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Morre o ator Seymour Cassel, aos 84 anos


Morreu no dia 07 de abril o ator norte-americano Seymour Cassel, um dos atores favoritos dos diretores John Cassavetes e Wes Anderson. Com mais de 200 trabalhos no currículo, Cassel foi indicado ao Oscar em 1968.


Seymour Joseph Cassel nasceu em Detroit, Michigan, em 22 de janeiro de 1935. Filho de uma artista e um proprietário de boate, Seymour Cassel estudou interpretação na American Theatre Wing e no Actors Studio, e estreou como ator no filme Sombras (Shadows, 1958), primeiro filme dirigido por John Cassavetes.

Cassavetes era um proemiente ator, mais famoso por seus trabalhos na televisão, e ele próprio financiou seu primeiro filme. Por falta de orçamento, a equipe era composta de apenas sete pessoas, incluindo os atores. Além de atuar, Cassel foi cameraman e ajudava na iluminação.

Após fazer pequenos papéis em filmes como Contra Espionagem (Man on a String, 1960), ele voltou a trabalhar com Cassavetes em Canção da Esperança (Too Late Blues, 1961), repetindo a parceria que duraria por muitos anos.

Cassel chegou a fazer um filme estrelado por Jerry Lewis, O Professor Aloprado (The Nutty Professor, 1963), onde fazia uma pequena participação. Na década de 60, ele também atuou muito na televisão, fazendo participações em séries como Caravana (Wagon Train) e Batman. Normalmente, interpretava beatniks ou hippies. Em algumas destas séries, também foi dirigido por Cassavetes.

Em 1964 ele fez um papel de apoio em Os Assassinos (The Killers, 1964), de Don Siegel. O filme, último trabalho de Ronald Regan como ator, foi feito inicialmente para a televisão, mas foi considerado muito violento, e acabou sendo lançado nos cinemas. John Cassavetes trabalha neste filme, como ator.

Em 1968 ele atuou em Faces (1968), novamente sob a direção de Cassavetes. Por seu papel como um hippie de meia idade, ele ganhou uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, mas não levou. Foi sua única indicação ao prêmio. 

 Seymour Cassel em Faces


Cassavetes considerada Sombras e Faces os filmes favoritos de sua filmografia. Sob a tutela do diretor ele ainda atuou nos filmes Assim Falou o Amor (Minnie and Moskowitz, 1971), Noite de Estréia (Opening Night, 1977) e Amantes (Love Streams, 1984). E em 1973, contracenaram juntos novamente no telefilme Nightside (1973).


Seymour Cassel e Gena Rowlands em Assim Falou o Amor

Ele também trabalhou com diretores importantes, com Don Siegel (novamente) em Meu Nome é Coogan (Coogan's Bluff, 1968), Sam Pekinpah em Comboio (Convoy, 1978), Elia Kazan em O Último Magnata (The Last Tycoon, 1976), Ken Russell em Valentino - O Ídolo, o Homem (Valentino, 1977) e Nicolas Roeg em Armadilha Sentimental (Cold Heaven, 1988) e Desejo Selvagem (Track 29, 1991). 

 Rudolf Nureyev e Seymour Cassel Valentino - O Ídolo, o Homem

Também fez filmes mais comerciais, como Colors - As Cores da Violência (Colors, 1988), A Madrasta (Wicked Stepmother, 1989), Dick Tracy (Idem, 1990), Caninos Brancos (White Fang, 1991) e  Proposta Indecente (Indecent Proposal, 1993). Mas foi nos filmes alternativos que ele encontrou um novo rumo para a sua carreira, após a morte do amigo John Cassavetes, em 1989.

Seymour Cassel costumava dizer que estaria em qualquer filme alternativo que gostasse do roteiro, e aceitaria como pagamento apenas a passagem para as locações. Em 1992 ele estrelou In the Soup (1992), de Alexander Rockwell, ao lado de Steve Buscemi. Buscemi chegou a dirigir o ator em Ponto de Encontro (Trees Lounge, 1996).

 Cartaz de In the Soup, com Seymour Cassel e Steve Buscemi

Em 1998 ele trabalhou em Três é Demais (Rushmore, 1998), terceiro filme dirigido pelo cineasta Wes Anderson. Com ele, o ator ainda faria Os Excêntricos Tenenbaums (The Royal Tenenbaums, 2001), e A Vida Marinha com Steve Zissou (The Life Aquatic with Steve Zissou, 2004).

 Seymour Cassel como médico, em Os Excêntricos Tenenbaums


Amigo do pai do guitarrista Saul Hudson da banda Guns N' Roses, foi Seymour que o apelidou de Slash na infância, apelido que ele assumiria  como nome artístico.

Em 2015 o ator afastou-se das telas, devido a complicações do Alzheimer. Seymour Cassel faleceu em 07 de abril de 2019, aos 84 anos de idade. 





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