner. Depois, só faria mais um filme, Main Street to Broadway (1953). Mary Martin foi a estrela de diversas primeiras montagens da Broadway, mas estranhamente perdeu o papel quando a peça foi adaptada para o cinema.

Em 1959 ela foi a primeira atriz a viver Maria Von Trapp em A Noviça Rebelde (The Sound of Music), mas perdeu o papel para Julie Andrews quando a peça foi filmada por Hollywood.


Mary Martin em A Noviça Rebelde





Outro papel notável da atriz nos palcos foi como Peter Pan, em 1954. E apesar de não receber muitos convites para fazer cinema, veículo que ela mesmo declarou anos mais tarde que não gostava muito, Mary foi uma presença constante na televisão, em especial na década de 1950.


Ele encenou Peter Pan para a TV em três ocasiões, em 1955, 1956 e 1960, e também fez a versão televisiva de pelas como Nascida Ontem (Born to Yeserday, 1956) e Annie Get Your Gun (1957), ambos sucessos do repertório teatral da atriz.



Mary Martin como Peter Pan

Em 1940 ela havia se casado novamente, com o produtor Richard Halliday, com quem teve uma filha. Mary e Halliday eram grandes amigos da atriz Janet Gaynor, e por influência dela, compraram uma fazenda na cidade de Anápolis, no interior de Goiás. O casal se mudou para o Brasil em 1958.



Mary Martin e Janet Gaynor visitando a construção de Brasília, em 1959

Ela e o marido viveram anonimamente em sua luxuosa fazenda nos rincões brasileiros, e constantemente recebiam a visita do filho da atriz, Larry Hagman, agora astro da famosa série de TV Jeannie é Um Gênio (I Dream With Jeannie). Hagman também tinha sua própria residência na propriedade de Mary, e por aqui desenvolveu o gosto peculiar de comer abacate com açúcar. 

Mary já visitava a região anualmente desde 1955, e encontrou na pequena cidade, localizada a 100 km de Brasília, um refúgio tranquilo longe dos holofotes de Hollywood. Morando por aqui, ela recusou o convite para protagonizar a primeira montagem de Hello, Dolly!, em 1964, embora posteriormente tenha feito nos palcos e televisão. Carol Channing foi a primeira interprete de Dolly Gallagher.



Mary Martin em sua fazenda em Anápolis, Goiás


Mas o paraíso brasileiro de Mary ficou sem sentido quando seu marido faleceu em 1973. Ela voltou para os Estados Unidos para providenciar seu funeral, e só voltou ao Brasil em 1975, para vender suas terras e fechar a propriedade (que hoje está em ruínas).

Eventualmente, ela voltou a atuar, aparecendo no telefilme Valentine (1979). Mas em 1982 ela interrompeu novamente sua carreira, quando sofreu um acidente de carro que lhe custou duas costelas e o quadril quebrados. Mary Martin estava em um táxi com a amiga Janet Gaynor, e seu empresário Ben Washer. O motorista do veículo estava embriagado e bateu contra uma árvore.

Washer morreu na hora, e Janet Gaynor ficou gravemente ferida, morrendo 2 anos depois, em consequências dos traumatismos causados no acidente.

Mas Mary Martin se recuperou, e voltou a atuar, aparecendo na série O Barco do Amor (Love Boat, 1983) e Cara e Coroa (Hardcastle and McCormick, 1985). Apesar disto, recusou o papel de mãe de JR. Ewing (interpretado por seu filho Larry Hagman) na série Dallas.

Ela se aposentou em 1986, após estrelar um espetáculo de revista ao lado de Carol Channing. Mary Martin morreu de câncer em 03 de novembro de 1990, aos 76 anos de idade.


Mary Martin e Carol Channing


Larry Hagman e Mary Martin


Mary Martin como Peter Pan


Veja também: Tributo a Cary Grant
Veja também: Tributo a Rita Moreno

Curta nossa página no Facebook
Se inscreva no nosso canal do Youtube
Siga também nosso Instagram

Postar um comentário

2 Comentários

  1. Que história legal! Poucos a conhecem. Parabéns pela postagem...

    ResponderExcluir
  2. Gostei muito do texto e das músicas. São maravilhosas...parabéns

    ResponderExcluir