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Lilli, a boneca alemã que inspirou a Barbie e virou filme


Barbie, a famosa boneca da Mattell tem encantado gerações desde que foi lançada em 1959, e já ganhou diversos filmes de animação, alguns que fizeram grande sucesso nos cinemas. Mas na verdade, Barbie e plágio de uma boneca alemã, a Bild Lilli, criada em 1955.

Bonecas Bild Lilli

Lilli, ou Bild Lilli, na verdade surgiu como uma personagem de histórias em quadrinhos, criada Reinhard Beuthien para o jornal alemão Bild, em 1952. Lilli era uma personagem considerada moderna para o pós guerra, era uma garota atrevida e sexy, em busca de um homem rico. Seus quadrinhos tornaram-se um sucesso imediato, e foram publicados até 1961.

Quadrinhos de Bild Lilli

Em 1953 o jornal, percebendo a popularidade da personagem, resolveu criar uma boneca da personagem, para comercializá-la ao público. O Bild então contratou uma empresa de brinquedos de Max Weissbrodt, para desenvolver a boneca. Finalmente, em 1955 a boneca Lilli chegou ao mercado. Lilli foi uma das primeiras bonecas articulas, e tinha roupas variadas que eram vendidas a parte. Mas seu público original não eram as crianças.

Lilli era uma espécie de piada sexual, seu slogan era "Lilli, a estrela de todos os bares", e geralmente era dada como presente para homens durante despedidas de solteiros. Porém, as crianças começaram a se interessar pela boneca loira de rabo de cavalo, que começou a ganhar versões com outras cores de cabelo, uma espécie de "amigas da Lilli". Existiam dois tamanhos de bonecas, com preços variados.


Foram vendidas cerca de 130 mil bonecas, que hoje dependendo do estado de conservação podem valer uma pequena fortuna. Ela fez tanto sucesso, que passou a ser comercializada em outros países. No Reino Unido, foi vendida com o nome de Lilli Marleen, em referência a música alemã de Lale Andersen, que fez muito sucesso a partir da Segunda Guerra Mundial, e foi gravada e cantada em filmes pela estrela Marlene Dietrich.

Em Hong Kong foram feitas várias bonecas cópias de Lilli, a partir de bonecas alemãs usadas como molde para sua confecção. A Espanha fez as Muñecas Fej, com tom de pele mais escuro, mas as mães espanholas consideraram a boneca muito sexy para crianças, e elas foram um fracasso de venda.

Em 1959 Ruth Handler comprou uma Lilli durante uma viagem a Hamburgo. De volta aos Estados Unidos, ela lançou a boneca Barbie, claramente copiada de Lilli.


Após muitas criticas e acusações de plágio a Mattell enfim comprou os direitos autorais de Lilli, que teve sua produção encerrada em 1964.

Em 1962 Beuthien criou uma nova personagem, para as tirinhas chamadas Schwabinchen, publicadas em um jornal da Bavaria. As personagens também viraram bonecas, mas de qualidade inferior, e não obtiveram tanto sucesso. Mais tarde ele criou a Gigi, que nem chegou a ter seus brinquedos.


Lilli e o cinema

Em 1958 Lilli ganhou um longa metragem, live action (com atores reais) numa produção alemã. Foi realizado um concurso para escolher a nova estrela que personificaria a personagem, e a escolhida foi a atriz dinamarquesa Ann Smyrner (1934-2016).


Ann não era exatamente uma revelação, ela já havia atuado em Von Allen Geliebt (1957), uma produção estrelada por Magda Schneider. Ela se tornaria uma estrela em produções de baixo orçamento, que geralmente exploravam a sua beleza e sexualidade.

Lili e os Ladrões (Lilli - ein Mädchen aus der Großstadt, 1958) foi lançado nos cinemas em 1958,e chegou a ser exibido no Brasil, embora a personagem e a boneca fossem desconhecidas por aqui.

O filme era uma comédia de espionagem, com Lilli vivendo uma jornalista investigando uma série de crimes e assassinatos na Sicília, Itália, e foi muito bem comercialmente na Alemanha, mas não gerou continuações.


No elenco ainda o ator e cantor Udo Jürgens, em um pequeno papel. Udo tornaria-se um dos grandes atores do cinema alemão.




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