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A breve vida de Brandon de Wilde, de Os Brutos Também Amam


Brandon de Wilde foi um dos mais talentosos atores mirins de Hollywood, e ficou imortalizado como o doce Joey Starrett em Os Brutos Também Amam (Shane, 1953), papel que lhe valeu uma indicação ao Oscar, com apenas 10 anos de idade.

Infelizmente, Brandon morreu com apenas 30 anos de idade, com uma carreira toda pela frente.

Audrey Hepburn e Brandon de Wilde

Andre Brandon deWilde (assim, escrito junto), nasceu no bairro do Brooklyn, em Nova York, no dia 09 de abril de 1942. Seus pais eram artistas de teatro, sua mãe era atriz e seu pai era diretor. Aos oito anos de idade ele estreou no teatro na peça The Member of the Wedding, que fez um enorme sucesso, com um total de 572 apresentações. Em sua estreia, tornou-se o ator mais jovem a receber o importante prêmio Donaldson, na categoria "Melhor Estreante da Temporada".

O diretor Fred Zinnemann comprou os direitos para adaptar a peça, e convidou Brandon para repetir o papel no filme Cruel Desengano (The Member of the Wedding, 1952). O menino já tinha experiência também na televisão, e agradou no cinema. E pelo seu trabalho, ganhou um Globo de Ouro de Ator Revelação.

 Julie Harris, Ethel Walters e Brandon de Wilde em Cruel Desengano

Em seguida George Stevens deu-lhe o papel de sua vida, o do pequeno Joey, fascinado pelo misterioso pistoleiro feito por Alan Ladd no faroeste clássico Os Brutos Também Amam (Shane, 1953). Sua interpretação lhe valeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, aos 10 anos de idade. Ele tornou-se o terceiro ator masculino mais jovem indicado ao prêmio da história da Academia, perdendo apenas para Jackie Cooper e Mickey Rooney.

Alan Ladd e Brandon de Wilde em Os Brutos Também Amam

Brandon então começou a trabalhar efetivamente na televisão, onde estrelou a série Jamie (1953-1954), na qual vivia um menino orfão. Apesar da boa audiência, a série foi cancelada devido a problemas contratuais.

Ele retornou ao cinema em Cruel Dilema (Good-bye, My Lady, 1956), de William Wellman, onde vivia um menino lutando para poder ficar com seu cachorro. O filme ainda tinha Walter Brennan e Sidney Poitier no elenco.

 Brandon de Wilde em Cruel Dilema

Aos 15 anos de idade, fez outro faroeste em A Passagem da Noite (Night Passage, 1957), ao lado de James Stewart e Audie Murphy. Adolescente, Brandon de Wilde começou a fazer papéis de delinquentes juvenis, um estilo em moda no final da década de 50. Aos 17 anos ele viveu um adolescente rebelde em Blue Jeans - O Que os Pais Desconhecem (Blue Denim, 1959).

 Brandon de Wilde e Carol Lynley em Blue Jeans - O Que os Pais Desconhecem

Ele interpretou outro rebelde em O Anjo Violento (All Fall Down, 1962), estrelado por Warren Beatty. Depois atuou em O Indomado (Hud, 1963), estrelado por Paul Newman e Patricia Neal. O ator Melvyn Douglas recebeu um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por este filme, mas como não pode estar presente na cerimônia, mandou o jovem de Wilde para representá-lo.

 Patty Duke e Brandon de Wilde, com o Oscar de Melvyn Douglas

Mas Hollywood parecia não ter mais interesse no jovem ator. Por exemplo, ele nem chegou a ser creditado em Águias em Alerta (A Gathering of Eagles, 1963), filme estrelado por Rock Hudson. Apesar disto, estrelou Somente os Fracos Se Rendem (Those Calloways, 1965), um filme dos Estúdios Disney.
Linda Evans e Brandon de Wilde em Somente os Fracos Se Rendem

Também teve um papel importante em A Primeira Vitória (In Harm's Way, 1965), de Otto Preminger, estrelado por Kirk Douglas e John Wayne. Mas após alguns trabalhos na televisão, acabou como figurante no filme Viagem ao Mundo da Alucinação (The Trip, 1967), de Roger Corman.

Brandon então voltou-se ao teatro e,  de certa forma cansado dos personagens repetitivos que o cinema lhe impunha, tentou construir uma carreira musical e começou a escrever canções, que apresentava anonimamente em um bar de Los Angeles.

No cinema, ele atuaria ainda em A Crista do Diabo (The Deserter, 1971) e Wild in the Sky (1972), que acabou sendo seu último filme.

Brandon de Wilde e Tim O'Connor em Wild in the Sky

O ator casou-se pela primeira vez em 1963 com Susan Margot Maw, mãe de seu único filho, Jesse. O matrimônio terminou em divórcio em 1970. Em março de 1972 ele se casou novamente, com Janice Gero, mas o casamento durou pouco.

Em 06 de julho do mesmo ano, sua esposa precisou fazer uma pequena cirurgia. Brandon de Wilde dirigia seu carro para ir visita-la no hospital, quando perdeu o controle do veículo ao fazer uma curva e acabou invadindo um canteiro de obras, colidindo de frente com um caminhão que estava estacionado na construção. Ele chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos, falecendo com apenas trinta anos de idade.

 Seus amigos Gram Parsons e Emmylou Harris dedicaram-lhe a canção In My Hour of Darkness.


Veja Também: Marlon Brando - Evolução do Tempo






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9 Comentários

  1. Sem duvida um ator que fez diferença. Ao contrario do insípido James Dean que nao fez nada de significativo e virou ícone.

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  2. Uau, incrível história, assisti Os brutos também amam no Netflix estes dias e, pela data do filme presumi que ele fosse o único com possibilidades de ainda estar vivo. Mas falecer com 30 anos chega ser um crime da natureza.

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    Respostas
    1. Concordo plenamente com o amigo, a vida tem umas coisas que só Deus explica, muito interessante o seu comentário, parabéns.
      Abraços!

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  3. O doce Joey... Corretíssimo! O ator encarna, magistralmente, apesar da pouca idade, um personagem que extravaza doçura.

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  4. Nossa, eu pensei a mesma coisa, achando que era o único que estaria vivo e fui pesquisar.

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  5. A maioria das pessoas vão lembrar dele eternamente no filme os Brutos também amam. Um futuro promissor, mas atores jovens tem que lutar muito para permanecer em evidência a indústria do cinema é ingrata.

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