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O brutal assassinato de Elizabeth Short, A Dália Negra, o crime que chocou Hollywood


Elizabeth Short foi uma das muitas jovens sonhadoras que se mudaram para Hollywood em busca da fama e o estrelato. Mas a "cidade dos sonhos" não foi gentil com ela, embora ela tenha conquistado a fama tragicamente, após ser brutalmente assassinada em 1947, com apenas 22 anos de idade.

Seu caso, nunca resolvido, ganhou repercussão mundial devido os requintes de crueldade do crime. E a beleza da jovem aspirante a atriz, com belos cabelos pretos, lhe renderam o apelido de Dália Negra, uma referência ao filme A Dália Azul (The Blue Dahlia, 1946), que estava fazendo sucesso na época.


Elizabeth Short, a Dália Negra

Elizabeth Short nasceu em Massachusetts, em 29 de julho de 1924. Quando criança, seu pai desapareceu, e seu carro foi encontrado perto de um lago. A polícia acreditou que ele havia se suicidado, mas algum tempo depois ele retornou para casa, mas a família não o aceitou de volta, e se mudou para a Califórnia, para ficar longe dele.

Short cresceu assistindo filmes nas salas de cinema, enquanto sua mãe trabalhava para sustentar a casa. Ela então desenvolveu o sonho de se tornar atriz. Quando ela foi encontrada morta, a jovem aspirante a estrela estava há apenas seis meses em Los Angeles, e trabalhava como garçonete, enquanto fazia diversos testes mal sucedidos para atuar no cinema.

O diretor Orson Welles chegou a ser um dos muitos suspeitos interrogados pela polícia, devido ao fato da atriz ter feito um teste com ele recentemente. Entre os suspeitos famosos também forma investigados os cantores Woddy Guthrie, o gângster Bugsy Siegel, e Jack Anderson Wilson, artista plástico e cenógrafo de Hollywood, responsável por criar a icônica estátua do Falcão Maltês.

 


Mas a almejada fama viria em 15 de janeiro de 1947, quando seu corpo foi encontrado em uma praça, cortado ao meio. Seu sangue havia sido todo drenado, ela havia sido cortada ao meio, e em seu estomago haviam fezes, o que fez a polícia acreditar que ela havia sido obrigada a ingerir os dejetos antes de morrer. Alguns de seus órgãos haviam sido removidos, e estavam dispostos sobre o seu corpo, e também haviam mutilações em seu corpo, e um corte em seu rosto que ia de orelha a orelha havia sido feito em seu rosto, atribuindo a vítima um "sorriso" aterrorizador. E todos os ferimentos haviam sido feitos com uma precisão cirúrgica, demonstrando que seu assassino sabia o que estava fazendo.

Na internet existem inúmeras imagens chocantes do seu corpo, mas não iriei as colocar aqui.

O caso logo tomou proporções gigantescas na imprensa. Um jornal de Los Angeles recebeu um pacote com pertences pessoais de Elizabeth. Nele haviam fotos, cartões de visitas, uma agenda pessoal com o nome de Mark Hansen escrito na capa.

Hansen era dono de uma boate que ela frequentava. Empresário, ele também era dono de algumas salas de cinema e tinha um cassino clandestino.

Bilhetes do assassino também chegavam à imprensa, alguns montados com palavras recortadas de revista, outros escritos de punho próprio.

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A polícia interrogou diversos suspeitos, mas logo começou a negar informações a imprensa, tentando mesmo proibir a divulgação do caso. Ao mesmo tempo, os jornais começaram a difamar a vítima. Foi descoberto que ela havia sido presa no ano anterior, por beber em vias públicas (algo proibido nos Estados Unidos), e uma imagem de devassa de Short começou a ser construída, afirmando que ela "já havia tido mais de 50 homens".

Fotos da atriz acompanhada de homens, em eventos sociais, estampavam os jornais, como se isto fosse algo absurdo ou imoral.



Com o tempo o caso foi abandonado, e ninguém jamais chegou a ser preso. Mas o caso da Dália Negra estava impregnado no imaginário americano.

Ao longo dos anos diversos livros foram escritos, apontando inúmeros culpados. Pelo menos seis autores afirmam ter solucionado o crime, cada um oferecendo uma solução diferente. Dois autores afirmam que foram os seus pais quem a mataram, insatisfeitos com a "devassidão" da filha". Um autor aponta Orson Welles como o autor do crime, e Donald H. Wolf, em 2005, escreveu que em breve iria implicar um "grande magnata de Hollywood", mas nunca citou o nome do possível responsável.

Mas existem dois autores que apresentaram fatos relevantes, apontando culpados plausíveis diferentes. O jornalista Pio Eatwell acredita que o assassino seja Leslie Dillon, empregado de Mark Hansen, aquele cujo nome estava escrito na capa da agenda de Elizabeth.

Segundo Pio, Short trabalhou para Hansen, e teria tido um caso com ele. Dillon era uma espécie de capanga do empresário, e havia trabalhado em um necrotério, tendo experiência suficiente para fazer os cortes apresentados no corpo da jovem.

E em 2003 o policial aposentado Steve Hodel estava vasculhando alguns pertences de seu pai, o médico cirurgião George Hodel, falecido em 1991. Steve encontrou duas fotos de Elizabeth Short nua, e indícios de que ela e seu pai tiveram um relacionamento.

Entre os papéis de seu pai estavam diversos recibos usados para as declarações do imposto de renda, inclusive um da compra de um saco de cimento, em janeiro de 1947. Um saco de cimento havia sido encontrado ao lado do corpo da Dália Negra, e a polícia na época acreditou que ele havia sido usado para carregar as partes desmembradas da vítima.

Além disto, Steve descobriu que o pai havia sido um dos principais suspeitos do crime na época, e finalmente entendeu porque ele havia fugido para as Filipinas em 1947, abandonado sua família. E além de ser um cirurgião experiente, George Hodel colecionava fotografias do artista expressionista Man Ray, em especial as que apresentavam simulações de corpos mutilados. E vendo algumas cartas antigas de seu genitor, percebeu que sua caligrafia era muito semelhante aos bilhetes recebidos pela imprensa da época.

Steve acredita que seu pai não só foi o culpado pela morte de Elizabeth Short, como também seria um serial killer responsável por diversos outros crimes da época. George Hodel também havia sido investigado pela morte de sua secretária, e havia sido acusado de estuprar a própria filha.

A vida de Elizabeth Short também foi contada no cinema e televisão, a primeira vez no filme Who is The Black Dahlia? (1975), foi estrelado por Lucy Arnaz (a filha de Desi Arnaz e Lucille Ball). Em 2006 a atriz Mia Kirshner interpretou Short em Dália Negra (The Black Dahlia, 2006), dirigido por Brian de Palma e cujo roteiro era baseado no livro escrito em 1987 por James Elroy.

Mena Suvari também viveu a Dália Negra na série American Horror Story, em 2011 e 2018.


Lucy Arnaz, Mia Kirshner e Mena Suvari, as interpretes de Elizabeth Short







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