A carreira do ator Marcos Oliveira, além do Beiçola

O ator Marcos Oliveira ficou famoso junto ao grande público ao interpretar o vendendor de Pastel Beiçola na série A Grande Família, fazendo o personagem por mais de uma década. Porém, ele tem uma vasta trajetória no teatro, cinema e televisão.

O ator Marcos Oliveira caracterizado como o personagem Beiçola

Antônio Marcos Oliveira nasceu em Santo André, em 27 de maio de 1956. Fã de Ronald Golias na infância, Marcos Oliveira decidiu que queria fazer rir como o seu ídolo, e resolveu tornar-se ator para isto, embora, por um tempo, tenha sido seminarista.

Ele começou a atuar em um grupo de teatro amador no ABC paulista, e começou a despontar no teatro na década de 1970. Mas sua consagração nos palcos veio quando ingressou na companhia do lendário diretor teatral Antunes Filho, com quem atuou na peça Nelson Rodrigues, o Eterno Retorno (1981).

No ano seguinte, foi escolhido para substituir Cacá Carvalho na peça Macunaíma (1982), um grande sucesso teatral brasileiro do período pós-ditadura. Carlos Oliveira assumiu o personagem título, e com o espetáculo se apresentou em mais de 20 países, já que a peça revolucionária excursionou pelos Estados Unidos, México e diversos países da Europa.

Marcos Oliveira em Macunaíma

Marcos Oliveira continuou com sua bem sucedida carreira nos palcos durante a década de 1980, e em 1988 fez sua estreia na televisão, fazendo uma participação na novela Vale Tudo (1988), interpretando um cabeleiro.

Marcos Oliveira e Glória Pires em Vale Tudo

Nos anos seguintes, atuou em Kananga do Japão (1989), Mico Preto (1990), A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990) e A Viagem (1994), normalmente fazendo participações especiais de poucos capítulos.

Marcos Oliveira em A Viagem

Em 1996 ele atuou em O Rei do Gado (1996), e no mesmo ano fez seu primeiro papel fixo em uma novela, interpretando o Seu Candinho em Salsa e Merengue (1996), novela cômica escrita por Miguel Falabela.

Ele também atuaria em Anjo Mua (1997), Corpo Dourado (1998), Hilda Furacão (1998), Labirinto (1998), Andando nas Nuvens (1999), e em 2001 passou a fazer diversos quadros do humorístico Zorra Total.

Marcos Oliveira e Dartagnan Junior em Salsa e Merengue

Mas foi somente em 2001, quando foi escalado para viver o pasteleiro Abelardo Beiçola na série A Grande Família, que o ator foi consagrado pelo grande público. Além de Beiçola, Marocs Oliveira também interpretava a mãe do personagem, Dona Etelvina, no melhor estilo Norman Bates cômico.

Marcos Oliveira como Dona Etelvina, a mãe de Beiçola

O ator viveu o personagem no programa por 13 anos, até 2014, quando A Grande Família Saiu do Ar. E durante a produção do seriado, atuou também nos filmes A Dona da Históira (2004) e A Grande Família - O Filme (2007), onde repetiu o personagem Beiçola.

Mas sua carreira no cinema havia começado anos antes, quando começou a atuar em Chatô - O Rei do Brasil. Dirigido por Guilherme Fontes, as filmagens foram inciadas em 1995, mas devido a problemas de produção, o filme só foi finalizado em 2015. Nele, Marcos Oliveira interpretava um dos assessores de Assis Chateubrinat.

Marco Ricca e Marcos Oliveira em Chatô - O Rei do Brasil

No cinema, o ator atuou ainda nos filmes O Casamento de Gorete (2015), Os Parças (2017), Mulheres Alteradas (2017) e Diários de Intercâmbio (2021).

Na TV, após o fim de A Grande Família, o ator apareceu como convidado em diversos programas de humor produzidos pelo Multishow, como Os Suburbanos, Vai Que Cola e O Dono do Lar. Ele também atuou nas novelas Liberdade, Liberdade (2016) e Deus Salve o Rei (2018).

Marcos Oliveira em Liberdade, Liberdade

Com problemas de saúde, e usando uma bolsa de colostomia, o ator teve dificuldades financeiras, e passou a dar entrevistas frequentes onde pede ajuda e emprego. Ao mesmo tempo, o ator admite que não soube usar o seu dinheiro, e chegou a ganhar um salário de 30 mil reais durante os tempos de A Grande Família.

Em 2022 ele fez um papel na novela Polyana Moça, no SBT.