A atriz e radialista Daisy Lúcidi foi uma das artistas com uma das carreiras mais longas nas artes brasileiras, iniciada na década de 30. No rádio, brilhou na era de ouro das rádio novelas e por anos apresentou o programa Alô, Daisy!
Daisy Lúcidi nasceu no Rio de Janeiro, em 10 de agosto de 1929. Aluna do tradicional colégio Pedro II, ainda menina, já demonstrava talentos artísticos. A pequena Daisy fez aulas de canto, dança, violão, piano e sapateado, e estreou na vida artística como declamadora de poesias nos palcos do Teatro Regina, aos seis anos de idade.
Daisy Lúcidi, aos 06 anos de idade
Olavo de Barros, ao perceber o talento da menina, a levou para o rádio, em 1935, para participar dos programas Grande Teatro Tupi, onde ela contracenou com nomes consagrados, como Paulo Gracindo. Na mesma emissora, ingressou no elenco do Teatro do Guri, apresentando por Tia Chiquinha.
Depois Daisy Lúcidi passou pelas Rádios Ipanema, Mayrink Veiga, Cruzeiro, Tamoio, Transmissora, Rádio Globo e Rádio Nacional, onde permanece até os dias de hoje. Ela estreou como atriz nos palcos do espetáculo infantil A Nova Gata Borralheira (1939), aos dez anos de idade, e aos quatorze foi contratada pela Companhia de Procópio Ferreira, que queria que ela investisse no teatro, mas o rádio falou mais alto, e logo ela se tornaria uma das mais populares rádio-atrizes brasileiras.
Daisy Lúcidi, aos 14 anos
Em 1945 Daisy foi contratada pela Rádio Globo, onde ela conheceu o locutor esportivo Luiz Mendes, com quem ela se casou em 1947. O casal teve um único filho, Luiz Mendes Júnior, e permaneceram juntos até a morte do radialista, em 2011.
Daisy Lúcidi em família
Ainda em 1945 ela ficou em segundo lugar no concurso da Rainha do Rádio, perdendo por pouco para Dircinha Batista. Daisy Lúcidi recebeu o título de Princesa do Rádio daquele ano. Foi também na Rádio Globo que ela começou a apresentar o programa feminino Alô, Meu Bem!, escrito por Amaral Gurgel. O programa seria o embrião do bem sucedido Alô Daisy!, no ar até os dias de hoje.
Em 1948 ela estreou no cinema, atuando no filme Folias Cariocas (1948). Em 1952 ela ocupou um dos principais papéis femininos Dentro da Vida (1952), uma produção da Cinédia.
Mas apesar de elogiada por sua atuação nas telas, o rádio ainda era sua paixão, e ela não prosseguiu no cinema. E foi graças ao rádio que ela estreou na televisão. Em 1956 a Rádio Nacional fechou um contrato com a TV Rio, para levar seus atores radiofônicos para os teleteatros da emissora. Contratada da Nacional, Daisy passou a ser estrela do Grande Teatro Nacional, programa exibido pela televisão carioca.
Daisy Lúcidi, Álvaro de Aguiar e Mário Lago em um teleteatro da TV Rio, em 1958
Daisy também fez alguns teleteatros na TV Tupi do Rio, e em 1958 foi eleita a melhor teleatriz carioca. No mesmo ano, recebeu o troféu Microfone de Ouro de melhor rádio atriz, prêmio que ganharia novamente nos anos seguintes. Na TV Rio também apresentou o programa infantil Corrida das Tartarugas, que fazia a alegria da criançada.
Em 1960, ao lado de artistas como Ana Rosa e Dedé Santana (na época, casados), inaugurou a primeira emissora de televisão da também recém inaugurada Brasília. No mesmo ano, brilhou no teatro no sucesso Society em Baby Doll.
A primeira telenovela de Daisy Lúcidi foi Nuvem de Fogo (1962), também da TV Rio, obra escrita por Janet Clair. Na emissora ainda atuou em Homem Proibido (1967).
Na TV Tupi, foi uma das protagonistas da novela Enquanto Houver Estrelas (1969).
Mário Brasini, Neila Tavares, e Daisy Lúcidi em Enquanto Houver Estrelas
De volta a TV Rio, atuou em João da Silva (1973) e em 1974 foi contratada pela Rede Globo para atuar em Supermanoela (1974). Na emissora, fez ainda as novelas Bravo! (1975) e O Casarão (1976), estrelada por Sandra Barsotti.
Com Barsotti ainda atuou em Eu Tanso, Ela Transa (1973), que marcou seu retornou ao cinema após muitos anos. No ano seguinte, ainda atuou em Quatro Contra o Mundo (1974), onde fazia uma participação especial.
Daisy Lúcidi e a cantora Maysa, em 1972
Na década de 70 ingressou na política, sendo eleita vereadora e posteriormente deputada estadual, mas nunca deixou o rádio. Na televisão, nesta época, era jurada do Programa Raul Gil, na TV Record, no ano de 1977.
Após 31 anos longe das novelas, foi convidada por Silvio de Abreu para ingressar no elenco de Paraíso Tropical (2007). Novamente chamada por Silvio de Abreu, interpretou a viúva Valentina em Passione (2010), que agenciava as netas para prostituição.
Daisy Lúcidi e Carol Macedo em Passione
Em 2014 interpretou a irmã de Lady Francisco em Geração Brasil (2014) e ainda viveu a elegante Dulce em Babilônia (2015).
Daisy Lúcidi, Aracy Balabanian e Lady Francisco em Geração Brasil
No cinema, ainda atuou em As Aventuras de Agamenon, O Repórter (2012) e em Vendo ou Alugo (2013), que lhe valeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Pernambuco.
As veteranas Daisy Lúcidi, Ilka Soares, Nathalia Timber e Carmen Verônica em Vendo ou Alugo
Daisy Lucidi faleceu em 07 de maio de 2020, vítima da pandemia do Coronavírus (Covid-19). Ela estava internada desde o dia 30 de abril, e não resistiu as complicações da doença. A atriz tinha 91 anos de idade.
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1 Comentários
Grande artista.
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