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A trágica morte de Vic Morrow, o astro de Combate


Vic Morrow ficou famoso no Brasil ao estrelar a série Combate (Combat!, 1962-1967). Ambientada na Segunda Guerra Mundial, a série foi exibida no Brasil pelas TVS Excelsior e Record, na década de 60.

Pai da também atriz Jennifer Jason Leigh, Vic Morrow faleceu em um trágico acidente de filmagens, com apenas 53 anos de idade.


Victor Morozoff nasceu em Nova York em 14 de fevereiro de 1929. Aos 17 anos ele abandonou o ensino médio para ingressar na marinha (sua mãe também era oficial da marinha). Após deixar as forças armadas, começou a estudar direito, e acabou no elenco de uma peça na faculdade.

Ele percebeu que gostava mais de atuar do que o trabalho nos tribunais, e matriculou-se em uma escola de atuação. No teatro, interpretou Stanley Kowalski em Um Bonde Chamado Desejo. Seu desempenho nos palcos chamou a atenção da MGM, que o contratou para interpretar um delinquente juvenil em Sementes da Violência (Blackoard Jungle, 1955), estrelado por Glenn Ford.

Vic Morrow ameaçando Glenn Ford em Sementes da Violência

No estúdio, ainda fez um papel de apoio em Honra a Um Homem Mau (Tribute to a Bad Man, 1956) e atuou em diversas séries de televisão. Descontente com a MGM, pediu rescisão do seu contrato e voltou para a universidade, para estudar direção cinematográfica.

Trabalhando de forma independente, atuou em Os Que Sabem Morrer (Men in War, 1957), 5 Horas no Inferno (Hell's Five Hours, 1958), e O Pequeno Rincão de Deus (God's Little Acre, 1958). Também coadjuvou Elvis Presley em Balada Sangrenta (King Creole, 1958).

Elvis Presley e Vic Morrow em Balada Sangrenta

Morrow seguiu atuando no cinema, participando de Cimarron - Jornada da Vida (Cimarron, 1960) e Quadrilha do Inferno (Posse from Hell, 1961), e estrelou Retrato de Um Criminoso (Portrait of a Mobster, 1961). Mas atuou com maior frequência em séries de televisão.

Vic Morrow em Bonanza

Mas o estrelato só chegou quando ele foi escalado para interpretar o sargento Chip Saunders na série Combate (Combat!, 1962-1967), produzida pela ABC. A produção fez um grande sucesso, e valeu o ator uma indicação ao Emmy em 1963.

Morrow também dirigiu alguns episódios da série, aproveitando os ensinamentos adquiridos na Universidade de cinema.


Com o fim da série Morrow fez alguns trabalhos no teatro, e em 1969 estrelou Target: Harry (1969), ao lado de Suzane Pleschette. O filme era o piloto de uma série de televisão, que nunca chegou a ser produzida. No mesmo ano, fundou sua própria produtora e dirigiu o western Sledge, O Homem Marcado (A Man Called Sledge 1970), estrelado por James Garner.

Na década de 70 sua carreira declinou, e ele atuou em diversos filmes para televisão e participou de vários episódios de seriados. No cinema, ainda destacou-se na comédia Garotos em Ponto de Bala (The Bad News Bears, 1976) e O Tesouro de Matecumbe (Treasure of Matecumbe, 1976), uma produção dos Estúdios Disney.

Mas o ator ficou marcado principalmente por produções de baixo orçamento, os chamados "filmes B", como Fuga Alucinada (Dirty Mary Crazy Larry, 1974). Sua carreira foi abalada devido a problemas com o álcool, a partir de 1965.

Em 1965 Combate havia sido cancelada, sua mãe faleceu e ele se separou da atriz Barbara Turner, com quem ele havia se casado em 1958. Barbara é mãe de suas duas filhas, as também atrizes Carrie Morrow e Jennifer Jason Leigh.

Jennifer e o pai brigaram quando ela era muito jovem, e ela adotou o sobrenome Leigh para não ser vinculada a imagem do pai. Eles não se falavam quando o ator faleceu.

Vic Morrow, Barbara Turner e Jennifer Jason Leigh

Após muitos anos atuando em produções menores, e até em um filme sul coreano, Vic Morrow foi escalado por Steven Spielberg para retornar a uma super produção, o filme No Limite da Realidade (Twillight Zone: The Movie, 1983), uma homenagem a antiga série de TV  Além da Imaginação.

Vic Morrow em No Limite da Realidade 

Em 23 de julho de 1982 o ator gravava uma cena para o filme junto com os atores mirins Myca Dihn Le e Renee Shin-Yi Chen. Durante as filmagens, Morrow fugia com as crianças no colo, perseguido por um helicóptero. Mas os fogos de artifícios usados para a cena, que se passava na Guerra do Vietnã, acertaram as hélices do helicóptero, que acabou caindo.

Vic Morrow e Myca Dihn Le foram decapitados pelas hélices, e Renee foi esmagada pela aeronave. Os três morreram na hora, mas os tripulantes do helicóptero sobreviveram. Dois anos antes Boris Segal, diretor da série Combate, também havia falecido em um acidente de helicóptero durante uma filmagem.

Morrow tinha 53 anos de idade, Myca tinha 7 e Renne apenas 6 anos.

Renee Shin-Yi Chen e Myca Dihn Le

Steven Spilberg (o produtor do filme) e Joe Dante e John De Landis (os diretores) foram processados pelas famílias das vítimas, que chegaram a um acordo extra-judicial, cujos valores nunca foram divulgados. 

O acidente também fez com que os Estados Unidos mudassem as leis de trabalho infantil na indústria do entretenimento. O filme foi lançado no ano seguinte, sem a cena da fuga. As crianças mortas no acidente também foram cortadas da obra, a pedido de seus familiares.

Veja também: Tributo a Cary Grant

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3 Comentários

  1. No final dos anos de 1960 ele veio ao Brasil para fazer um filme, o uqal infelizmente não vou lembrar o nome, mas que foi exibido em nossa tv. Era uma produção norte-americana rodada aqui, inclusive no Rio de Janeiro. Este também na minissérie Raízes no final da década de 1970...

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  2. Combate foi exibido pela TV Record e não pela TV Excelsior.

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  3. Ninguém morre de trabalhar , mas sim de acidente de trabalho . O trabalho enobrece a alma do ser humano e só isso que se deve contar . A vida e uma missão , a morte e uma ilusão e só sabe quem morreu .

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