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A conturbada vida do ator John Drew Barrymore, o pai de Drew Barrymore



A maior dinastia de atores da história, os Barrymore tem uma longa linhagem de atores, cuja árvore genealógica é tão vasta que demoraríamos horas para listar todos os nomes. Esta vasta família de atores ficou marcada na história do cinema não só pelo talento, mas também pelos muitos excessos, e por muitos anos em Hollywood, Barrymore era sinônimo de bebedeiras, e não raro, de mortes trágicas.

John Drew Barrymorre era filho do lendário ator John Barrymore, e sobrinho dos também astros Ethel e Lionel Barrymore. Além disto, sua mãe, a atriz Dolores Costello, também faz parte de uma família de atores famosos.


Dolores Costello, John Drew Barrymore e Drew Barrymore



John Blyth Barrymore Jr. nasceu em Los Angeles, em 04 de junho de 1932, e tinha apenas 18 meses de idade quando seus pais se separaram. Depois do divórcio de John e Dolores, o menino raramente via o pai.

Muito jovem, ele foi mandando para um colégio interno, de onde saiu após a morte de seu pai, em 1942. Aos 13 anos, ele mentiu a idade e se alistou no exército. Como ele era muito alto, os militares não desconfiaram, e o mandaram para lutar na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial, onde ele permaneceu por algumas semanas, até ser descoberto e enviado para a casa.

Após retornar da Europa, ele resolveu que seguiria a tradição familiar, e também se tornaria ator, para desespero de sua mãe. Ela então o enviou para um colégio militar, que ele deixou ao completar 17 anos.

Em 1950 o rapaz estreou no cinema, atuando no filme Os Madrugadores (1950), um western dirigido por Robert Preston. Na época, o nome John Barrymore ainda era muito forte em Hollywood, e ele passou a ser creditado como John Barrymore Jr.

Barrymore Jr. tinha apenas 17 anos de idade, e já ganhava 7.500 dólares por semana, uma fortuna para um ator em começo de carreira na época.


John Drew Barrymore em Os Madrugadores



O peso do seu sobrenome lhe abriu muitas portas, e ele foi promovido a protagonista em seu segundo filmes, Ódio Implacável (1951).

Ainda em 1951, também protagonizou Flor de Sangue (1951) e Noite Inolvidável (1951), e no ano seguinte dividiu os papéis principais de Grito de Sangue (1952) com o ator John Derek.



John Drew Barrymore, Mona Freeman e John Derek em Grito de Sangue


Mas sua meteórica carreira em Hollywood logo começaria a decair. As comparações com seu pai era inevitáveis, e John Drew não tinha o mesmo talento que seu lendário pai. Além disto, em 1953 ele foi preso (a primeira de muitas prisões em sua vida) por dirigir embriagado.

Mas um dos principais fatores que fez com os estúdios perdessem o interesse no jovem ator foi o fato de que todos os seus filmes foram fracassos de bilheteria.



John Barrymore e John Drew Barrymore



John Drew então passou a trabalhar na televisão, aparecendo como convidado em diversas séries da TV, e em 1955 ele foi processado por um produtor de cinema, após assinar um contrato para atuar em uma série de filmes na Europa, para os quais ele nunca se apresentou para iniciar as filmagens.

Ainda em Hollywood, ele conseguiu papéis menores nos filmes Enquanto a Cidade Dorme (1956) e A Sombra na Janela (1957). 


John Drew Barrymore em Enquanto a Cidade Dorme


Em 1958 ele passou a adorar o nome de John Drew Barrymore, e conseguiu uma nova chance ao atuar no filme Escola do Vício (1958), uma produção da MGM sobre delinquência juvenil, que apostava em jovens atores filhos de lendas do cinema. Além de John, o filme contava com Charles Chaplin Jr. e William Wellman Jr. no elenco.



John Drew Barrymore e Russ Tamblyn em Escola do vício

Após este filme, ele voltou a protagonizar uma produção, estrelando Império do Gângster (1958) e Noite de Lua Minguante (1959), ao lado da cantora e atriz Julie London.


