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A tragédia da inocente Gail Russell


Dona de um lindo par de olhos azuis, a jovem e tímida Gail Russell foi promovida a estrela pela Paramount. Mas seu temperamento frágil e delicado não compatível com a indústria de Hollywood, onde ela nunca conseguiu realmente se encaixar.

Perdida na terra do cinema, Gail Russell morreu tragicamente, com apenas 36 anos de idade.


Betty Gale Russell nasceu em Chicago, em 21 de Setembro de 1924. Aos 14 anos de idade mudou-se com a família para Los Angeles, e por ser muito tímida, seus pais a inscreveram em um curso de atuação, onde foi colega da futura atriz Jane Russell.

Aos 18 anos ela foi descoberta por um olheiro da Paramount, que lhe ofereceu um contrato para ser atriz. Gail nunca havia pensando em trabalhar profissionalmente no cinema, e havia acabado de terminar a escola, mas ficou encantada com a proposta.

Sua estreia no cinema foi em A Tentação das Garotas (Henry Aldrich Gets Glampour, 1943), em um pequeno papel. No ano seguinte a novata ganhou um papel maior em A Mulher que Não Sabia Amar (Lady in the Dark, 1944). Mas a atriz ficou tão nervosa diante das câmeras que ficou travada durante as filmagens. Nos bastidores Gail foi aconselhada a tomar uma bebida alcóolica para se soltar. Ela nunca havia bebido antes, e tomar alguns drinks passou a ser a fórmula mágica para lidar com a timidez. No mesmo ano, também sob efeito da bebida, foi uma das estrelas de O Solar das Almas Perdidas (The Univited, 1944).

Ray Milland e Gail Russell em O Solar das Almas Perdidas

No mesmo ano estrelou Almas em Flor (Our Hearts Were Young and Gay, 1944), que fez um enorme sucesso. A Paramount fazia de tudo pra promovê-la a uma grande estrela, mas seus filmes seguintes não tiveram o sucesso esperado.

Foi somente em Calcutá (Calcutta, 1946), ao lado de Alan Ladd que ela tornou-se campeã de bilheterias do estúdio.


Em 1947 ela estrelou O Anjo e o Malvado (Angel and the Badman, 1947), ao lado do astro John Wayne. Wayne percebeu que o hábito de beber antes de filmar havia se agravado, e tinha se tornado uma dependência, uma doença.

O ator passou a aconselhar Russell, e acabaram ficando muito próximos. Anos mais tarde, quando a atriz Esperanza Baur pediu o divórcio de Wayne, entre outras alegações, o acusou de ter um caso com Gail Russell.

John Wayne e Gail Russell

Nos anos seguintes o problema com a bebida havia se agravado, e o estúdio passou a escalar a atriz para produções menores, para não colocar em risco grandes produções. Ela atuou em filmes com A Noite tem Mil Olhos (Night Has a Thousand eyes, 1948), Canção da Índia (Song of Índia (Song of India, 1949) e Barreiras de Sangue (El Paso, 1949). Também voltou a contracenar com John Wayne em O Rastro da Bruxa Vermelha (Wake of the Red Witch, 1948).

Gail Russell e Sabú em A Canção da Índia

Em 1949 ela se casou com o galã Guy Madison e no ano seguinte, após atuar em O Fugitivo de Santa Marta (The lawless, 1950), foi demitida da Paramount, devido ao alcoolismo.

Guy Madison e Gail Russell

Pouco tempo antes de ser demitida, o rosto da atriz havia sido estampado em diversos jornais e revistas do mundo todo, após ser presa por dirigir embriagada. Gail pagou uma multa e foi condenada a ficar longe de bares e casas noturnas em um período de dois anos. O escândalo foi demais para a Paramount, que não queria o nome de suas mocinhas ingênuas nas páginas de fofocas.

Gail Russell sendo presa

Após a rescisão do seu contrato, ela só fez um filme de baixo orçamento na Universal, e depois desapareceu de Hollywood por cinco anos, por não receber convites para atuar. Gail até começou a trabalhar em um filme em 1952, mas foi demitida por estar sempre embriagada.

Afundada no álcool, entretanto, sua vida continuava rendendo notícias nos jornais sensacionalistas. Em 1953 Esperanza Baur a acusou de ser amante de seu marido, John Wayne, e em 1954 Guy Madison pediu o divórcio, alegando não conseguir lidar com vício de Gail, nem com seus hábitos de higiene.

Seu retorno às telas ocorreu em 7 Homens Sem Destino (7 Men From Now, 1956), em um papel secundário. A atriz faria mais dois filmes, antes de sumir novamente das telas. 

