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A história da Atriz Clara Phillips, "A Mulher Tigre", condenada a prisão perpétua por assassinato


Clara Phillips foi uma dançarina e atriz de cinema (da década de 1910), cujo nome poderia ter ficado esquecido com o tempo, se não tivesse cometido um brutal assassinato, que lhe rendeu o apelido de "A Mulher Tigre", e pelo qual foi condenada a prisão perpétua.



Clara Anne Weaver nasceu no Texas, em 23 de junho de 1898. Muito bonita, ela tornou-se dançarina de Vaudeville, chamando a atenção pela sua beleza. Dançando em casas noturnas, ela conhecer Armour Phillips, um jovem vindo de uma família tradicional, e que estava ganhando muito dinheiro no ramo petroleiro.


Armour Phillips


Eles se casaram em 1913, e Clara convenceu o marido a se mudar para Los Angeles, onde queria tentar a sorte na recém estabelecida cidade do cinema. Usando o sobrenome do marido, Clara Phillips continuou trabalhando como dançarina, e conseguiu trabalho como atriz de cinema nos filmes de Mack Sennett.

Ela se tornou uma das banhistas (Bathing Beauties) do diretor. As Bathing Beauties eram um grupo de garotas bonitas que usavam roupas de banho e apareciam em diversas comédias curtas produzidas pelo diretor. Infelizmente, assim como os Keystone Cops (policiais amalucados que faziam cenas de perseguições frenéticas), Sennet não creditada esses artistas, ficando difícil levantar aa sua filmografia. Mas é sabido que nomes como Gloria Swanson, Carole Lombard e Mabel Normand foram algumas das muitas banhistas de Sennet.

Gloria Phillips foi outra dessas moças, mas não é possível indicar nenhum dos filmes que ela atuou, embora exista uma fotografia da atriz, acompanhada de outras beldades, durante o intervalo de uma filmagem dos filmes de Mack Sennet, além de outras fotos que comprovam sua carreira no cinema.


Gloria Phillips entre Mack Sennet e suas Bathing Beauties


Clara Phillips como uma Bathing Beauties


Mas a medida que os negócios de Armour progrediam, ela deixou a carreira de atriz. Morando em uma bela casa, e frequentando a alta sociedade, Gloria parecia estar entediada com a vida de "dona de casa", e começou a ficar cada vez mais paranoica e enciumada com as constantes viagens do marido, que frequentemente precisava ir ao Texas ver seus poços de petróleo.

Um dia, ela viu o marido conversando com a vizinha, Alberta Meadows, que apesar de muito jovem (ela tinha 19 anos de idade), já era viúva. Clara deduziu que eles estavam tendo um caso, o que nunca aconteceu de verdade.

Ela então convenceu a amiga Peggy Caffee, que também era corista, a ir com ela até o trabalho de Alberta, que trabalhava como caixa de um banco para se sustentar após a perda do marido. Peggy e Clara estavam bêbadas, e Alberta Meadows ofereceu uma carona para elas voltarem para a casa.

No trajeto, Clara pediu para a vizinha parou, e a atacou com um martelo que carregava escondida na bolsa. Depois, jogou uma pedra enorme sobre o corpo de Alberta, que ficou jogado na estrada.


Peggy Caffee

Armour, Clara e Alberta Meadows


Com o corpo coberto de sangue, Clara foi para a sua casa, onde encontrou o marido. Ela então o beijou e disse que "faria o melhor jantar de sua vida, porque estava muito feliz" e depois contou que havia assassinado a vizinha. 

No dia seguinte, ele colocou a esposa em um trem, e comunicou o crime a polícia. Ao encontrarem o corpo, os policiais descreveram que a vítima parecia ter sido atacada por um tigre, o que valeu a Gloria o apelido de "Mulher Tigre".

Clara foi presa no Arizona quatro dias após a sua fuga. O crime, a fuga e a prisão tornaram-se um grande evento midíatico.




No julgamento, o promotor pediu a pena de morte, mas o júri a condenou com uma pena curta, de apenas 10 anos de idade. A imprensa acusava que devido a sua fama e poder financeiro, sua pena havia sido muito amenizada.

Mas em 05 de setembro de 1922 os agentes penitenciários encontraram a cela de Clara Phillips vazia, com as barras cerradas. Novamente as notícias do caso ocupavam as manchetes dos jornais, inclusive os brasileiros.



Ela só foi encontrada quase um ano depois, morando em El Salvador, após ter passado um tempo no México. Clara estava acompanhada da irmã, Etta, e era financiada por seu marido.

Ela foi mandada para Honduras, onde ficou presa, e depois foi deportada para os Estados Unidos, onde então teve sua pena aumentada para a prisão perpétua. Na prisão, ela fez curso de auxiliar odontológica, e acabou sendo posta em liberdade em 1935, por bom comportamento.

Seu marido, que sempre a visitava e esteve presente ao longo dos anos, não estava a esperando na porta durante sua soltura.


Clara Phillips em 1935


Pouco se sabe de sua vida após a prisão. Fontes indicam que ela se mudou para o Texas, onde mudou de nome, e teria falecido e 1969.



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