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Rebecca, inesquecível, mas plágio de uma obra brasileira?



Em 1978 a Rede Globo levou ao ar a novela A Sucessora (1978-1979), que mostrava Suzana Vieira como a nova esposa do atormentado viúvo vivido por Rubens de Falco, e que vivia sob a supervisão de um intrometida governanta, interpretada por Natália Timberg.




O público logo começou a comparar a obra com o clássico Rebecca, a Mulher Inesquecível (Rebecca, 1940), de Alfred Hitchcock. A obra havia sido um grande sucesso, foi indicado a 10 Oscars, tendo recebido o prêmio de melhor filme daquele ano.

O filme também recebeu a indicação ao prêmio de melhor roteiro adaptado, pois era baseado no livro da escritora inglesa Daphne du Maurier.

A novela, adaptada por Manoel Carlos, entretanto, era baseada no livro homônimo, escrito por Carolina Nabuco, em 1934.




Na época da exibição da novela, uma velha discussão veio à tona, Rebecca, a Mulher Inesquecível era um plágio do livro A Sucessora, escrito pela autora carioca.

Nascida em 1890, Carolina Nabuco era filha de Joaquim Nabuco, escritor, diplomata e deputado nos tempos do Brasil Império. Seu pai também foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Ela ingressou no mundo dos livros em 1929, quando publicou uma biografia de seu pai.


Carolina Nabuco


Cinco anos depois, em 1934, escreveria sua obra mais famosa, o romance A Sucessora, cuja personagem principal chamava-se Marina. Para quem não leu o livro de Carolina, mas viu o filme baseado na obra de Maurier, as histórias são praticamente idênticas, só que uma se passa no Rio de Janeiro, enquanto a outra transcorre na Inglaterra.

Sonhando com o mercado internacional, Carolina traduziu seu livro para o inglês, e enviou para uma editora em Nova York, com um pedido para que o material também fosse enviado para Londres. Meses se passaram sem nenhuma resposta, até que a autora patrícia enviou uma carta perguntando sobre seu livro, e os editores disseram não ter interesse em seu romance.

Porém, em 1937, Daphne du Maurier publica Rebecca, justamente pela editora inglesa que teria recebido os manuscritos da brasileira. As obras eram tão semelhantes, que até a sessão de críticas literárias do New York Times (de Nova York), comentou sobre a "coincidência extraordinária".




Na época a notícia repercutiu no Brasil, mas Carolina Nabuco preferiu não processar a editora. Porém, quando Alfred Hitchcok comprou os direitos para adaptar Rebeca para o cinema, a United Artist procurou a autora carioca.

Uma equipe veio até o Brasil pedindo que ela assinasse uma declaração que dizia que a semelhança das obras era mera coincidência. Ofendida, Carolina recusou-se a assinar o documento.

O filme foi estrelado por Joan Fontaine e Laurence Olivier, e fez um enorme sucesso na época. Para provocar o estúdio rival, a Warner convidou Carolina Nabuco para conhecer seus estúdios.



Carolina Nabuco, a atriz americana Ruth Roman, e Hilário Nabuco, na Warner


Carolina Nabuco nunca processou Maurier, a editora ou quem quer que fosse, e contínua sendo injustiçada ao longo dos anos, nunca recebendo seus devidos créditos.

Rebecca, a Mulher Inesquecível já foi adaptada algumas vezes para o cinema, sendo a última versão de 2020, produzida pela Netflix. No Brasil, ganhou as telas da TV Tupi, em forma de teleteatro, sendo protagonizada por Maria Della Costa (em 1952), Nydia Licia (em 1957) e Lisa Negri (em 1963).



Carolina Nabuco faleceu em 18 de agosto de 1981, aos 91 anos de idade.


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