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Barry Nelson, o Primeiro James Bond




Em abril de 1953 foi publicado o primeiro livro do atente secreto inglês James Bond. As histórias de 007 foram criadas por Ian Fleming, e suas aventuras logo conquistaram o mundo. 

Em 1955, o ator John Payne tentou comprar os direitos do livro Moonraker, que iria ser adaptado para o cinema pelos estúdios ingleses da Rank. Porém, em 1956, sem chegar em um acordo com o autor, as negociações foram encerradas.

Foi somente em 1962, tendo Sean Conney como protagonista, que James Bond chegou aos cinemas. Mas alguns anos antes, em 1954, Ian Fleming vendeu os direitos autorais de Cassino Royale para a a televisão.

A CBS havia pago 1000 dólares ao autor, e em 21 de outubro de 1954, a emissora transmitiu, ao vivo, o teleteatro Cassino Royale, tendo o ator Barry Nelson como protagonista.


Barry Nelson era um ator popular em Hollywood, e havia sido um astro na década de 1940, mas os papéis no cinema estavam começando a diminuir, e ele estava fazendo a transição para a televisão.

Anos mais tarde o ator confessou que nunca tinha lido um livro, e não sabia como deveria ter feito o agente 007. Além disto, as alterações no roteiro aconteciam a cada instante, e algumas foram feitas poucos minutos antes do programa ir ao ar, dentro do programa Climax.

Peter Lorre interpretava a o primeiro vilão, enquanto Linda Christian tornava-se a primeira Bond Girl da história.

Cassino Royale, 1954

A produção não era exatamente fiel ao livro, tendo algumas adaptações. O personagem de Nelson era constantemente chamado de Jimmy Bond no programa, e ele interpretava um agente norte-americano.

Por muitos anos, o programa foi dado como perdido, até que uma gravação foi achada em uma coleção particular, em 1980. Após o episódio ser encontrado, foi desfeito o mito de que o público teria visto o personagem Le Chiffre (interpretado por Lorre) levantar-se após ter sido morto, e sair caminhando tranquilamente em direção ao seu camarim.

O programa completo pode ser assistido aqui, em inglês (sem legendas)




Barry Nelson era o nome artístico de Haakon Robert Nielsen, nascido em São Francisco, Califórnia, em 16 de abril de 1917.

Em 1941 um caçador de talentos o descobriu fazendo uma produção teatral universitária, e lhe ofereceu um contrato com a MGM. Barry estreou no estúdio em um papel coadjuvante, mas de grande importância, no drama A Sombra dos Acusados (Shadow of the Thin Man, 1941). Antes disto, ele já havia feito figuração em Promessa Cumprida (Comet Over Broadway, 1938), na Warner Bros.


Donna Reed, Barry Nelson e Myrna Loy em A Sombra dos Acusados

Nelson ainda fez um papel de apoio em Estrada Proibida (Johnny Eager, 1941) antes de estrelar No Caminho de Burma (A Yank on the Burma Road, 1942).



Nelson fez parte do elenco do sucesso Rio Rita (Idem, 1942), que tinha a brasileira Eros Volusia no elenco, e esteve atuou em Dois No Céu (A Guy Named Joe, 1943). A MGM até testou suas qualidades como cantor em A Comédia Humana (The Human Comedy, 1943).

Mas durante a Segunda Guerra Mundial, o ator foi convocado para lutar no conflito, e precisou ser desligado do estúdio. Após dar baixa, ele fez sua estreia na Broadway, atuando em Winged Victory, e quando a peça foi adaptada para o cinema, na FOX, ele foi convocado para repetir seu papel em Encontros nos Céus (Winged Victory, 1944). No filme, ele foi creditado como Capitão Barry Nelson.


Barry Nelson em Encontros nos Céus

A MGM recontratou o ator, e o colocou em produções menores do estúdio, como O Fim ou o Princípio (The Beginning or the End, 1947), A Loura Detetive (Undercover Maisie, 1947) e Rua dos Sonhos (Tenth Avenye Angel, 1948).

Depois foi novamente demitido, e os papéis no cinema desapareceram. Ele então migrou para a televisão, onde interpretou James Bond em 1954. 

Ele participou como convidado de diversas séries de TV, e estrelou duas delas, Guerra Fria (The Hunter, 1952) e My Favorite Husband (1953-1954).



Ele retornou ao cinema ao lado de Ginger Rogers na comédia Mulheres, Sempre Mulheres (The First Traveling Saleslady, 1956) e estrelou com Debbie Reynolds a comédia Mary Mary (1960). Ele já havia feito este texto na Broadway, tendo Barbara Bel Guedes como co-estrela.


Barry Nelson e Ginger Rogers

Debbie Reynolds e Barry Nelson

Depois, ele ainda faria pequenos papéis em Aeroporto (Airport, 1970) e Reencontro do Amor (Pete 'n' Tillie, 1972). Sua despedida final do cinema ocorreria no clássico O Iluminado (The Shining, 1980), de Stanley Kubrick. Ele interpretou o homem que contrata Jack Nicholson para cuidar de seu hotel, fechado no inverno.


Dean Martin, Garry Collins e Barry Nelson, os pilotos de Aeroporto


Barry Nelson em O Iluminado

Na década de 1970 o ator foi muito atuante na Broadway, e ele foi indicado ao prêmio Tony por seu papel em The Act (1972), ao lado de Liza Minelli.


Barry Nelson e Liza Minnelli em The Act

Na década de 1980 o ator ainda fez algumas participações na televisão, mas se aposentou em 1990.


Barry Nelson em Magnum (1982)

Em 07 de abril de 2007 o ator faleceu enquanto dormia, em um quarto de hotel onde estava com sua esposa Nancy Lee Hoy, durante uma viagem de férias do casal. Ele tinha 89 anos de idade.

Barry Nelson dizia que Sean Connery era o melhor James Bond de todos os tempos.



Veja também: A Outra Doris Day





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1 Comentários

  1. Rapaz, que textão bom de se ler! E ele nos revela direitinho quem foi Barry Nelson! Bela matéria!

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