Por Diego Nunes
Morreu no dia 25 de novembro o veterano ator Earl Holliman, conhecido por atuar em diversos filmes de farroestes e dramas das décadas de 1950 e 1960. Holliman tinha 96 anos de idade, estava sob cuidados paliativos em sua residência. A morte foi anunciada por seu companheiro Craig Curtis.
Nascido em 1928, Hollimam era o décimo filho de um casal de fazendeiros muito pobres, e foi dado para a adoção com uma semana de idade. Ele foi criado pelo casal Velma e Henry Holliman, mas adulto, retomou o contato com seus pais biológicos.
Holliman era uma criança muito frágil, e os médicos diziam que ele não viveria até os 10 anos de idade. O ator acreditava que o amor de Velma e Henry que o fizeram sobreviver as previsões médicas.
De origem muito humilde, ele juntou o dinheiro que ganhou como jornaleiro para deixar a Louisiana, sua terra natal, para tentar a vida em Hollywood. Mas sem conseguir nenhum trabalho, retornou para a vida na fazenda.
Holliman mentiu a idade para se alistar na Marinha, durante a Segunda Guerra Mundial, e foi durante sua jornada no exército. Nesta época, ele fez boas amizades na Hollywood Canteen, um café em Los Angeles onde estrelas de cinema entretinham os soldados americanos.
Holliman entrou para o cinema mentindo também. Nos portões da Paramount, ele disse que tinha um encontro marcado com o barbeiro do estúdio, e conseguiu entrar. Desta forma, acabou parando na fila de figurantes, e acabou conseguindo uma pequena ponta no filme O Soldado da Rainha (1952). Ele faria figuyração ainda em filmes como Prisioneiros na Mongólia (1953) e Morrendo de Medo (1953).
Seu primeiro papel de destaque foi no filme As Garotas da Ilha dos Prazeres (1953). Ele ainda era um personagem não creditado, mas o tempo de tela foi suficiente para chamar a atenção das fãs, fazendo com que ganhasse mais destaque em filmes como Mais Forte Que a Lei (1953), Ao Sul de Sumatra (1953), A Lança Partida (1954) e Amigo e Algoz (1954).
Holliman interpretou um papel melhor no drama de Guerra As Pontes de Toko Ri (1954). Em Império do Crime (1955) ele viveu um bandido traído pelo grupo de gângsters e ao lado de Jack Palance fez seu primeiro papel principal em Morrendo a Cada Instante (1955).
No ano seguinte, interpretou um de seus melhores papéis, o tímido filho de fazendeiro em Lágrimas do Céu (1956), dando vida a um papel escrito inicialmente para Elvis Presley. Por este desempenho, ele recebeu o Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante. A colunista Louella Parsons, após assistir o filme, declarou que Holliman era um misto de Marlon Brando com Anthony Perkins.
No cinema, Eral Holliman ainda atuaria em filmes como Assim Caminha a Humanidade (1956), Planeta Proíbido (1956), Sem Lei e Sem Alma (1957), Duelo de Titãs (1959), Armadilha Sangrenta (1959) e Os Filhos de Kate Elder (1965), entre outros.
Rock Hudson, Fran Bennett e Earl Holliman em Assim Caminha a Humanidade
Na década de 1960 passou a atuar com mais frequência na televisão, participando como ator convidado de séries como Dr. Kildare, Bonanza, O Fugitivo e Gunsmoke.
Em 1974 passou a interpretar um personagem fixo na série Police Woman (1974-1978), vivendo o Sargento Bill Crowley, na série estrelada por Angie Dickinson.
Earl Holliman e Angie Dickinson em Police Woman
Na TV, também deu vida a Luddie Mueller no sucesso Os Pássaros Feridos (1983), além de atuar também nas séries Delta (1992-1993) e O Homem Elétrico (1997-1999). O ator contínuou atuando até o ano 2000.
Earl Holliman era um homem generoso, e foi um dos primeiros astros de Hollywood a levantar a bandeira da causa animal. Além disto, organizava a distribuição de comida para os moradores de rua de Los Angeles.
Tendo sido galã gay nos tempos que isto não era permitido em Hollywood, o ator viveu reprimido por muitos anos,e foi obrigado pelo estúdio a manter namoros falsos com atrizes como Jane Fonda e Dolores Hart. Em 2015, então com 87 anos de idade, ele foi tirado bruscamente do armário após uma públicação de uma revista de fofocas.
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