Por Diego Nunes
A atriz holandesa Sylvia Kristel ficou eternizada ao protagonizar o clássico do cinema erótico Emmanuelle (Idem, 1974). O filme fez um enorme sucesso mundial, e só na França ficou quase dois anos em cartaz.
Sylvia Kristel em Emmanuelle
Nascida em 28 de setembro de 1952, Sylvia não era uma estreante, já tendo atuado em outras três produções. E embora após o sucesso do filme tenha atuado em outras produções, como O Jogo Com Fogo (Le Jey Ave le Feu, 1975), ficou estigmatizada no papel, que ela retomou em 1975, em Emmanuele 2 (1975).
Sylvia até tentou ter uma carreira mais respeitada, atuando em produções como A Mulher Fiel (Une Femme Fidèle, 1976) de Roger Vadim, e Por Que Agrado os Homens (La Marge, 1976), mas o público queria Emmanuelle. Aliás, ele nem foi a primeira Emmanuelle do cinema, já que a italiana Erika Blanc havia feito Io, Emmanuelle (1969), ao lado de Adolfo Celi.
Em 1977 ela tentou se despedir da personagem em Adeus Emmanuelle (Godbye Emmanuelle, 1977), mas isto não chegou a ocorrer, já que ela voltaria a saga em 1984. Após este breve adeus, atuou com Hutger Hauer em Mistérios (Mysteries, 1978) e com Ursula Andrews e Monica Vitti em Leito Selvagem (Letti Selvaggi, 1979). Com Ursula ainda fez O Quinto Mosqueteiro (The Fith Musketeer, 1979), que ainda tinha a veterana Olivia de Havilland no elenco.
Sylvia Kristel e Beau Bridges em O Quinto Mosqueteiro
O sucesso da atriz a levou a Hollywood, onde ela fez sua estréia no filme catástrofe Aeroporto 79: O Concorde (The Concorde... Airport' 79, 1979), ao lado de Alain Delon. No ano seguinte, substituiu inexplicavelmente a atriz Barbara Feldon no filme A Bomba que Desnuda (The Nude Bomb, 1980), filme que retomava os personagens da série Agente 86.
Sylvia Kristel e Alain Delon em Aeroporto 79
Nos Estados Unidos ainda atuou em filmes como Uma Professora Muito Especial (Private Lessons, 1981), Uma Escola Muito Especial, Para Garotas (Private School, 1983) e foi Mata Hari em um filme de mesmo nome, feito em 1985. Na Europa, neste mesmo período, fez muito sucesso em O Amante de Lady Chatterley (Lady Chatterley's Lover, 1981).
Mas Sylvia administrou mal sua carreira, recusando o protagonismo ou papéis importantes, em filmes como A História de Adèle H. (L'Histoire d'Adèçle H., 1975), King Kong (Idem, 1976), O Inquilino (Le Cocataire, 1976), Rocky, O Lutator (Rocky, 1976), Menina Bonita (Pretty Baby, 1978), Superman: O Filme (Superman, 1978), Corpos Ardentes (Body Heat, 1981), Blade Runner: O caçador de Androides (Blade Runner, 1982), 007 Contra Octopussy (Octopussy, 1983), Fome de Viver (The Hunger, 1983), Scarface (Idem, 1983), Duble de Corpo (Body Double, 1984), Era Uma Vez na América (Once Upon a Time in America, 1984), 9 1/2 Semanas de Amor (Nine 1/2 Weeks, 1986), Veludo Azul (Blue Velvet, 1986), entre outros.
Mas apesar de recusar convites para filmes que poderiam ter alterado os rumos de sua carreira, em 1977 ela aceitou o convite do diretor Daniel Filho para atuar em uma novela na Rede Globo. Sylvia desembarcou no Rio de Janeiro para fazer uma participação, como ela mesma, na novela Espelho Mágico (1977), uma produção que falava sobre os bastidores da fama.
Carlos Eduardo Dollabela, Sylvia Kristel, Tarcísio Meira, Pepita Rodrigues e Daniel Filho
A chegada da atriz causou furor por aqui, mas também decepção. A imprensa não cansava de dizer como haviam a achado magra, abatida, e que a atriz nada lembrava aquele mulherão do filme Emmanuelle, que ainda não havia sido lançado no país, graças a censura do regime militar vigente.
Sylvia gravou sua participação na telenovela, e antes de patir visitou o senado brasileiro. Ela chegou a pedir a liberação de Emmanuele nos cinemas brasileiros. O então senador Marco Maciel chegou a elogiar o filme, mas quando perguntando pela imprensa onde havia o assistido, já que ele era proibido por aqui, disse não se lembrar da ocasião que permitiu apreciar a obra censurada.
A carreira de Kristel tomou um rumo quase insignificante no final da década de 80, e em 1993 ela retornou a saga de Emmanuelle em uma série de filmes feitos para a televisão. Sylvia interpretava Emmanuele madura, que voltava a ser jovem com um perfume mágico. Marcela Walerstein fazia a jovem Emmanuele, e o veterano George Lazenby, o 007 que não deu certo, também aparecia nos filmes.
Sylvia Kristel e George Lazenby
Sylvia Kristel continuou atuando em filmes europeus, normalmente pouco divulgados até 2010. Em 2004 dirigiu o curta metragem Topor et Moi (2004), que foi premiado no Festival de Tribeca.
Pouco antes de falecer, publicou uma biografia triste, onde relatou diversos abusos sexuais, maridos violentos, e a dependência de bebidas e drogas. Lutando contra um câncer de esôfago, a atriz faleceu enquanto dormia, em 18 de outubro de 2012, com apenas 60 anos de idade.
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4 Comentários
Nesse artigo, não foi citado aquele que talvez seja o melhor filme de toda a carreira da Sylvia Kristel: "La Marge" (no Brasil, "Porque Agrado aos Homens, 1976), do celebrado diretor franco-polonês Walerian Borowczyk. Em sua autobiografia, Sylvia escreveu que o seu papel nesse filme era o que ela mais gostava.
ResponderExcluirbons tempos da Revista Manchete!!!! Eu não sabia da participação dela na novela brasileira!!!! valeu!!!!
ResponderExcluirSylvia Kristel, linda e sensual atriz de cinema e modelo de moda holandesa que será eternamente lembrada pelo mundo inteiro como a belíssima e inesquecível modelo erótica francesa Emmanuelle. Descanse em paz e fique eternamente com Deus, querida e linda Kristel. Amém.
ResponderExcluirCriticam os americanos e os suecos por fazerem filmes pornôs e adultos de sexo explícito, mas se esquecem de dizer que os brasileiros e irlandeses junto com os povos latinos e mediterrâneos em geral são extremamente mais promíscuos e degenerados sexualmente do que qualquer outro povo no mundo além deles serem todos uns verdadeiros hipócritas e uns falsos moralistas também.
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