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Carlos Gardel, o rei do tango que conquistou Hollywood (mas não teve tempo para aproveitar)


Carlos Gardel foi um dos maiores sucessos musicais do começo do século XX. Expoente máximo do tango, gênero típico da Argentina, sua nacionalidade permanece como um mistério até os dias de hoje. Ele começou a cantar ainda menor de idade, e para poder cantar em cabarés falsificava documentos alterando sua idade. Também recorreu a documentos falsos para não ter de lutar na primeira guerra mundial. Pesquisadores divergem se ele é francês, argentino, chileno, uruguaio e até brasileiro. Nada disso, Carlos Gardel é mundial!

De origem humilde, começou a cantar em troca de moedas nas esquinas do bairro de Abasto, ficando conhecido como El Morocho del Abasto (o moreno de Abasto). Sua mãe lavava roupa pra fora, e prestava serviço para companhias teatrais, o que possibilitou que o rapaz fizesse contatos que permitiram suas primeiras apresentações teatrais. Em 1912, aos 22 anos, fez suas primeiras gravações em disco. Em 1915 já era um astro, com turnês realizadas pelo Uruguai, Chile e Brasil. Além disto, seus discos eram vendidos em diversos cantos do mundo como o Peru, Cuba, Estados Unidos, Espanha e Alemanha.

Sua carreira foi interrompida bruscamente quando ele morreu em um desastre aéreo em Medelín (Colômbia), com apenas 44 anos de idade.

GARDEL E O CINEMA


O sucesso de Gardel o levou para o cinema, estreando em Flor de Duranzo (1917), um filme rodado em Córdoba, ainda mudo. Mas seria no cinema falado que ele obteria sucesso nas telas, onde o público podia ouvir a sua bela voz.

Em 1930 atuou em diversos curta-metragens onde aparecia cantando, uma espécie de vídeo clipe da época. Anos mais tarde eles foram lançados reunidos, com o título Encuadre de Canciones (1930). Estes curtas foram as primeiras produções sonoras da Argentina.

No ano seguinte foi contratado pela Paramount para estrelar Luzes de Buenos Aires (las Luces de Buenos Aires, 1931), falado em espanhol, mas filmado na França.

O cinema falado era uma novidade, e a dublagem ou legendagem eram desconhecidas. Para não perder o mercado dos países que não falavam inglês, os estúdios faziam versões mais baratas, falada no idioma local do país onde o filme seria exibido. Gardel foi contratado para filmar nos estúdios secundários da Paramount, em Joinville, na França.


Os filmes feitos na França agradaram tanto que a Paramount mandou buscar o astro, para testá-lo no cinema, filmando em Nova York, ainda destinado ao público latino. 



Cena do filme No Dia Que Me Queiras



Ele passou no teste de popularidade do estúdio, e recebeu um convite do estúdio para participar de uma superprodução, Ondas Sonoras de 1936 (The Big Broadcast of 1936), ao lado de astros como Glenn Miller, George Burns, Etherl Merman e Bing Crosby, mas o  artista não chegou a ver o filme nos cinemas, pois morreu em um acidente de avião enquanto ele ainda era finalizado.

Ondas Sonoras de 1936 

Mas Gardel não aparecia cantando nas cópias destinadas ao público norte-americano. Sua sequência foi incluída apenas nas versões feitas para serem exibidas na América Latina. Como o filme foi lançado após a morte do cantor, esta sequência fez um enorme sucesso, sendo exibida milhares de vezes. As cópias viajavam por diversos países, sendo exibidas até gastarem, e se deteriorarem por completo. Muitas vezes, os cinemas exibiam apenas a sua participação no filme, mutilando-o da película original. O longa norte-americano existe, com cópia restaurada em excelente qualidade, mas a cena de Gardel acabou se perdendo com o tempo, sobrando apenas este pequeno fragmento, com péssima qualidade.


Confira Gardel cantando em Ondas Sonoras de 1936




Junto com Gardel estava o seu amigo Alfredo Le Pera, compositor de alguns de seus maiores sucessos. Le Pera, brasileiríssimo do bairro paulistano do Brás, também foi roteirista de muitos de seus filmes.

Gardel e Le Pera

Sua vida foi contada no cinema algumas vezes, a primeira delas com Hugo Del Carril, um cantor de tango sucessor do astro. Confiram a lista de cinebiografias do cantor:

  • A Vida de Carlos Gardel (La Vida de Carlos Gardel, 1939), protagonizado por Hugo Del Carril. Feito na Argentina.


  • Se Llamaba Carlos Gardel (1949), protagonizado por Roberto Escalada. Filme Argentino.

Roberto Escalada e Juan José Miguez

  • El Morocho del Abasto: La Vida de Carlos Gardel (1950). Protagonizado por Rolando Gadé. Filme Argentino.
Analía Gadé e Rolando Chávez

  • Meu Último Tango (Mi Último Tango, 1960). Filme espanhol estralado por Sarita Montiel. Não é uma biografia do cantor, mas ele é retratado pelo ator argentino Milo Quesada 

  • Gardel (Idem, 2017). Última produção até o momento feita sobre o cantor. Filme argentino, estrelado por Juan Pablo di Pace.


Veja também: Mães e Filhas Atrizes

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