John Drew Barrymore e Julie London em Noite de Lua Minguante


Mas assim como seu pai, John Drew Barrymore bebia demais, e sua vida pessoal afetava a sua carreira. Ele abandonou uma peça, sem explicações, após uma semana de apresentações. Além disto, ele foi preso diversas vezes entre 1958 e 1959, sob diversas acusações: por brigar e agredir sua esposa em um estacionamento, por atropelar um homem após dirigir embriagado e e por não pagar pensão alimentícia para sua ex-esposa e filho.

Barrymore havia se casado com a atriz Cara Williams em 1953, e eles se separaram após ele a agredi-la, em 1959. O casal teve um filho, o também ator John Blyth Barrymore III (nascido em 1954).



John Blyth Barrymore III e David Carradine na série Kung Fu



Em janeiro de 1960, sua meia-irmã, a também atriz Diana Barrymore morreu de overdose, com apenas 38 anos de idade. E sem convites para trabalhar em Hollywood, John Drew foi para à Europa, onde atuou em diversos filmes épicos, os chamados sandálias e espadas, de baixo orçamento.

Seu primeiro filme europeu foi Os Cossacos (1960), ao lado de Edmund Purdon, um antigo astro banido de Hollywood por mau comportamento.


John Drew Barrymore e Edmund Purdon em Os Cossacos


Na Europa, John Drew atuou em 16 filmes, destacando-se em obras como Noites de Rasputin (1960), A Mulher do Faraó (1960), O Conquistador de Corintio (1961), A Guerra de Tróia (1960) e Pôncio Pilatos (1961), onde interpretou os papéis de Jesus e de Judas.



John Drew Barrymore e Steve Reeves em A Guerra de Tróia


A maioria de seus filmes deste período eram produções italianas, mas ele também atuou no filme inglês A Vida Pecadora de Christine Keeler (1963).

John Drew Barrymore havia se casado novamente na Itália, e teve uma filha, que nasceu em 1960. Mas ele era um pai ausente, e deixou de ter contato com a filha quando retornou a Hollywood em 1965, mas não conseguiu retomar sua carreira no cinema.

O ator conseguiu algumas participações em séries como Gunsmoke, Couro Cru e As Aventuras de James West. Mas sua vida pessoal conturbada continuava atrapalhando sua carreira, e isto fazia com que os produtores rejeitassem o seu nome. Em 1966 ele havia sido contratado para atuar em um episódio da série Jornada nas Estrelas (Star Trek), mas não apareceu nas gravações e nem deu satisfações, e precisou ser substituído às pressas pelo ator Robert Brown, que precisou decorar suas falar na hora.

Por causa disto, ele foi punido pelo sindicato dos atores, e ficou proibido de trabalhar durante seis meses. Nesta época, John Drew Barrymore foi preso diversas vezes, por posse de drogas, violência doméstica, dirigir embriagado e embriaguez pública. 

Em 1971 John Drew se casou novamente, com Ildiko Jaid Mako, com quem teve uma filha, a futura estrela Drew Barrymore (nascida em 1975). O casamento foi marcado pelo abuso de drogas, e muita violência doméstica, até o divórcio ser assinado, em 1984.

Drew Barrymore, sua filha, foi internada em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos aos 12 anos de idade.



Drew Barrymore e John Drew Barrymore


Atuando cada vez menos, John Drew apareceu em um episódio da série Kung Fu, em 1974, e fez um papel não creditado no filme O Amor Não Vai à Guerra (1976), seu último trabalho como ator.



John Drew Barrymore em Kung Fu


Depois, o ator tornou-se recluso, indo viver no deserto em busca de uma existência mística. Ele não teve mais contato com seus filhos ou familiares por muitos anos, e começou a sofrer deterioração mental, consequência de anos de abuso de substâncias químicas, vivendo quase como mendigo.

Mas em 2003, após saber que seu pai estava com câncer, Drew Barrymore se mudou para uma casa ao lado da sua, e pagou todo o seu tratamento médico, apesar de anos de abusos e abandono parental.


Drew Barrymore e seu pai John Drew Barrymore


Um ano depois, em 29 de novembro de 2004, John Drew Barrymore faleceu, aos 72 anos de idade. Sua filha, Drew Barrymore, não tem um bom relacionamento com os irmãos, tendo inclusive proibido a entrada deles em seu casamento. Sua irmã Jessica Barrymore (nascida de um relacionamento extraconjugal, em 1964), morreu de overdose em 2014.



John Drew Barrymore






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