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Howard Keel, o astro dos musicais


Com sua potente voz de barítono e um porte físico grande e musculoso, Howard Keel foi um dos maiores astros dos musicais da MGM da década de 1950, e ficou para sempre eternizado na memória dos cinéfilos por clássicos como Dá-Me Um Beijo (Kiss Me Kate, 1953), Ardida Como Pimenta (Calamity Jane, 1953) e Sete Noivas Para Sete Irmãos (Seven Brides for Seven Brothers, 1954).





Harold Clifford Leek nasceu em Illinois, em 13 de abril de 1919. Ele nasceu em uma família pobre, e teve uma infância difícil. Seu pai era mineiro de carvão, e sua mãe uma dona de casa religiosa e muito severa. Devido a pobreza da família, ele e os irmãos por muitas vezes dependeram da caridade de um professor para poder fazer uma refeição diária. 

Seu pai morreu quando ele tinha 11 anos de idade, e sua mãe mudou-se com os filhos para a Califórnia, onde tinha alguns parentes. Keel, ainda pré adolescente, começou a trabalhar como ajudante em uma oficina mecânica, para ajudar no orçamento doméstico.

Um dia a proprietária da pensão onde eles moravam ouviu o garoto cantando,  e o incentivou a fazer aulas de canto. Sem condições para pagar pelo curso, foi a senhoria quem financiou seus primeiros estudos vocais.

Durante a Segunda Guerra Mundial ele foi convocado para se alistar, e passou a servir na aeronáutica. Após dar baixa, conseguiu um emprego como representante de vendas de uma companhia aérea. Keel cantava durante o trabalho, e seus colegas começaram a incentivar que ele cantasse em eventos da empresa.

Em uma dessas apresentações, ele foi visto por um cliente, que o convidou para trabalhar como garçom cantor. Sentindo-se confiante, ele começou a participar de programas de calouros, e ganhou muitos deles.

Em 1946 ele fez um teste para ser o ator substituto de John Raitt no musical Carousel (1946), na Broadway. Oscar Hammerstein II o contratou para a produção, mas Keel só aparecia no palco no caso da ausência de Raitt. 

Depois o compositor o colocou como substituto de Alfred Drake em outro espetáculo, Oklahoma (1946). Em 1947 Hammerstein levou Oklahoma para Londres, mas Drake havia deixou o elenco da produção para estrear no cinema. Convidado pela Columbia, Alfred Drake foi astro de Três Semanas de Amor (Tar and Spars, 1946), mas o filme não foi bem sucedido, e ele ficou quase 20 anos sem trabalhar no cinema novamente.

Betty Jane Watson e Howard Keel em Oklahoma

Keel foi promovido a astro do musical nos palcos londrinos, e fez muito sucesso nas terras da rainha. E foi na Inglaterra que o ator estreou no cinema, atuando no drama policial The Hideout (1948). Nos Estados Unidos, o filme recebeu o nome de The Small Voice.



A MGM estava buscando um barítono com um porte físico avantajado e traços másculos, para concorrer com Gordon MacRae, que estava fazendo sucesso na Warner Bros. Keel já estreou como protagonista no estúdio, contracenando com Betty Hutton no musical Bonita e Valente (Annie Get Your Gun, 1950).


Howard Keel e Betty Hutton em Bonita e Valente

Em seguida o ator foi escalado como par romântico de Esther Williams em Amor Pagão (Pagan Love Song, 1950). Williams e seus balés aquáticos eram um grande sucesso de bilheterias no estúdio, mas o filme não fez tanto sucesso. Apesar de ter ido bem junto ao público, ele não conseguiu pagar os altos custos da produção.



A MGM o testou na comédia Os Três Xarás (Three Guys Named Mike, 1951), mas logo o colocou de volta nos musicais. Keel foi o astro de O Barco das Ilusões (Show Boat, 1951), que fez um enorme sucesso, e o transformou em um dos maiores atores do gênero musical da década de 1950.



O ator voltou a trabalhar com Esther Williams em A Sereia e o Sabido (Texas Carnival, 1951), e estrelou Esperto Contra Esperto (Callaway Went Thataway, 1951), o primeiro grande fracasso de sua carreira. O musical O Amor Nasceu em Paris (Lovely to Look At, 1952), que era inspirado em Roberta, também perdeu muito dinheiro.



