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O inesquecível Peter O'Toole


Peter O'Toole ficou famoso ao protagonizar o clássico Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia, 1962), que lhe valeu a primeira de suas indicações ao Oscar, prêmio que ele nunca venceu.





Peter Seamus O'Toole sempre escondeu sua origem e data de nascimento, alegando ter nascido na Irlanda, possivelmente em 02 de agosto de 1932. Mas documentos apontam que o ator nasceu, nesta data, em Leeds, na Inglaterra, com o nome de Peter James O'Toole (Seamus é o equivalente a James em galês).

O'Toole foi criado em Hunslet, ao sul de Leeds, e durante a Segunda Guerra Mundial foi matriculado em um colégio interno de freiras, onde a família achou que ele ficaria mais seguro durante os bombardeios sobre à Inglaterra.

Ao deixar a escola, ele conseguiu um emprego como jornalista e fotógrafo em um jornal, mas logo foi convocado para a Marinha Real Britânica. Ao dar baixa, ingressou Academia Real de Arte Dramática, onde foi colega de classe de Albert Finney, Alan Bates, Brian Bedford e Richard Harris.


Ele começou a trabalhar no teatro, ganhando reconhecimento como ator Sheakesperiano no Bristol Old Vic. Em 1956 estreou na televisão inglesa.

Ele estreou no cinema em um pequeno papel em O Dia em que Roubaram o Banco da Inglaterra (The Day They Robbed the Bank of England, 1960). Neste mesmo ano atuou em Sangue Sobre a Neve (The Savage Innocents, 1960) e A Espada de Um Bravo (Kidnapped, 1960).

Com Elizabeth Sellars em O Dia em que Roubaram o Banco da Inglaterra 

Mas ele só ficaria conhecido após receber o convite para estrelar Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia, 1962), no papel do arqueólogo, militar, agente secreto, diplomata e escritor britânico T. E. Lawrence. O diretor David Lean queria Marlon Brando para o papel, mas este recusou afirmando que não queria ficar dois anos de sua vida filmando montado em um camelo. Lean então procurou Albert Finney, antigo colega de de O'Toole, que também recusou o convite. Por fim optou pelo novato Peter O'Toole, devido a semelhança do ator com o personagem real.

O'Toole fazendo teste para o filme e o verdadeiro TE Lawrence

O filme foi um grande sucesso, e revelou Peter O'Toole para mundo (além do ator egípcio Omar Sharif). Por sua atuação, ele foi indicado para o Oscar de Melhor Ator, a primeira de muitas indicações que receberia.


Seu filme seguinte foi Becket, o Favorito do Rei (Becket, 1964), ao lado de Richard Burton. O'Toole interpretava o Rei Henry II, papel pelo qual recebeu sua segunda indicação ao Oscar. Ele interpretaria o Rei Henry II novamente em O Leão no Inverno (The Lion in Winter, 1968), que lhe valeu sua terceira indicação. Neste filme, ele contracenou com a atriz Katharine Hepburn, a quem considerava a melhor atriz com quem trabalhou ao longo de sua carreira.

Com Katharine Hepburn em O Leão no Inverno

Versátil, demonstrou ser bom comediante em filmes como Que é que Há, Gatinha? (What's New Pussycat, 1965), Como Roubar Um Milhão de Dólares (How to Steal a Million, 1966) e Cassino Royale (Idem, 1967).

Com Audrey Hepburn em Como Roubar Um Milhão de Dólares

Em 1969 ele estrelou Adeus, Mr. Chips (Goodbye, Mr. Chips, 1969), um musical baseado na novela de James Hilton, co-estrelado pela cantora Petula Clark. Por este papel recebeu sua quarta indicação ao Oscar, e ganhou um Globo de Ouro de Melhor Ator em Comédia ou Musical.

Em 1972 ele foi indicado ao prêmio novamente (sua quinta indicação) por A Classe Governante (The Ruling Class, 1972). Neste mesmo ano atou no musical O Homem de La Mancha (Man of La Mancha, 1972), com a estrela italiana Sophia Loren. O'Toole interpretava o sonhador Don Quixote.

