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Choi Eun-Hee, a atriz que a Coreia do Norte sequestrou


Choi Eun-Hee foi uma das maiores estrelas do cinema da Coreia do Sul nas décadas de 60 e 70, e junto com o seu marido, o diretor Shin Sang-ok, montou uma produtora de cinema. Ao longo de sua carreira, atuou em mais de 130 filmes, e era uma das artistas mais populares do cinema de seu país natal.

Porém, ela e o marido foram sequestrados por Kim Jong-il, governante da vizinha e rival Coreia do Norte em 1978. O pai de Kim Jonh-un queria que o casal promovesse o cinema local, para rivalizar com as produções norte-americanas.


Nascida na Coreia do Sul, em 20 de novembro de 1926, ela estreou no cinema em 1947. O estrelato chegou com seu filme seguinte, feito em 1948.

Em 1954 ela se casou com o cineasta Shin Sang-ok, com quem fundou uma produtora, onde foi estrela de diversos filmes. Ainda em 1954, ela conheceu a atriz norte-americana Marylin Monroe, quando ambas se apresentaram para os soldados norte-americanos que lutavam na Guerra da Coreia.


Choi Eun-Hee não era famosa no Ocidente, mas ao menos um de seus filmes, A Última Mulher de Shang (Da Ji, 1964), foi exibido no Brasil. Já Isaengmyeong Dahadorok (1960) ganhou o Urso de Prata na votação do juri, no Festival de Berlim de 1962.

Choi Eun-Hee e Shin Sang-ok

A atriz e o cineasta eram pais adotivos de dois filhos, e se se divorciaram em 1976, quando ela descobriu que Shin a havia traído com outra atriz. Em 1978 um empresário convidou Choi Eun-Hee para viajar para Hong Kong, para negociar com um estúdio de cinema chinês. Com a carreira em decadência, e com muitas dívidas, ela aceitou a proposta.

Mas na verdade, a oferta de contrato era uma armação do governo da Coreia do Norte, que sequestrou-a a mando de Kim Jong-il, que era um grande fã da atriz. Shin foi para Hong Kong procurar a ex-esposa, após saber do sequestro, e também foi mandando para a Coreia do Norte, seis meses depois.

Choi e Shin casaram-se novamente no país que os mantinham em cativeiro. Kim Jon-il mostrou ao casal sua enorme coleção de filmes, e os obrigava a assistirem ao menos quatro por dia, e depois comentar a obra.

O casal também foi obrigado a fazer diversos filmes por lá, a maioria deles de propaganda norte-coreana. Mas Shin, que era um grande cineasta, dentro do possível, conseguiu fazer alguns trabalhos com valor artístico, incluindo Sogum (1985), que deu a Choi o prêmio de Melhor Atriz no Festival Internacional de Cinema de Moscou.

Outros filmes, entretanto, nada tinham de artístico, como Pulgasari (1985), uma espécie de Godzilla norte-coreano.

Cartaz de Sogum (Salt, nos Estados Unidos)

Cartaz de Pulgasari

Em 1986, alegando que participariam de um festival de cinema na Áustria, o casal conseguiu pedir asilo político na embaixada dos Estados Unidos em Viena. Eles fugiram para os Estados Unidos, onde permaneceram até 1999, quando retornaram à Coreia do Sul.

E embora nunca mais tenha atuado, o sequestro de Choi Eun-Hee virou um documentário chamado Os Amantes e o Déspota (The Lovers & the Despot, 2016), dirigido por Robert Cannan e Ross Adam, que estreou no Festival de Sundance.


Shin Sang-ok morreu em 2006, aos 79 anos de idade, e Kim Jun-il e em 2011, aos 60 anos.

Shin Sang-ok, Kim Jun-il e Choi Eun-Hee

Choi Eun-Hee morreu em um hospital da Coreia do Sul em 16 de abril de 2018, aos 91 anos. A atriz sofria de problemas renais.






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