A MGM resolveu testar o ator em outros gêneros, mas a aventura Busca Desesperada (Desperate Search, 1952) e a comédia A Bela e o Pangaré (Fast Company, 1953), não foram bem aceitas pelo público. Mas o ator foi bem recebido após coadjuvar Robert Taylor no western A Bela e o Renegado (Ride, Vaquero!, 1953).


Ava Gardner e Howard Keel em A Bela e o Renegado

Emprestado para a Warner Bros, Keel estrelou Ardida Como Pimenta (Calamity Jane, 1953), ao lado de Doris Day. O filme foi um grande sucesso.



De volta a MGM, o ator fez seu terceiro filme com Kathryn Grayson, Dá-Me Um Beijo (Kiss Me Kate, 1953). A produção foi bem vista pelo público, mas não deu lucro. O mesmo aconteceu com Rose Marie (Idem, 1954).

Mas em 1954 Keel e Jane Powel estrelaram Sete Noivas Para Sete Irmãos (Seven Brides for Seven Brothers, 1954), que foi um grande sucesso, e encheu os cofres do estúdio.



Seus filmes seguintes foram Bem no Meu Coração (Deep in My Heart, 1954), A Favorita de Júpiter (Jupiter's Darling, 1955) e Um Estranho no Paraíso (Kismet, 1955). Todos receberam boas críticas, mas deram prejuízo ao estúdio, e a MGM acabou demitindo Howard Keel.


Um Estranho no Paraíso

Com o declínio da popularidade dos musicais, Howard Keel retornou aos palcos, estrelando uma nova produção de Carousel. Ele também começou a aparecer na televisão, e foi para à Inglaterra para atuar novamente no cinema, onde fez o thriller Torrentes de Medo (Floods of Fear, 1958).

De volta a Hollywood, estrelou o bíblico O Pescador da Galiléia (The Big Fisherman, 1959).




Keel voltou para à Europa, onde fez filmes de baixo orçamento como O Esquadrão da Morte (Armored Command, 1961) e O Terror Veio do Espaço (The Day of the Triffids, 1963). Nos Estados Unidos, durante a década de 1960, atuou ainda em alguns faroestes, como Dilema de Um Bandido (Waco, 1966), Depois do Massacre (Red Tomahawk, 1967) e Pistoleiros do Arizona (Arizona Bushwhackers, 1968). Em Gigantes em Luta (The War Wagon, 1967), o ruivo ator interpretou um improvável papel de indígena.

John Wayne e Howard Keel em Gigantes em Luta


Keel não fez nenhum filme na década de 1970, embora tenha aparecido eventualmente na televisão. Ele voltou-se para os palcos, apresentando-se como cantor, onde muitas vezes interpretava canções de sucesso de seus filmes. Com Jane Powell e Kathyrn Grayson, fez também apresentações em boates de Las Vegas neste período.



Kathyrn Grayson e Howard Keel em Las Vegas, anos 70


Howard Keel teve um retorno inesperado quando ingressou na novela Dallas (Idem), em 1981. O ator entrou para substituir Jim Davis, que havia falecido repentinamente. Keel não assumiu o personagem deixado por Davis, mas passou a ser o segundo marido da Srta. Ellie, a matriarca da família Ewing.






Keel permaneceu dez anos no elenco da novela, permanecendo até o seu final, em 1991. Seu sucesso na televisão permitiu que ele lançasse seu primeiro disco em carreira solo (sem ser vinculado a uma peça da Broadway ou estúdio de Hollywood), em 1983. Ele estava com 64 anos de idade.





Com o fim de Dallas ele reduziu sua carreira de ator, embora continuasse se apresentando como cantor. Keel ainda apareceu no telefilme Casal 20: Lar Doce Lar (Hart to Hart: Home Is Where the Hart Is, 1994) e na série Chuck Norris: O Homem da Lei (Walker, Texas Ranger), em 1995.

Ele se aposentou em 2002, após atuar no filme My Father's House.



Howad Keel em Chuck Norris: O Homem da Lei






O ator foi casado três vezes, e teve quatro filhos. Sua filha Kaija Keel foi casada com Edward James Olmos, com quem teve dois filhos, os atores Mico Olmos e Bodie Olmos.

Howard Keel faleceu em 07 de novembro de 2004, após perder a batalha para um câncer de cólon.



Veja também: Tributo a Rita Moreno

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