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Relembrando a veterana Norma Geraldy


Houve um tempo onde estrelas veteranas eram absorvidas pela televisão, tornando-se uma presença constante nas telenovelas. Desta forma, as novas gerações se acostumaram em ver atuando nomes como Henriqueta Brieba, Estellita Bell, Zilka Salaberry, Elza Gomes, Eva Todor e Norma Gerdaly.

Geralmente interpretando simpáticas velinhas que queríamos ter de avó, muitas vezes o público desconhecia sua trajetória artística, iniciada muitos anos antes do surgimento da televisão no Brasil, em 1950.

Norma Geraldy, por exemplo, já era uma estrela nos anos de 1930.


Henriqueta Brieba, Norma Geraldy e Estelitta Bell


Norma Geraldy em 1934


Ione Sartini nasceu em Uberaba em 21 de dezembro de 1907, e era filho de imigrantes italianos. Ela começou sua carreira no rádio ainda em Minas Gerais, em 1927. Na época, Norma Geraldy se apresentava no microfone como cantora.
No rádio, também era locutora e declamadora. E foi Olavo de Barros, seu colega de rádio, quem lhe deu seu nome artístico, em homenagem ao poeta francês Paul Geraldy.

 Foi somente na década de 1930 que ela se tornou atriz, após mudar-se para o Rio de Janeiro. Sem encontrar emprego como cantora de rádio, acabou ingressando na companhia teatral de Mesquitinha, e estreou nos palcos em 1933.

Como atriz, foi contratada das Companhias de Abadie Faria Rosa, Luiz Iglezias, dos Irmãos Celestinos (onde atuava em Operetas) e Dulcina e Odilon, antes de ingressar na Companhia de Prócópio Ferreira, com quem acabaria se casando, em 1937.

Norma e Procópio foram casados por uma década, e fundaram a Companhia Norma e Procópio, e neste período a atriz foi madrasta de Bibi Ferreira. Norma havia sido casada anteriormente, com o bancário Urquiza de Carvalho, com quem teve um filho, o pintor, escritor, economista, professor e jornalista Israel Sartini (nascido em 1925).



Norma Geraldy e Procópio Ferreira em Anastáscio (1937)





Norma Geraldy tornou-se uma das mais respeitadas atrizes do teatro brasileiro, trabalhando também como diretora, produtora e roteirista.

Em 1935 ela também estreou no cinema, atuando em Favela dos Meus Amores (1935). A atriz também atuaria em O Simpático Jeremias (1940), que era baseado em uma peça de sucesso que ela havia estrelado. Norma também foi a produtora do filme, mas fez pouco cinema na época, dedicando-se aos palcos, onde inclusive continuava se apresentando como cantora. Infelizmente, ela nunca gravou um disco, o que deixaria registrado a sua voz para a posteridade.


Norma Geraldy e Arnaldo Amaral em O Simpático Jeremias


Ainda no rádio, também atuou em diversas rádio-novelas, sendo inclusive uma das estrelas da Rádio Nacional.

Norma já havia feito alguns trabalhos na televisão, atuando em teleteatros da TV Excelsior, na década de 1960, mas só faria sua primeira novela aos 71 anos de idade, quando atuou em Te Contei? (1978), na TV Globo.

Com mais de 50 anos de carreira, a atriz iniciaria uma nova fase em sua trajetória artística, atuando em diversos trabalhos na TV. Norma Geraldy, que havia vivido algumas das mocinhas mais importantes do teatro, agora fazia papéis de velinhas simpáticas, que logo caiam no gosto do público, como a doce Dona Biloca, de A Gata Comeu (1985) ou a Maria da Paz de Vereda Tropical (1984), ou ainda a beata Hemenegarda de Vamp (1991).


Norma Geraldy, Marilu Bueno e Cláudio Corrêa e Castro em A Gata Comeu


Jonas Torres, Norma Geraldy e Lucelia Santos em Vereda Tropical


Norma Geraldy em Vamp


Na TV, atuou em Jogo da Vida (1981), Quem Ama Não Mata (1982), Sol de Verão (1982), Pão Pão, Beijo Beijo (1983), Anos Dourados (1986), O Primo Basílio (1988), O Salvador da Pátria (1989), Delegacia de Mulheres (1990), Desejo (1990), Gente Fina (1990), Tereza Batista (1992), Deus nos Acuda (1992), O Mapa da Mina (1993), Decadência (1995), A Próxima Vítima (1995), Quem É Você? (1997), Por Amor (1997) e Uga Uga (2000). No cinema, ainda fez A Mãe de Ogre (1993).




Em 2003 atriz se despediu do púbico fazendo seu último papel, uma participação especial na série A Casa das Sete Mulheres (2003), encerrando uma carreira de mais de 75 anos.

Em setembro de 2003 Norma Geraldy quebrou o fêmur, e ficou internada a partir de então. Ela acabou desenvolvendo uma pneumonia, que a matou em 02 de dezembro de 2003, aos  95 anos de idade.


Norma Geraldy em A Casa Das Sete Mulheres


Veja também: A História de Bibi Ferreira




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