Em 1961 a atriz faria seu último filme, The Silent Call (1961), uma produção menor cujo maior interesse do público era ver o retorno de Gail Russell, que estava envelhecida, parecendo ter bem mais que seus 36 anos de idade.

Gail Russell em The Silent Call

Em 27 de agosto de 1961 os vizinhos estranharam o silêncio no apartamento da atriz. A polícia foi chamada, e o corpo de Gail foi encontrado caído no chão, ao lado de inúmeras garrafas vazias. Ela já estava morta há alguns dias em seu pequeno apartamento.

Com problemas hepáticos graves, a atriz havia morrido sufocada, sozinha, após tentar vomitar.

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4 Comentários

  1. Li a matéria sobre Gail Rusell na Memória Cinematográfica, e na minha humilde opinião, alguns pontos deixaram a desejar; então, como diria Jack, O Estripador, "vamos por partes": Gail Russell (1924-1961) foi realmente uma bela, talentosa e tímida moça. Quando contracenou com John Wayne, no filme "O Anjo e o Bandido (Angel and the Badman / 1947), de James Edward Grant, o "Duke", como era conhecido o ator, percebeu as limitações emocionais da jovem e a fez sua protegida. Jamais foi provado qualquer tipo de envolvimento, emocional ou sexual, entre eles. Agora, aquela maluca mexicana com quem Wayne foi desastrosamente casado (sua segunda esposa), adorava um escândalo e tentou difamar não só a atriz, mas também seu próprio marido. Detalhe: John Wayne sempre procurou ajudar amigos, sempre! Não concordo com a parte em que é dito que ela teve um "papel secundário" no filme "Sete Homens Sem Destino" (7 Men from Now / 1956), de Budd Boetticher. Ela entrou no elenco por recomendação do próprio John Wayne, e seu nome é o segundo a aparecer nos créditos, entre Randolph Scott e Lee Marvin (numa espécie de pré-Liberty Valance do filme do mestre John Ford, de 1962), e logo em seguida os créditos informam o elenco secundário. Aliás, essa excelente película de faroeste (cujo uma cópia eu guardo com carinho aqui em minha "Filmoteca Ben Johnson"), teve o roteiro do experiente Burt Kennedy, com produção da Batjac Productions de John Wayne (sem crédito) e seu irmão Robert, além de Andrew V. McLaglen, com quem John Wayne trabalhou em alguns de seus filmes (filho do grande ator fordiano Victor McLaglen, com quem Wayne havia contracenando em algumas películas). A curiosidade fica por conta do nome "Batjac", que era o nome do navio em que John Wayne era o capitão, no filme "O Rastro da Bruxa Vermelha" (Wake of the Red Witch / 1948), de Edward Ludwig. Russell era a mocinha do filme e Wayne num raríssimo papel, eu diria, de vilão. No documentário sobre o filme "Sete Homens Sem Destino", comenta-se sobre a cena em que a atriz Gail Russell cai de cara dentro de uma poça de lama na estrada (chove muito em algumas cenas). Seu vestido ficou completamente encharcado de água barrenta, com a atriz fazendo uma maravilhosa cara de assustada. Ela realmente não esperava que o tombo alcançasse aquela intensidade. No dia seguinte em Los Angeles, ao ver o copião, John Wayne ficou impressionado com a reação da moça e ligou para ela imediatamente, parabenizando-a pela forma marcante como reagiu ao inesperado. Na verdade Wayne fez o que pôde por Gail Russell.

    [César Barbosa] - Organizador do Rio Grande - Fã-Clube John Wayne. ��

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    1. Concordo em gênero,número e grau com você caro César! Muitas biografias apresentadas no site são uma agradável lembrança de atores que já esquecemos, porém muitas inverdades são colocadas como fatos verdadeiros, é sempre bom esclarecer! Gostaria de pedir ao caro César Barbosa, o link do Rio Grande - Fã Clube do John Wayne por favor! Abraços!

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  2. Michael Carvalho Silva8 de janeiro de 2022 às 17:30

    Gail Russell foi uma atriz belíssima e angelical ao extremo de uma delicadeza e uma elegância sem igual. Sem a menor sombra de dúvida ela sempre foi muitíssimo melhor do que aquele velhote escroto nojento e arrogante daquele tal de Ivan Maia que se atreve a ficar cagando moral para todo mundo no YouTube querendo a todo custo ser algo que ele não é e jamais será também.

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    1. Pobrezinho... esse velho escroto do Ivan Maia deve ter-lhe feito muito mal.

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