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Atleta olímpico, ator e criador do surf moderno: A História de Duke Kahanamoku




O havaiano Duke Kahanamoku foi um pioneiro em muitas areas, e é dono de uma história fascinante, embora um tanto esquecida. Ele foi simplesmente cinco vezes medalista olímpico, ator em Hollywood e criador e divulgador do surf como conhecemos hoje.

Duke Kahanamoku

Duke Paoa Kahinu Mokoe Hulikohola Kahanamoku nasceu em Honolulu, Havaí, em 24 de agosto de 1890. Ele nasceu em uma proeminente família de origem nobre, alguns anos antes da derrubada do Reino do Havaí.

A carreira no esporte

Criado na praia de Waikiki, ele cresceu fazendo esportes aquáticos, desenvolvendo a habilidade no surf e natação. Seus irmãos Sargent e Samuel também acabaram trilhando carreiras esportivas.

Na juventude, Kahanamoku usava uma prancha de surf tradicional, chamada de "papa nui", construid à moda das antigas pranchas havaianas, feitas de madeira de árvore, com quase 5 metros de comprimento e com cerca de 52 quilos.

Também nadador poderoso, ele quebrou alguns recordes mundias no começo dos anos de 1910, porém seus feitos não foram reconhecidos na época, devido ao preconceito com sua origem havaiana. Demoraria muitos anos para que seus feitos fossem oficialmente reconhecidos.

Mas no ano de 1912 ele se classificou para a equipe olímpica de natação dos Estados Unidos, e nos jogos olímpicos daquele ano, em Estocolmo, ganhou a medalha de ouro nos 100 metros livres e a medalha de prata no 4 x 200 metros masculino.

Duke Kahanamoku recebendo a medalha em 1912

Ele ganhou outras duas medalhas de ouro em 1920, na Antuérpia. Na época, com 30 anos de idade, ele se tornou o nadador mais velho a ganhar uma medalha de ouro olímpica em provas individuais da natação. Este recorde só seria superado 96 anos depois, por Michael Phelps, que conquistou um ouro com 31 anos e 40 dias.

Quatro anos depois, nas Olímpiadas de Paris, de 1924, Kahanamoku perdeu o ouro para Johnny Weismmuller (o futuro Tarzan do cinema), mas ficou com a medalha de prata e o bronze foi conquistado por seu irmão, Samuel Kahanamoku.

Já nos jogos olímpicos de 1932, ele não ganhou mais medalhas, mas fez parte da equipe de pólo aquático dos Estados Unidos.

Johnny Weismuller Duke Kahanamoku nos jogos olímpicos de 1924

A carreira pós olímpica

Ao ser classificado para a seleção olímpica, ele passou a residir na Califórnia, e levou consigo suas pranças de surf, chamando a atenção para o esporte entre os moradores locais. Até então, o esporte só era conhecido no Havaí.

Nos períodos entre as competições olímpicas, Duke Kahanamoku viajava pelo mundo fazendo exibições de natação e surf, popularizando assim o esporte mundialmente. Sua exibição de surf em Sidney, na Austrália, em 1914, é considerada o primeiro grande evento do esporte, e a prança usada pelo atleta pemanece em uma exposição em uma loja local.

Duke Kahanamoku em 1922

Morando próximo de Los Angeles e gozando de grande popularidade, Kahanamoku foi convidado para atuar em Hollywod, estreando no cinema no filme A Destemida Diana (Adventure, 1925). No memo ano, interpretou um indígena em Correio a Cavalo (The Pony Express, 1925).

Duke Kahanamoku em Correio a Cavalo

Em seguida, interpretou um salva-vidas (profissão que ele exercia) na comédia No Father to Guide Him (1925) e teve um papel de destaque em Maldição Gloriosa (Lord Jim, 1925).

Duke Kahanamoku e Shirley Mason em Maldição Gloriosa

Em julho de 1925, Kahanamoku resgatou oito homens de um naufrágio, usando sua prancha de surf. O fato foi amplamente divulgado pela imprensa, e o feito aumentou ainda mais sua popularide. Foi a partir de então que os salva-vidas americanos começaram a usar pranchas nas operações de resgate.

Cada vez mais famoso graças as suas aparições na mídia, sua carreira no cinema foi crescendo. Ele viveu um pirata em A Fragata Invicta (Old Ironsides, 1926) e viveu um nativo havaíno em Hula (1927), ao lado da estrela Clara Bow.

No ano seguinte, foi protagonista da aventura The Isle of Sunken Gold (1927).

Anita Stewart e Duke Kahanamoku em The Isle of Sunken Gold

Ele ainda atuaria em Woman Wise (1928), Amores de Verão (Her Summer Hero, 1928), Culpas de Amor (The Rescue, 1929), Sedução (Where East in East, 1929), A Flama Redentora (Girl of the Port, 1930) e Isle of Scape (1930).

E muitos de seus filmes, o atleta aparecia surfando, o que ajudou ainda mais a popularizar o esporte mundialmente. Infelizmente, muitos de seus filmes se perdam com o tempo, mas existem registros de Duke Kahanamoku surfando no cinema.



No começo da década de 1930 Duke abandonou Hollywood, e retornou ao Havaí. Em 1932 ele foi nomeado Xerife de Honolulu, e ocupou o cargo por treze mandatos consecutivos, até o ano de 1961.

Muito querido pela comunidade do cinema, Kahanamoku virou uma espécie de relações públicas do Havaí, e ciceroneava os astros do cinema e celebridades que visitavam a ilha. Ele também foi professor de surf do famosos, como Douglas Fairbanks e da milhonária Doris Duke, considerada a primeira mulher não havaiana a praticar o esporte.

Charles Chaplin, Paulette Goddard e Duke Kahanamoku
Shirley Temple e Duke Kahanamoku

Durante a Segunda Guerra Mundial ele trabalhou como policial nos Estados Unidos, para suprir os soldados que haviam ido lutar na Europa. Após a guerra, ele voltaria a atuar em mais duas ocasiões.

Duke Kahanamoku ainda faria os filmes O Rasto da Bruxa Vermelha (Wake of the Red Witch, 1948) e Mister Roberts Idem, 1955), além de aparecer em diversos documentários ao longo dos anos.

John Wayne e Duke Kahanamoku em No Rastro da Bruxa Vermelha

Duke Kahanamoku em Mr. Roberts

O surfista que divulgou o esporte para o mundo, e é considerado o pai do surf moderno, continuou pegando ondas até o dia em que completou 74 anos, em 24 de agosto de 1964. Depois, ele aposentou a sua prancha.

Quatro anos depois, Duke Kahanamoku morreu 22 de janeiro de 1968, aos 77 anos de idade, após sofrer um ataque cardíaco. Ele teve um funeral no mar, como manda a tradição havaiana.

Duke Kahanamoku aos 74 anos

Em 2022 foi lançado o documentário Waterman, sobre a sua vida, com narração do ator Jason Momoa (o Acquaman). No mesmo ano, foi anunciado que Momoa viveria Kahanamoku no cinema, em um filme que ainda está em produção.

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