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Das Olimpíadas Para Hollywood: A História de Johnny Weissmuller, o mais famoso Tarzan do Cinema


Entre 1924 e 1928, Johnny Weismuller ganhou cinco medalhas de ouro olímpicas pela natação, e quebrou o recorde em cada uma das competições que venceu. O sucesso nas piscinas o levou para Hollywood, onde ele se tornou o mais famoso Tarzan da história do cinema.



Embora tenha participado das Olímpiadas representando os Estados Unidos, János Weißmüller nasceu na Romênia (à época parte do Império Austro-Húngaro), em 02 de junho de 1904. Sua família migrou para os Estados Unidos quando ele tinha apenas 7 meses de idade.

Johnny foi uma criança muito doente, e um médico aconselhou aos seus pais que colocassem o menino na natação, para desenvolver os pulmões. O tratamento de saúde acabou tornando-se uma profissão, e antes de entrar para o cinema Weissmuller teve uma carreira excepcional como desportista, tendo conquistado cinco medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928. Ele estabeleceu 67 recordes mundiais de natação e ganhou 52 campeonatos nacionais, sendo considerado um dos melhores nadadores de todos os tempos.




O sucesso nos jogos olímpicos, e a beleza e carisma do jovem atleta, chamaram a atenção dos produtores de Hollywood, que o levaram a atuar na terra do cinema. Seu irmão, Pete Weissmuller (1903-1969), também se tornaria ator, com uma carreira muito menos sucedida que a de Johnny.



Johnny e Pete Weissmuller


Johnny Weissmuller estreou no cinema em um filme da Paramount, Glorificação da Beleza (Glorifying the American Girl, 1929), onde aparecia como o deus Adônis, vestindo apenas uma folha de figueira.



Johnny Weismuller em  Glorificação da Beleza


E após aparecer em dois curta-metragens do estúdio, foi contratado com alarde pela MGM, que o anunciou como "o único homem em Hollywood que é natural e pode atuar sem roupas". Weismuller foi escalado para ser o novo ator a personificar nas telas o personagem criado por Edgar Rice Burroghs, o lendário Tarzan, o homem macaco.

Seu primeiro filme foi Tarzan, O Filho da Selva (Tarzan the Ape Man, 1932), que logo se revelou um grande campeão de bilheterias.




Quando foi contratado pela MGM, Johnny Weissmuller estava casado com a atriz Bobbe Arnst, mas o estúdio temia que as fãs não cultuassem um homem comprometido, e ofereceram a ele 10 mil dólares para que o agora ator se divorciasse, e ele aceitou o acordo.


Bobbe Arnst e Johnny Weissmuller



Porém, pouco tempo depois ele se casou com a tempestuosa (e posteriormente trágica) estrela latina Lupe Velez. As brigas do casal estampavam as colunas de fofocas, e o departamento de maquiagem gastava longas horas para maquiar o corpo do ator, para esconder os hematomas e marcas de mordidas causadas nos confrontos com Velez.

O ator pediu o divórcio quando Lupe Velez admitiu que, por raiva, havia matado seu cachorro. Por vingança, Weissmuller matou o papagaio de estimação da atriz, Gary, presente de seu antigo namorado, o ator Gary Cooper.



Lupe Velez e Johnny Weissmuller


Mesmo com os escândalos, o artista era muito lucrativo para a MGM, que continuou investindo nos filmes de Tarzan, que ganhou uma companheira, Jane (vivida por Maureen O'Sullivan, mãe da atriz Mia Farrow), em seu filme seguinte, A Companheira de Tarzan (Tarzan and His Mate, 1934).

Mais tarde, o menino Johnny Sheffield se juntaria a trupe de Tarzan, Cheeta e Jane, interpretando "Boy", no filme O Filho de Tarzan (Tarzan Finds a Son!, 1939). Mas como Tarzan e Jane não eram casados, a censura não permitiu que o casal gerasse um filho, então eles adotaram um menino perdido.




Ao todo o ator fez seis filmes como Tarzan na MGM, sendo Tarzan Contra o Mundo (Tarzan's New York Adventure, 1942) o último deles. Neste filme, Tarzan, de terno e grava, trocava a selva pela cidade de Nova York. Mas passados dez anos desde seu primeiro filme, o personagem já não era mais tão lucrativo para o estúdio, que vendeu os direitos do personagem, e o contrato de Weissmuller para a RKO.


 Tarzan Contra o Mundo


Na RKO o ator estreou em Tarzan, o Vingador (Tarzan Triumphs, 1943), e fez outros cinco filmes na pele do personagem no estúdio, encerrando sua carreira de Tarzan com Tarzan e as Sereias (Tarzan and the Mermaids, 1948).


