Considerada uma das maiores damas da nossa música, Elizeth Cardoso, a divina, a enlurada (como também era chamada) foi uma mulher muito à frente do seu tempo. Nascida no Rio de Janeiro, em 16 de julho de 1920, ela teve uma infância difícil. Ela nasceu em uma família muito humilde, e tinha outros nove irmãos.
Ela foi descoberta por Jacob do Bandolim, quando tinha 16 anos de idade. Na ocasião, ela estava cantando em uma festa na Ruda do Rezende, na Lapa.
No começo da carreira, ela enfreou a família para poder namorar o jogador Leonidas da Silva, o "Diamante Negro". Mas após encontrar um bebê na rua e adotá-lo, o jogador deu um ultimato: ou a menina ou eu. Elizeth escolheu a criança, que chamou de Tereza. Mais tarde, ela se casaria com o músico Ari Valdez, com quem teve um filho biológico.
Separada no começo da década de 1940, a cantora trabalhou também como taxista, para poder sustentar os filhos. Cantora, mãe solteira, negra, taxista, além artista, Elizeth Cardoso era uma mulher notável. O justo apelido de Divina, surgiu em 1958, criado pelo jornalista Haroldo Costa.
Elizeth também foi vendedora de cigarros, trabalhou em fábrica de roupas, cabeleireira e no Dancing Avenida, além de cantar na noite. Após batalhar muito, a carreira artística se consolidou, e perdurou por muitos anos. Fazendo da cantora uma das mais aclamadas interpretes da MPB, reverenciada inclusive internacionalmente.
Como está página é dedicada a memória do cinema, não vamos nos estender muito em sua carreira de cantora, mas falaremos da sua atuação no cinema nacional. Como era muito comum nos filmes brasileiros da década de 50, os artistas do rádio nacional eram convidados para apresentarem seus novos sucessos nas telas de cinema.
Elizeth Cardoso no filme Espírito de Porco (1957)
Desta forma, Elizeth Cardoso apareceu cantando em diversos filmes. São eles: Coração Materno (1951), O Rei do Samba (1952), Mulher do Diabo (1952), É Fogo na Roupa (1952), Carnaval em Lá Maior (1955), Espírito de Porto (1957), Com a Mão Na Massa (1958), Na Corda Bamba (1958), Orfeu no Carnaval (1959), Garota Enxuta (1959). Seu último trabalho no cinema foi no documentário italiano América de Noite (1961).
Elizeth Cardoso cantando, no filme É Fogo na Roupa
Elizeth Cardoso cantando no filme Carnaval em Lá Maior
Assista América de Noite, Elizeth aparece (em cores) cantando Água de Beber, em 01:25:00
Estrela da Rádio e televisão Record, Elizeth brilhou nos primórdios da emissora, e na década de 70 apresentou o programa Sambão, que fez um enorme sucesso. Ela faleceu em 07 de maio de 1990, com 69 anos de idade.
Elizeth Cardoso, no programa de TV Sambão
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5 Comentários
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ResponderExcluirNa década de 30. Saiba que atualmente a regra é escrever por extenso seja 1931 como 1939. Anos 1930. Atualize-se.
ExcluirEla também aparece no filme "Pista de Grama" (1958), cantando "Eu não existo sem você", acompanhada por ninguém menos que João Gilberto. Tem clip no Youtube!
ResponderExcluirOutro comentário: Não é a Elizeth no filme "America di notte". Nem a voz, nem a mulher que está dublando...
ResponderExcluirGrato pela postagem!
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