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As muitas versões de Éramos Seis



Éramos Seis é um dos romances mais bem sucedidos da história da literatura brasileira. Publicado pela primeira em 1943, o livro de Maria José Dupré narra a saga de Dona Lola e sua família, afetada por diversas tragédias. A obra recebeu um prêmio da Academia Brasileira de Letas e sua primeira edição teve prefácio do escritor Monteiro Lobato.


Por muitos anos o livro foi um dos mais vendidos do Brasil (inclusive na sua republicação, pela coleção Vaga-Lume, na década de 70). O sucesso das vendas logo renderias adaptações da obra.

Éramos Seis (Eramos Seis, 1945)


O texto da Madame Dupré nunca teve (até o momento) uma adaptação cinematográfica no Brasil, mas sua primeira adaptação foi feita para o cinema, na Argentina. Dirigido por Carlos Borcosque, o filme tinha a atriz Sabina Olmos como Dona Lola, e Oscar Valicelli como seu marido Júlio. Além de ser o primeiro filme baseado na obra, é também a única adaptação de um texto de Madame Dupré para o cinema.


Embora não tivesse nenhum artista brasileiro em seu elenco, o filme recebeu uma dublagem em português (feita na Argentina), para agradar o público brasileiro. Na época, muitos romances brasileiros foram adaptados para as telas cinematográfica de outros países latino-americanos. 


Anunciado com grande alarde por aqui (também foi exibido em Portugal), entretanto, o filme não agradou. A Revista Radiolândia o classificou como "a maior bomba do ano".


Éramos Seis (Rádio Tupi - RJ, 1945)

Adaptação radiôfonica irradiada pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro, escrita por Álvaro Augusto. A direção era de Olavo de Barros, que escalou a então cantora Sônia Barreto para o papel principal. Sônia foi a primeira Dona Lola do Brasil.

Estreou no rádio em julho de 1945. Sônia Barreto, pioneira cantora brasileira, estreava como atriz. Eleita "A Rainha da Canção Brasileira" em 1933, ela deixou a carreira de cantora para se tornar uma tradicional rádio atriz. Embora nunca tenha atuado no cinema, na década de 50 tornou-se também uma popular dubladora brasileira.

Sônia Barreto, a primeira Dona Lola Brasileira

Éramos Seis (TV Record, 1958)

Primeira adaptação feita para a televisão, feita pela TV Record. A Record não tinha grande tradição de novelas como a Tupi, mas também produziu obras importantes na década de 50.  A atriz Gessy Fonseca foi a primeira Dona Lola da TV. Importante atriz da nossa dramaturgia, Gessy Fonseca também foi uma das maiores dubladoras do país. Ela faleceu em novembro de 2018, aos 94 anos de idade. Leia mais sobre ela aqui.

Gessy Fonseca e Gilberto Chagas (que interpretava o marido Julio) em Éramos Seis (1958)

Gilberto Chagas, Fábio Cardoso, Randal Juliano, Arlete Montenegro, Wanda Hammel, Maria Aparecida Baxter completavam o elenco. A atriz Cleyde Yaconis estreava nas novelas, fazendo a personagem Clotilde, e o locutor esportivo (na época também ator) Silvio Luiz, era o problemático Julinho.

Silvio Luiz e Arlete Montenegro em Éramos Seis

Silvio Luiz, antes e depois

Foi também a primeira novela a criar um concurso para os telespectadores. A Record sugeriu ao público três títulos de romances, deixando o público escolher por cartas ou via telefone qual seria sua próxima novela, que também seria adaptada por Ciro Bassini. Além de decidir a próxima obra, os participantes podiam ser sorteados para receber prêmios, que iam de livros a 100 mil cruzeiros em dinheiro.

Patrocinada pelo Sal de Frutas Eno, a novela era chamada Sessão Eno: Éramos Seis, e estreou em 16 de outubro de 1958. Não era uma novela diária, mas sim uma obra exibida duas vezes por semana. Feita ao vivo, antes da chegada do video-tape, portanto, nenhum episódio da novela chegou aos dias de hoje.


Éramos Seis (TV Itacolomi, 1960)

Antes da chegada do video tape, as emissoras tinham basicamente programas de produção regional. A TV Itacolomi,  primeira estação de TV de Minas Gerais, era uma das muitas afiliadas da TV Tupi, de Assis Chateubriand. Na década de 60, a emissora produziu algumas novelas locais, também ao vivo.

Entre elas, Éramos Seis. Produzida por Léa Delba, tinha a atriz Lady Francisco, em começo de carreira, no elenco. Infelizmente, pouco se sabe sobre esta novela (e mesmo sobre a história e produções regionais de todas as emissoras regionais do resto do país).

A jovem Lady Francisco na TV Itacolomi

Éramos Seis (TV Tupi, 1967)

Dirigida por Hélio Souto e produzida por Polla Civelli, foi a primeira adaptação do livro feita na TV Tupi. Cleyde Yaconis, que havia trabalhado na versão da Record, agora interpretava a sofrida Dona Lola. Sílvio Rocha era o marido Júlio, e os filhos eram interpretados por Guy Loup (a Isabel Cristina de O Direito de Nascer), Tony Ramos, Roberto Orosco e o escritor Plínio Marcos (em sua segunda novela). Dina Lisboa e Serafim Gonzalez também estavam no elenco.


Éramos Seis (TV Tupi, 1977)

Dez anos depois de levar ao ar Éramos Seis, a Tupi fez um remake da obra, adaptada por Silvio de Abreu e Rubens Edwald Filho (sim, o famoso crítico de cinema). Nicete Bruno e Gianfrancesco Guarnieri eram os protagonizas Lola e Júlio. Esta foi uma das mais famosas e bem sucedidas adaptações da obra de Madame Dupré, ainda fazendo parte da memória afetiva de seus espectadores. Carlos Augusto Strazzer, Ewerton de Castro, Maria Isabel de Lizanda e Carlos Alberto Riccelli eram os filhos do casal.

Foi reprisada em 1980, nos últimos dias da Tupi.


Abertura de Éramos Seis (1977, na Tupi)


Éramos Seis (SBT, 1994)

Outra bem sucedida versão, esta novela quebrou a hegemonia da Rede Globo em produzir telenovelas, e fez um grande sucesso na época. A adaptação foi baseada no texto de Silvio de Abreu e Rubens Edwald Filho, e venceu o Troféu Imprensa de Melhor Novela daquele ano. Irene Ravache era Dona Lola, e Othon Bastos era seu marido Julio. A atriz Chica Lopes, que havia interpretado a Durvalina, em 1977 (na Tupi), retornou ao mesmo papel nesta versão, que tinha no elenco os muito jovens Caio Blat, Ana Paula Arósio e Carla Diaz.

Foi reprisada em 2001.



Éramos Seis (2019-2020, Rede Globo)

Protagonizada por Glória Pires, no papel de Dona Lola, a novela promoveu o encontro da atriz com Nicete Bruno e Irene Ravache, que fizeram participações especiais nos últimos capítulos da trama.

Glória Pires como Dona Lola






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1 Comentários

  1. Eu não sabia dessa versão, obrigada Diego por postar isso 😊👍

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