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O grande Alan Bates


O britânico Alan Bates era um ator extremamente talentoso e versátil, mas que não chegou a alcançar o estrelato  por causa de sua preferência por um trabalho desafiador e por evitar ser modelado. Seu amor pela atuação, fez com que ele evitasse grandes sucessos comerciais, mas mesmo assim, Bates deixou uma grande marca na história cinematográfica.


Alan Arthur Bates nasceu em 17 de fevereiro de 1934, em Allestree, Derbyshire. Aos 11 anos de idade ele decidiu que seria ato, e após cursar a  escola de gramática em Derbyshire, ganhou uma bolsa de estudos na Royal Academy of Dramatic Arts, em Londres. Mas a carreira de ator teve que ser interrompida por dois anos, para ele cumprir o serviço militar na Força Aérea britânica.

Após o serviço militar, ele se juntou a English Stage Company no Royal Court Theatre. Sua estreia nos palcos londrinos ocorreu em 1956. No mesmo ano, Bates apareceu em Look Back in Anger, de John Osborne, uma peça que deu um nome a uma geração de "jovens revoltados" do pós-guerra. A peça fez dele um astro.

Mary Ure e Alan Bates em Look Back in Anger

Bates estreia no cinema em Vida de Solteiro (The Entertainer, 1960), de Tony Richardson. Ao lado do também estreante Albert Finney, ele interpretava o filho de Laurence Olivier. Seus filmes seguintes Também o Vento Tem Segredos (Whistle Down the Wind, 1961) e Ainda Resta uma Esperança (A Kind of Loving, 1962), foram aclamados pela crítica. Os filmes marcaram a estreia de no cinema de dois conceituados diretores britânicos; Bryan Forbes e o vencedor do Oscar John Schlesinger, respectivamente.

Alan Bates e Laurence Olivier em Vida de Solteiro

O ator seguiu atuando nos filmes A Sombra de uma Fraude (The Running Man, 1963), O Encarregado (The Caretaker, 1963) e Prisioneiro da Ambição (Nothing But the Best, 1964). Em 1964 Bates estrelou, ao lado de Anthony Quinn, o filme Zorba, o Grego (Alexis Zorba, 1964), onde interpretou o escritor Basil. Este talvez seja o papel pelo qual ele sempre será lembrado.

 Anthony Quinn e Alan Bates em Zorba, o Grego
 
Seu filme seguinte, Georgy, um Feiticeira (Georgy Gil, 1966), ao lado de Lynn Redgrave, também fez muito sucesso. Bates ainda fez Esse Mundo É dos Loucos (Le roi de coeu, 1966) e Longe Deste Insensato Mundo (Far from the Madding Crowd, 1967). Este último, foi o primeiro dos quatro filmes que fez com a atriz Julie Christie.
 
 Alan Bates e Lynn Redgrave em Georgy, um Feiticeira
 
 Alan Bates e Julie Cristie em Longe Deste Insensato Mundo
 
Com Cristie, ele ainda faria O Mensageiro (The Go-Between, 1970), O Retorno do Soldado (The Return of the Soldier, 1982) e Separate Tables (1983), este último, um filme feito para a televisão.

Em 1968 ele recebeu sua única indicação ao Oscar por O Homem de Kiev (The Fixer, 1968), de John Frankenheimer. Em 1969, Bates interpretou Rupert Birkin em Mulheres Apaixonadas (Women in Love, 1969). Ao lado de Oliver Reed, ele protagonizou um dos primeiros nus frontais masculinos do cinema. Glenda Jackson recebeu seu primeiro Oscar por eu trabalho no filme.

Alan Bates e Oliver Reed em Mulheres Apaixonadas

Bates fez poucos filmes na década de 70, atuando em sucessos como O Heróico Covarde (Royal Flash, 1975), Uma Mulher Descasada (An Unmarried Woman, 1978), e A Rosa (The Rose, 1979), que valeu uma indicação ao Oscar a Bette Midler. Ao mesmo tempo, fez filmes quase desconhecidos, como As Três Irmãs (Three Sisters, 1970), Estranho Poder de Matar (The Shout, 1978) e História de uma História de Amor (Story of a Love Story, 1973), que ficou anos esquecido sem estrear nos cinemas, por falta de dinheiro para divulgação, tendo sido exibido poucas vezes.
 
 Alan Bates e Bette Midler em A Rosa

Sua carreira declinou na década de 80, onde ele fez filmes pouco importantes e muitos trabalhos para a televisão. Muitos dos seus filmes feitos neste período nem chegaram a estrear nos cinemas brasileiros. Algumas das exceções cinematográficas de Bates desta época são Nijinsky, uma História Real (Nijinsky, 1980), Sede de Amar (Duet for One, 1986) e Prece para um Condenado ( Prayer for the Dying, 1987).

Alan Bates e Julie Andrews em Sede de Amar


Em 1971 Bates se casou com a atriz Victoria Ward, com quem teve os gêmeos Benedick e Tristan, (Benedick também se tornaria ator). Tristan morreu de um ataque de asma em 1990, com apenas 19 anos. Ward faleceu pouco tempo depois, em 1992, vítima de um ataque cardíaco, aos 53 anos. 

Alan Bates, Victoria Ward e os filhos

Para superar suas perdas, ele mergulhou no trabalho. Bates também passou a patrocinar casas de espetáculos e fundou o Tristan Bates Theater, em homenagem ao filho. Mas poucos dos seus filmes também tiveram repercussão, com exceção de Hamlet (Idem, 1990), de Franco Zefirelli, estrelado por Mel Gibson. Ele ainda atuou em filmes como O Espírito do Silêncio (Silent Tonghe, 1993), Grotesque: Mistério e Assassinato (The Grotesque, 1993) e O Jardim das Cerejeiras (The Cherry Orchard, 1999), de Michael Cacoyannis.

 Glenn Close e Alan Bates em Hamlet

Alan Bates ainda atuaria em filmes como Assassinato em Gosford Park (Gosford Park, 2001), A Soma de Todos os Medos (The Sum of All Fears, 2002) e A Última Profecia (The Mothman Prophecies, 2002). Em 2002 ele recebeu um prêmio Tony de melhor ator da Broadway. No ano seguinte, foi nomeado recebeu o título de Sir do Império Britânico, das mãos da Rainha Elizabeth.

Algumas semanas depois ele iniciou um tratamento contra um câncer de pâncreas. Ele acreditava que iria vencer a doença, e continuou trabalhando. Bates ainda atuou em A Confissão (The Statement, 2003), e Spartacus (Idem, 2004).

Este último, um telefilme, foi lançado após a sua morte, em 27 de dezembro de 2003, aos 69 anos de idade. Em sua última entrevista, o ator falou que as sessões de radioterapia estavam muito pesadas, e que ele se sentia muito cansado.

Alan Bates em Spartacus

Veja também: Tributo a Cary Grant


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