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Crítica: Barbie (2023), uma epopéia em cor-de-rosa





Barbie, estrelado por Margot Robbie, é o novo fênomeno de bilheterias do momento, e gerou uma febre cor-de rosa, que alavancou a venda de roupas, brinquendos, e até sanduíches na cor favorita da icônica boneca criada por Ruth Handler, em 1959 (na verdade a famosa boneca é um plágio da bone alemã Lilli).

Multidões tem lotado as salas de cinema, fazendo de Barbie o principal filme evento do pós-pandemia. E vale lembrar, que apesar de encantar os fãs da boneca, ele não é exatamente um filme para crianças, e nada tem em relação aos animações infantis protagonzidas por um dos brinquendos mais famosos do mundo.



Dirigido por Greta Gerwing, a primeira parte do filme é um deleite para os fãs de Barbie. Todo o universo da boneca está lá, as casas dos sonhos, as roupas clássicas, e até as escovas de cabelos desproporcionais. Toda a Barbieland tem uma estética exagerada, lúdica e plastificada.

Barbieland é um tributo a história da boneca, com direito a "Barbie estranha", que é aquela boneca que teve os cabelos cortados e o rosto riscado (que toda menina que brincou com a boneca teve) e até coleções descontinuadas estão lá, como Allan, o melhor amigo de Ken (criado em 1964, e interpretado pelo ótimo Michael Cera) e Midge, a Barbie Grávida, que saiu de cirulação por ter sido acusada de incentivar a gravidez na adolescência. E este tributo a hitória da boneca talvez seja a melhor parte do filme, e rende boas piadas e críticas a sua história ao longo dos anos.

Desde 1959, quando Barbie surgiu vestindo um maiô preto e branco, a própria trajetória da boneca evoluiu, fazendo com que a boneca, além de usar roupas glamurosas, pudesse ser o que quisesse, médica, engenheira, astronauta ou presidenta. E todas elas estão lá, como suas versões inclusivas, como a Barbie cadeirante (mesmo que numa aparição muito pequena).

Mas o mundo de Barbie começa a desmoronar quando ela tem pensamentos sobre a morte, em meio ao seu mundo perfeito. Acompanhada de seu eterno coadjuvante Ken (vivido por Ryan Gosling, fazendo mais caretas do que nunca), Barbie vai para o mundo real, tentando descobrir o que são as transformações que acontecem com ela.



No mundo real, ela descobre que a vida não é tão cor-de-rosa, enquanto Ken percebe que a sociedade é majoritamente comanda por homens, e tenta levar o patriarcado para o universo Barbieland. Neste momento, o filme assume uma postura de crítica social, de leve, que talvez desagrade os desavidos, mas abrindo um debate tão necessário quanto a própria evolução da boneca nas últimas décadas.

De forma leve, e um tanto rasa, o filme mostra a revolução em Barbieland, e mostra que a vida tem mudanças, e que as vezes elas assustam, mas sempre é possível seguir em frente. O filme não chega exatamente a levantar uma bandeira, até porque é uma aposta comercial com uma grande campanha publicitária, e se destina a fãs e não fãs da boneca.

O roteiro se perde um pouco, com soluções muito rápidas, e desfechos pouco desenvolvidos. A Matel, apesar de tudo, continuará sendo comandada só por homens, encabeçados pelo vilão Will Ferrell. E até a sugestão da criação da Barbie normal, uma mulher comum que só quer se sentir bem, sugerida por America Ferrara, só passa a ser vista como uma boa idéia quando um acionista prevê que ela renderá um bom dinheiro. E uma curiosidade: a filha de Will Ferrell é uma das meninas apresentadas na cena inicial.

Mas isto não chega a ser algo negativo, mas uma visão realista da vida cotídiana. Você fazer algumas transformações pessoais, mas o mundo real continuará exisitindo lá fora.

A veterana Rhea Perlman faz uma partipação especial como Ruth Handler, a criadora da boneca, e mesmo que suas cenas sejam algumas das mais emocionantes, há espaço para a paródia sobre o escândalo de sonegação de impostos cometidos por Ruth. A cantora Dua Lipa estreia no cinema em uma pequena partipação, como uma das Barbies sereias.

Barbie, o filme, no fim das contas, é uma analogia sobre o amadurecimento e a perda da ingenuidade, algo vivido por todas as garotas (e garotos também) que brincaram com a boneca ao longo dos anos, e que se tornaram adultos, mas não necessariamente perderam sua essência glamurosa.

Mas se você espera um Barbie no mundo das fadas em live action, talvez fique um tanto decepcionado.




Conheça mais sobre a história de Bild Lilli, a boneca alemã que "deu origem a Barbie", aqui: Lilli, a boneca alemã que inspirou a Barbie e virou filme.

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