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Relembrando Adriano Reys, o galã português que brilhou no Brasil


Adriano Reys é mais lembrado como galã (com os cabelos precocemente grisalhos) em inúmeras telenovelas a partir da década de 70. Porém, ele já era um veterano do cinema e teatro brasileiros. E poucos sabem, mas na verdade, o ator era português, embora chegasse a negar essa origem em algumas entrevistas.


Adriano Antônio D’Almeida nasceu na cidade do Porto, em Portugal, em 20 de julho de 1934, mas mudou-se com a família para o Brasil com apenas dois anos de idade, fixando residência em Copacabana.

Enquanto cursava o secundário participou de peças infantis, revelando sua vocação para artista. E aos 19 anos de idade, foi com um amigo, foi conhecer os estúdios da Atlântida Cinematográfica, onde teve a oportunidade de conversar com os ídolos Oscarito, Grande Otelo e José Lewgoy. O estreante diretor Carlos Manga viu o belo rapaz e o convidou para fazer uma pequena ponta, como um repórter, no filme Dupla do Barulho (1953). A cena foi gravada naquele mesmo dia.

Três semanas depois, Adriano foi surpreendido com um convite para atuar no filme Os Três Recrutas (1953), ao lado de Ankito e Colé e fazendo par romântico com a também estreante Myrian Tereza (filha de Oscarito). Em seguida Oscarito estava montando sua companhia de comédias e convidou o novo galã para ingressar no elenco da peça O Cupim (1953). A dupla Myrian Tereza e Adriano Reis foi considerada como as revelações do ano.

Adriano Reys e Myrian Tereza em Os Três Recrutas

Em 1956 Adriano protagonizou a peça Chéri, ao lado da atriz Henriette Morineau, recebendo elogiosas críticas. Chegou a ser indicado para o prêmio de revelação do ano conferido pela ABCT (Associação Brasileira de Críticos de Teatro), mas seus trabalhos anteriores o desclassificaram do prêmio. A beleza, o talento e uma certa rebeldia valeram o ator o título de “James Dean Brasileiro”. O critico de cinema e diretor cinematográfico bissexto Van Jaffa foi um dos grandes defensores do talento do ator, um pouco perseguido pela mídia. Ambos chegaram a anunciar alguns projetos juntos, como o filme O Homem Com a Lua na Cabeça, que apesar de iniciado, nunca foi concluído. Jaffa chegou a revelar que escreveria o livro Chéri Confidential, contando sobre as perseguições sofridas por Adriano ao contracenar com a lendária Morineau, o que também não se realizou. Com ela ainda atuaria no ano seguinte, na peça As Loucuras de Mamãe (1957), na companhia Artistas Unidos. Nesta companhia, no mesmo ano, contracenaria com o ator português João Vilarett na peça É de Amor Que Se Trata (1957). 

Henriette Morineau e Adriano Reys em Chéri

Em 1959 enfim pode trabalhar com o diretor Van Jaffa, ao protagonizar a peça Playboy, com a Companhia da atriz Eva Todor. Ao mesmo tempo Adriano também começou a fazer alguns trabalhos na televisão, sendo presença constante no programa Noite de Gala e atuando no Teatro de Variedades, dirigido por Victor Berbara, na TV Rio. Em 1961 Adriano Reys trabalhou em sua primeira novela, Adeus as Armas (1961), na TV Tupi. Apesar de longa carreira no cinema e do prestígio no teatro, foi na televisão que Adriano Reys se consagrou. Seu primeiro grande sucesso nas novelas foi em O Preço de Um Homem (1971), onde contracenou com Arlette Montenegro.


Bonito e elegante, Adriano brilhou em papéis de galãs maduros em diversas novelas de sucesso, como A Viagem (1975) e Éramos Seis (1977) na TV Tupi de São Paulo. Na TV Globo, atuou em Ciranda de Pedra (1981), Final Feliz (1982), Ti Ti Ti (1985), Vale Tudo (1988), Barriga de Aluguel (1990), Mulheres de Areia (1993), entre outras. Sua última novela foi Promessas de Amor (2009), na TV Record.



No cinema, atuou em diversos filmes ao longo de sua carreira, destacando em obras como Malandros em Quarta Dimensão (1954), Aí Vêm os Cadetes (1959). Atuou também no filme Leonora dos Sete Mares (1955), uma produção brasileira estrelada pelo astro mexicano Arturo de Córdova (que atuou com Ingrid Bergman em Por quem Os Sinos Dobram, 1943). Também atuou em um filme português, Uma Abelha na Chuva (1972), estrelado pela atriz Laura Soveral. Posteriormente, Laura Soveral faria algumas novelas no Brasil.

Laura Soveral e Adriano Reys em Uma Abelha na Chuva

Adriano Reys faleceu vítima de câncer no fígado em 20 de novembro de 2011, aos 78 anos de idade.

Filmografia: A Dupla do Barulho (1953), Três Recrutas (1953), É Pra Casar (1953), Malandros em Quarta Dimensão (1954), Leonora dos Sete Mares (1955), Angu de Caroço (1955), O Golpe (1956), Aí Vêm os Cadetes (1959), Os Apavorados (1962), As Sete Evas (1962), No Tempo dos Bravos (1965), Todas as Mulheres do Mundo (1966), Garota de Ipanema (1967), Paixão na Praia (1971), Uma Abelha na Chuva (1972), Gente que Transa (1974), Tiradentes, o Mártir da Independência (1976), O Sequestro (1981), Menino do Rio (1982), A Menina do Lado (1987).




*** Este texto foi originalmente publicado em meu livro Cá e Lá, O Intercâmbio Cinematográfico Entre Brasil e Portugal. Nele, além das experiências cinematográficas realizadas entre os países irmãos, escrevi diversas biografias de artistas portugueses que trabalharam no Brasil, e brasileiros que atuaram em Portugal. Se quiser conhecer mais, ou adquirir o livro, entre em contato comigo, pelo email diegofnunes@yahoo.com.br.

Eu e Laura Soveral, que segura uma cópia do livro


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