Norma Barzman, roteirista que estava entre os últimos sobreviventes da lista negra de Hollywood, morre aos 103 anos de idade

dezembro 21, 2023

A roteirita Norma Barzman morreu no dia 17 de dezembro, aos 103 anos de idade. Norma trabalhou na Era de Ouro de Hollywood, e era uma das última integrantes ainda vivas da Lista Negra de Hollywood, uma relação de profissionais banidos da indústria do cinema devido a perseguição política promovida pelo Macarthismo.

Ela foi casada com o roteirista Ben Barzman, que foi incluido nas primeiras litas de banimento, em 1947. Norma passou a ser banida em 1950. Ela havia começado a escrever para um jornal, e escreveu os roteiros de Nunca Me Diga Adeus (Never Say Goodbye, 1946), estrelado por Errol Flynn e Eleanor Parker, e de Angústia (The Locket, 1946), estrelado por Larraine Day e Robert Mitchum.

E embora só tenha entrado oficialmente lista negra em 1950, após o banimento de seu marido ela não conseguiu novos trabalhos no cinema. Com filhos para criar, e sem emprego, Norma escreveu roteiros com pseudônimos, e voltou a assinar para o cinema somente em 1952, quando, morando na Europa, escreveu o roteiro do italiano Garotas de Luxo (Fanciulle di lusso, 1952), e depois também trabalho para série italiana Il Triangulo rosso (1967).

O casal Barzman ficou 30 anos fora dos Estados Unidos, devio ao banimento sofrido. Ben Barzman faleceu em 1989, e Norma retornaria ao cinema muitos anos após ter sido expulsa, quando apareceu como atriz na série pajama Party, em 2000.

Em 1999 ela liderou os protestos contra a entrega do Oscar especial para o diretor Elia Kazan, um dos maiores delatores do Macartismo, e nos últimos anos Norma escreveu diversos livros e produziu documentários sobre a perseguissão e os anos sombrios de Hollywood.

Norma também foi uma grande ativista na briga por creditar os roteiristas que tiveram que trabalhar sem poder assinar seu nome verdadeiro nas produções cinematográficas, fazendo assim uma reparação histórica.