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Crítica: Órfã 2: A Origem do Mal





Em 2009 o público ficou chocado com as reviravoltas do filme A Orfã (Orphan, 2009), estrelado por Isabele Fuhrman, no papel da pequena e nada inocente Esther. Na época, muitos acreditaram que ela realmente seria uma atriz adulta que teria enganado a todos, dentro e fora das telas. 

Mas a verdade é que ela havia completado 11 anos durante as gravações, e passados 13 anos da produção original, e Fuhrman agora é realmente uma mulher adulta no papel de uma criança em Orfã 2: A Origem do Mal (Orphan: First Kill, 2022), que como anuncia o título, não é uma continuação, mas um prelúdio da história.




Isabele Furhman, que também é a produtora do filme, retorna ao papel, agora com 24 anos de idade. E embora a história deste filme já tenha sido explicada na produção anterior, a Orfã 2 nos dá detalhes e nuances que podem surpreender.

Mesmo conhecendo os detalhes, a reviravoltas e ação suficiente para prender o público, e elementos do primeiro filme são vistos a todo momento, como o Instituto Saarne, seu livro de lembranças e anotações e até a origem do seu gosto por tintas florescentes.

É complicado fazer uma análise da obra sem contar algum spoiler, mas vale destacar o papel da atriz Julia Stiles (antiga atriz adolescente das décadas passadas), numa atuação madura e forte, fazendo uma personagem muito mais interessante que a de Vera Farmiga, estrela do filme de 2009.


Julia Stiles e Isabelle Fuhrman em Orfã 2: A Origem do Mal




O cinéfilo mais atento poderá se divertir com uma das cenas iniciais, onde "Esther" assiste televisão no Instituto Saarne, e no pequeno aparelho vê um antigo filme de Shirley Temple. O sucesso e o talento da pequena Temple, na década de 1930, chegou a fazer o público suspeitar que a menina na verdade era uma mulher adulta, que não havia crescido, fingindo ser criança. Na época, o Vaticano chegou a mandar um representante para checar se ela realmente era uma menina.

E um dos maiores sucessos da carreira da atriz foi justamente o filme A Pequena Órfã (1935).


Isabelle Furhman assiste a um filme de Shirley Temple na televisão em Orfã 2: A Origem do Mal



Ao mesmo tempo que o filme preenche alguns "furos" do roteiro anterior, como a chegada de Esther aos Estados Unidos com toda a documentação em dia, por exemplo, o filme tem alguns problemas. O primeiro deles talvez seja a mudança de sobrenome da família, que originalmente é referida como "os Sullivans" e agora tornaram-se "os Albrights".

Há também algumas coisas incoerentes, como o fato de uma família reencontrar uma criança desaparecida há quatro anos, e na noite seguinte sair para uma festa ao invés de passar um tempo com a filha que havia sido dada como perdida. Ou deixar esta mesma criança sozinha em uma estação de trem.


Mas o maior problema é mesmo é a caracterização de Fuhrman como uma menina, ainda mais jovem que no filme de 2009. Ao menos a mim, não fiquei convencido estar vendo uma criança em cena. O diretor William Brent Bell (de Boneco do Mal) se recusou a usar efeitos especiais, em tempos em que dispomos de técnicas de computação gráfica muito avançadas, e preferiu fazer as coisas a moda antiga, recorrendo a maquiagem para rejuvenescer a atriz. Porém, a técnica ficou pouco convincente, e é preciso muita boa vontade para aceitar que as pessoas acreditariam que "Esther" é uma menina na faixa dos 10 anos de idade.


Isabelle Fuhrman em 2009 e 2022



Os atores usaram sapatos com saltos altos para ficarem maior que Fuhrman, e muitas vezes fica visível a perspectiva distorcida. Em alguns momentos tive mesmo a impressão de que a atriz estava de joelhos, como o reizinho interpretado por Jô Soares décadas atrás.

A maquiagem e as fitas no cabelo da personagem não foram suficientes para dar o ar de "inocência" a Esther (Leena, na verdade), e muitas vezes me lembro a Chiquinha do Chaves.


Elenco usando sapatos de plataforma para ficarem maior que Isabelle Furhman, nos bastidores de Órfã 2: Origem do Mal




O diretor também usou duas crianças reais como dublê de corpo em algumas cenas.


Isabelle Furhman e sua duble, Kennedy Irwin



Dito isto, vale lembrar que o filme tem bons momentos, e vale o ingresso. Apesar das incoerências e de ser uma história já contada, tem uma bela reviravolta, e mostra a evolução dos métodos e crimes de Esther.

Não sei se tem força para tornar-se um cult como o original de 2009, mas deve agradar aos fãs do gênero.





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