O filme foi um grande fracasso comercial, e foi duramente criticado por usar artistas que não cantavam nesta adaptação do sucesso da Broadway, mas ele recebeu uma segunda indicação ao Globo de Ouro. No filme, ele foi dublado pelo tenor Simon Gilbert.


Peter O'Toole e Sophia Loren em O Homem de La Mancha

Em 1979 ele interpretou Tibério no polêmico filme Calígula (Caligola, 1979). No ano seguinte estrelou O Substituto (The Stunt Man, 1980), que recebeu aclamação da crítica. Por este trabalho foi indicado pela sexta vez ao Oscar.

A década de 70 foi complicada para o ator. Em 1979 a atriz Siân Phillips (com quem se casara em 1959) pediu o divórcio. Em sua biografia, ela afirmou que o ator a submetia a crueldade mental, devido ao excesso de bebedeiras do ator. Siân e O'Toole são pais da atriz Kate O'Toole.

Devido ao alcoolismo, ele teve câncer de estômago, que quase lhe tirou a vida. Em 1976 ele precisou operar o pâncreas e retirar um pedaço do estômago, o que lhe causou diabetes, e o tornou dependente de insulina pelo resto da vida. Em 1978 ele também quase morreu devido a diabetes, mas recuperou-se e voltou a trabalhar.

Sua sétima indicação ao Oscar ocorreu pelo seu papel na comédia Um Cara Muito Baratinado (My Favorite Year, 1982), onde ele interpretava uma antiga estrela do cinema dos filmes de capa espada da década de 50, no estilo Errol Flynn.

Com Joseph Bologna e Archie Hahn em Um Cara Muito Baratinado

Na década de 80 ainda atuou em filmes como Supergirl (Idem, 1984) e O Último Imperador (The Last Imperator, 1987). Na televisão, foi indicado ao prêmio Emmy por sua atuação em Masada (Idem, 1981), e venceu tal prêmio por sua atuação em Joana D'Arc (Joan of Arc, 1999).

E 2003 a Acadêmia de Artes e Ciências Cinematográficas lhe ofereceu um Oscar Especial pelo conjunto de sua obra. A princípio o ator disse que não iria recebê-lo, pois ainda estava na ativa e gostaria de ser premiado por uma atuação. Porém, seus filhos o convenceram a aceitar tal honraria. Em seu discurso de agradecimento, ele disse "sempre a dama de honra, nunca a noiva", debochando do fato de ter sido indicado sete vezes, mas nunca ter recebido o prêmio.

Recebendo seu Oscar de Meryl Streep

Em 2002, quando morreu o ator Richard Harris (seu colega dos tempos de estudante de teatro), sua família sugeriu que O'Toole o substituísse como Alvo Dumbledore na saga Harry Potter. Mas o ator alegou estar muito cansado para assumir tal responsabilidade, e devido a sua idade, os estúdios não conseguiriam fazer um seguro para garantir o ator na produção. Michael Gambon assumiu o papel.

Em 2004 interpretou o rei Príamo no sucesso Tróia (Troy, 2004), embora tenha odiado a produção e abandonado as filmagens após algumas semanas.

Em Tróia
Em 2006 o ator estrelou Vênus (Venus, 2006), no papel de um ator veterano que começa a sentir o peso da idade. Por este trabalho, recebeu sua oitava indicação ao Oscar, e novamente não venceu. Após a premiação, ele declarou em uma entrevista que era "o maior perdedor da história do Oscar".


Em 2007 ele dublou o critico gastronômico Anton Ego na animação Ratatouille (Idem, 2007), da Pixar. No ano seguinte, interpretou o Papa Paulo III na série The Tudors, da HBO. Em 2012 o ator anunciou sua aposentadoria.

Anton Ego

Peter com os filhos Kate e Locarn O'Toole, ambos atores (2011)


Ele faleceu em 14 de dezembro de 2013, aos 81 anos de idade.

Veja também uma homenagem a Omar Sharif,
o Dr. Jivago dos cinemas


Leia também: O galã Bradford Dillman
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1 Comentários

  1. Ele e o cantor Antônio Marcos são dois casos expressivos de belezas destruídas pelo alcoolismo.

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