Morreu no dia 09 de março a atriz, dançarina, coreografa e ativista Julie Robinson Belafonte, aos 95 anos de idade. Julie teve uma breve carreira em Hollywood, e é mais lembrada por ter sido casada por 50 anos com o ator e cantor Harry Belafonte, morto em abril de 2023.
Nascida em 1928, Julie começou sua carreira como dançarina, e aos 16 anos de idade ganhou uma bolsa de estudos para frequentar as aulas de dança da lendária Katherine Dunham. Mais tarde, ela tornou-se membro da companhia de Dunham, sendo considerada a primeira integrante branca do grupo de dançarinas, apesar de sua pele morena.
Julie Robinson se mudou para Hollywood, onde passou a dar aulas de dança, e teve como aluno o famoso ator Marlon Brando, que foi quem a apresentou a Harry Belafonte.
Ela estreou no cinema no filme Mambo (1954), como uma das dançarinas de apoio. Depois, teve um pequeno papel em Um Estranho no Paraíso (Kismet, 1955). No ano seguinte, teve um papel de destaque no filme Sede de Viver (Lust for Life, 1956), filme sobre a vida do pintor Vincent Van Gogh, onde ocupou o principal papel feminino.
Sua carreira estava deslanchando em Hollywood, mas no ano seguinte, em 1957, ela se casou com Harry Belafonte, e abandonou a carreira no cinema. Além disto, o próprio Belafonte estava com dificuldades em encontrar papéis no cinema, devido ao fato de ter sido incluido na lista negra que perseguia artistas durante o sombrio período do Macarthismo.
O casal era considerado interracial, o que causou um grande escândalo na época. E quando Harry Belafonte usou seu prestígio para lutar pelos direitos de igualdade racial, em um país onde o racismo era legalizado, Julie estava ao lado dele na briga pelos Direitos Civís.
O casal teve quatro filhos, e manteve-se unido por cinco décadas, porém, se divorciaram em 2007.
Na década de 1970 Julie fez um breve retorno ao cinema, atuando em Refúgio Seguro (A Save Place, 1971) e Um Por Deus, Outro Pelo Diabo (Buck and the Preacher, 1972), este último estrelado por seu marido.
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