A fórmula Tarzan parecia já ter se esgotado, e aos 44 anos de idade, ele já não estava mais tão em forma como na juventude.


Brenda Joyce e Johnny Weissmuller em Tarzan e as Sereias




Sem nunca ter estudado atuação, Johnny Weissmuller era um ator um tanto limitado, com treinamento apenas para filmes de aventura. Desde sua estreia nas telas, ele basicamente só havia interpretado Tarzan, com exceção do filme Chamas do Ódio (Swamp Fire, 1946), um filme de aventuras onde ele contracenou com Buster Crabbe (outro ator que interpretou Tarzan no cinema). Ele também havia feito uma participação na comédia musical Noivas de Tio Sam (Stage Door Canteen, 1943), onde interpretou a si mesmo.



Buster Crabbe e Johnny Weissmuller em  Chamas do Ódio


Em 1948, agora na Columbia, ele tentou retornar à selva com outro personagem, Jim das Selvas (Jungle Jim, 1948), que fez bastante sucesso. Jungle Jim, o Jim das Selvas, era um personagem das histórias em quadrinhos criado em 1934, por Don Moore e Alex Raymond, e que  é considerada por muitos uma versão mais civilizada e madura de Tarzan.






Johnny Weismuller interpretou o Jim das Selvas em 13 filmes, até 1954. Depois, sem conseguir renovar os direitos autorais do personagem, a Columbia produziu outros três filmes, que eram basicamente histórias de Jim das Selvas (com o mesmo uniforme), agora creditado apenas como Johnny Weissmuller mesmo. Fazendo um personagem com seu verdadeiro nome, ele atuou em Homem Crocodilo (Cannibal Attack, 1954), A Deusa da Lua (Jungle Moon Men, 1955) e A Deusa Pagã (Devil Goddess, 1955).



Johnny Weissmuller e A Deusa Pagã


Entre 1955 e 1956 ele voltou a interpretar Jim das Selvas, agora em uma série de televisão. Já um tanto obeso, o ator foi multado pelo estúdio em 5 mil dólares por cada quilo a mais que ele ficasse acima do peso.

A série teve 26 episódios, com meia hora de duração cada um.




Já envelhecido e obeso, Weissmuller tentava dar vida a uma personagem atlética e aventureira, calcada na legendária figura de Tarzan. Esse final melancólico marcou sua despedida das câmaras. Em 1962 sua filha Heidi morreu em um acidente de carro. A jovem estava grávida, e o ator nunca superou a morte da filha e do neto que nem chegou a nascer, entrando em uma depressão profunda.

Heidi era fruto de seu terceiro casamento, e tinha outros dois irmãos. Johnny Weissmuller Jr. (1940-2006), também fez alguns trabalhos como ator, tendo inclusive dublado a animação A Vergonha da Selva (Tarzoon, la honte de la jungle, 1975), que parodiava o personagem Tarzan.





Após deixar o cinema, Weissmuller mudou-se para Chicago, onde fundou uma empresa de piscinas. Seguiram-se outros empreendimentos, a maioria envolvendo Tarzan ou a natação de uma forma ou de outra, mas sem grandes resultados. Aposentou-se em 1965 e no ano seguinte juntou-se aos ex-Tarzans Jock Mahoney e James Pierce para a campanha publicitária de lançamento da série de TV Tarzan, estrelada por Ron Ely.



Jock Mahoney, Johnny Weissmuller, Ron Ely e James Pierce


Na década de 1970 ele passou a trabalhar em um cassino em Las Vegas, onde chegou a dar uma entrevista para o programa Fantástico, da Rede Globo.

Hélio Costa entrevista Johnny Weissmuller para o Fantástico, em 1975


Em 1970 o ator fez uma participação especial no filme The Phynx (1970), onde reencontrou sua antiga colega Maureen O'Sullivan. Foi neste filme que ele disse pela única vez a frase "me Tarzan, you Jane!".


Maureen O'Sullivan e Johnny Weissmuller em The Phynx


O ator ainda atuaria em The Great Masquerade (1974) e Won Ton Ton, O Cachorro que Salvou Hollywood (Won Ton Ton: The Dog Who Saved Hollywood, 1976).

Depois Johnny Weissmuller se retirou de cena, indo morar em Acapulco, no México, com sua sexta esposa. Ele morreu vítima de um edema pulmonar em 20 de janeiro de 1984, aos 79 anos de idade.






Muitos foram os atletas olímpicos que se tornaram atores posteriormente, inclusive alguns brasileiros (como Romulo Arantes). Também tivemos a atriz Eloísa Mafalda, que quase participou dos jogos olímpicos de 1932. Confira mais sobre isto no vídeo abaixo.







Leia também: O Tarzan Gordon Scott

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