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Mistério na Ilha de Vênus (Macumba Love, 1960), um filme de terror norte-americano, rodado no Brasil


Nas décadas de 50 e 60, inúmeras produções estrangeiras foram rodadas no Brasil, tendo o país como pano de fundo em tramas com cenários exóticos e muitas vezes selvagens. Mistério na Ilha de Vênus (Macumba Love, 1960) foi um deles.


Filmado em São Paulo, com equipamentos da Companhia Vera Cruz (já em decadência), o filme foi a única incursão do ator Douglas Fowley na direção. Fowley foi um prolífico ator coadjuvante de Hollywood, mais lembrado como o diretor do filme (dentro do filme) Cantando na Chuva (Singin' in the Rain, 1952).

Douglas Fowley, Gene Kelly e Jean Hagen em Cantando na Chuva

No elenco, Walter Reed, June Wilkinson, William Wellman Jr. (filho do famoso diretor William Wellman) e a israelense Ziva Rodann. Entre os brasileiros, em pequenos papéis, Pedro Paulo Hatheyer, Cléa Simões (estreando no cinema), Waldermar Wey e Victor Merinow (maquiador russo radicado no Brasil, que atuou em alguns filmes). Além claro, da atriz Ruth de Souza em um dos papéis principais.


Ruth era bastante famosa no exterior, devido o seu trabalho em Sinhá Moça (1953), que lhe rendeu uma indicação ao prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza. Distribuído pela Colúmbia, o filme fez muito sucesso pelo mundo.


|Em Mistério da Ilha de Vênus,ela interpreta Mama Rata-loi, uma sacerdotisa vudu. O filme conta a história de um escritor norte-americano (vivido por Walter Reed) que viaja para a fictícia Ilha de Vênus, na América no Sul, para estudar os rituais vudu praticados pelos habitantes locais.


O escritor se depara com uma série de assassinatos, relacionados os feitiços praticados na ilha. Mas ele também aproveita o seu tempo com a promíscua Vênus de Viasa (Rodann), uma americana criada na ilha, adepta do amor livre e sem culpa, comum entre os moradores locais.

Apesar de se passar em um local fictício, o filme traça esterótipos latinos um tanto quanto racistas e fora da realidade.

Com um bom orçamento (3 milhões de dólares, uma fortuna para época), o filme passou quase despercebido, e mal foi exibido mesmo no Brasil.


Em 2006 levei alguns lobby cards promocionais do filme para Ruth de Souza autografar para mim.  Ruth deu risada diante do cartaz, que ela mesma desconhecia, onde aparece usando uma caveira como máscara de seu rosto. A atriz disse não lembrar muito sobre a obra, mas afirmou que foi o pior filme de toda a sua carreira. Mas vendo as fotos disse que não podia reclamar, já que o mesmo lhe proporcionou boas risadas tantos anos depois.


Obscuro, inverossímil, ruim ou mesmo racista, o filme vale como um registro da época, e ajuda a traçar a visão que os estrangeiros faziam do país naquela época. Seu caráter trash não intencional, atribuiu ao filme uma alma cult ao longo dos anos.


Assista ao trailer de Mistério na Ilha de Vênus

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